O MDig tem uma série de artigos sobre o genial fotógrafo Sergey Mihailovitch Prokudin-Gorski, o pai da fotografia colorida. Basicamente, este cara, a mais de 100 anos atrás, fazia fotografias coloridas tão espetaculares que podem ser confundidas com fotos atuais. Ele inventou, na verdade adaptou, uma câmera capaz de fazer uma série de três fotos monocromáticas, com canais RGB, em sequência rápida. Depois as placas de vidro eram projetadas sobrepostas com a luz da cor adequada que tornava possível reconstruir a cena com todas as cores originais. |
Sergey Prokudin-Gorsky (segundo a partir da esquerda) esperando em vão por uma pausa nas nuvens para observar um eclipse solar nas montanhas Tien-Shan da Ásia Central, em 1º de janeiro de 1907.
Este processo era tão malditamente avançado, que o mundo teve que esperar até meados dos anos 80, quando a Biblioteca do Congresso dos EUA, detentora dos direitos autorais das placas, contratou a criação de um mecanismo capaz de imprimir ou revelar essas fotos.
Poucos anos antes de ser contratado pelo czar Nicolau II para fotografar o Império Russo em cores, o fotógrafo partiu em uma expedição onde hoje está localizado o Uzbequistão para observar um raro eclipse solar.
A longa viagem falhou em seu objetivo principal depois que as nuvens bloquearam a visão do eclipse solar, mas não foi de toda uma perda de tempo. Com sua câmera que permitia a produção de imagens em cores naturais, Prokudin-Gorsky explorou as ruelas de Samarcanda e Bukhara, registrando as raras fotografias coloridas como nenhuma outra fora feita antes. Ele já havia visitado a região antes, mas as fotos de sua viagem de 1911 são algumas das únicas imagens remanescentes daquele lugar e época.
Depois de suas viagens pela Ásia Central, Prokudin-Gorsky trabalhou em várias outras expedições, incluindo uma comemorando as campanhas napoleônicas 100 anos antes. Mas à medida que as nuvens da guerra -o que se tornaria a Primeira Guerra Mundial- escureciam no horizonte do império, as viagens de Prokudin-Gorsky se tornaram perigosas.
Em agosto de 1918, Prokudin-Gorsky deixou a Rússia e foi para a Noruega em uma viagem oficial, mas não voltou. O czar e sua família foram assassinados no mês anterior, durante a evolução da Revolução Russa. Em suas notas, Prokudin-Gorsky escreveu:
- "Com a chegada da Revolução na Rússia, a coleção corria o risco de se perder e permaneceu sob essa ameaça por vários anos. No entanto, graças a uma sequência bem-sucedida de eventos, pude receber permissão para importar sua parte mais interessante. Em geral, foram excluídas as fotos de significado estratégico, de pouco interesse para o grande público, e as fotos tiradas em toda a Rússia em vários locais, mas não unidas por uma ideia ou sistema comum."
De qualquer forma, há um grande interesse na Rússia e saber se essas placas ainda existem na atualidade, pois o fotógrafo conseguiu permissão para ficar com menos de 40% delas. Com efeito, há até caçadores de tesouros atrás delas. Expirado o período de direitos autorias sobre elas, quem achá-las ou possui-las é certamente um milionário
Prokudin-Gorsky encontrou seu merecido descanso em Paris, em 1920 e passou a maior parte do resto de sua vida na França. Um mês após a libertação de Paris em agosto de 1944, ele morreu. Em 1949, cinco anos após sua morte, seus herdeiros venderam o que restou de sua coleção para a Biblioteca do Congresso americano por uma fortuna. A coleção continha 14 álbuns e 1.902 negativos de vidro triplo.
Carpinteiro tira a casca de madeira fresca em uma estrada secundária em Samarcanda.
Santuário islâmico dentro do Complexo Arquitetônico Bahoutdin, nos arredores de Bukhara. O santuário restaurado ainda existe.
Homem faz uma pausa para a foto enquanto assa carne na brasa em um restaurante em Samarkand.
Moradores locais aproveitam o sol de inverno em Samarcanda.
Homens posam do lado de fora de uma escola islâmica em Samarcanda.
Vista do centro de Samarcanda da Praça Registan.
Idoso, vestido como um tadjique étnico, segura um par de pássaros de caça em Samarcanda.
Mulher com uma burca do lado de fora de uma residência em Samarcanda.
Homens vendem medicamentos em Samarkand.
Homens posando no centro de Samarcanda.
Guarda do lado de fora do palácio do emir em Bukhara.
Ministro do Interior de Bukhara com uma espada cerimonial.
Máquinas fiam linha em uma fábrica de algodão, provavelmente em Tashkent.
Dois prisioneiros algemados da famosa masmorra de Bukhara.
Homens são mantidos na "prisão dos devedores" dentro da masmorra de Bukhara. Os bukharenses que deviam impostos ao governo ou dinheiro a outras pessoas eram mantidos na prisão, mas tinham permissão para trabalhar até que pagassem suas dívidas.
Edifício dentro do palácio do emir em Bukhara.
Luz do sol ilumina a mesquita Shah-i-Zinda de Samarcanda, um dos cemitérios mais importantes de Samarcanda.
Comerciante de tecidos e tapetes em Samarkand.
Transportador de água de Samarkand.
Policial em frente à porta do palácio do emir.
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Comentários
Tá na mao
0PS59798FN689923K
Muito obrigado, Lugon!
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