O que tem seis pernas e dois pares de bolas? Não, não é o começo de uma piada obscena de quinta-série. É a cigarrinha-brasileira, um pequeno inseto que vive na floresta tropical e ostenta um cocar digno de um casamento real. A cigarrinha (Bocydium globulare) é uma espécie de inseto pertencente à família dos membracídeos, que possui apêndices incomuns na cabeça. Embora o gênero Bocydium possa ser encontrado em todo o mundo, eles são mais prevalentes na África, América do Sul e Austrália. Eles também exibem desenvolvimento hemimetabólico. |
Hemimetabolia é o termo usado para descrever o modo de desenvolvimento de determinados insetos que inclui três fases distintas: o ovo, a ninfa e o estágio adulto ou imago.
Se houvesse uma competição pelo inseto mais esquisito do mundo, as cigarrinhas teriam uma chance clara de chegar ao primeiro lugar. Ao ver uma pela primeira vez, você certamente se perguntará: o que são aquelas estranhas protuberâncias que brotam de seu corpo?
Muitas cigarrinhas ostentam afloramentos estranhos, como as orbes semelhantes a helicópteros. Outros são tímidos, imitando espinhos, folhas ou excrementos de insetos. Outros ainda representam formigas ou vespas. Mais de quarenta espécies nomeadas, bem como outras cerca de 700 aguardando descrição científica, assemelham-se a gotas de água da chuva.
O propósito dessas esferas bizarras semelhantes a helicópteros -na verdade, um elaborado "pronoto", um segmento do corpo de um inseto logo atrás da cabeça- ainda é um mistério.
Seriam uma estrutura evoluída como a cauda de um pavão, usada pelos machos para mostrar seu vigor genético aos outros? Improvável: tanto os machos quanto as fêmeas são dotados de bolas, por assim dizer.
Eles poderiam ter evoluído para se parecer com uma segunda cabeça "manequim" que os predadores miram erroneamente ao atacar? A falta de observações sobre isso acontecendo na natureza sugere que não.
Em vez disso, os entomologistas suspeitam que as estruturas evoluíram para imitar o trabalho manual de um fungo parasita chamado Ophiocordyceps unilateralis. Este fungo invade os corpos de formigas e então explode no estilo Alien, criando estruturas semelhantes brotando do inseto morto.
Então a cigarrinha-brasileira fica sozinha porque, bem, nenhum predador quer se arriscar a comer acidentalmente o mesmo fungo.
Alguns biólogos também levantam a hipótese que essas estruturas servem para captar vibrações no ar quando um predador se aproxima. Mas sem comprovações empíricas continua sendo só isso: uma hipóteses.
Embora incomuns entre outros insetos, essas estruturas ornamentadas são uma característica comum entre as 3.200 espécies de cigarrinhas e às vezes podem se assemelhar a espinhos, folhas e até excrementos de pássaros.
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