Babirussas não são porcos comuns. Encontradas nos pântanos e florestas tropicais das ilhas indonésias de Sulawesi, Togian, Sula e Buru, os também conhecidos como porcos-veados (Babyrousa babyrussa) têm corpos em forma de barril equilibrados em delicadas pernas semelhantes a veados. A espécie mais conhecida de babirussa se distingue por seu corpo nu e enormes presas curvas. A palavra "babirussa" trata-se de um termo importado da língua malaia, que resulta da aglutinação dos étimos babi que na referida língua significa "porco" e rusa que significa "veado". |
Os humanos colonizaram Sulawesi pela primeira vez há aproximadamente 30.000 anos e logo começaram a caçar e comer babirussas. Acredita-se que os humanos introduziram os babirussas em Sulu e Buru, embora, dada a capacidade de natação do babirussa, também seja concebível que os animais tenham feito a jornada por conta própria.
Existem quatro espécies de porco-veado. O mais conhecido de aparência nua com grandes presas é encontrado em Sulawesi, onde também é conhecido com porco-diabo por causa de suas presas. As outras espécies têm pelagem mais longa que varia de branco a dourado cremoso a preto e marrom.
Babirussas são membros selvagens da família dos porcos, mas diferem de outros suínos de várias maneiras. Seus focinhos não são tão especializados quanto os de outros porcos e eles também têm estômagos complexos de duas câmaras, que lembram mais os sistemas digestivos de ovelhas e outros ruminantes do que os de seus companheiros porcos. Os cientistas acham que as babirussas se ramificaram do resto da família dos porcos no início de sua evolução.
Acredita-se que o povo de Sulawesi tenha dado o nome porco-veado ao babirussa porque seus caninos grandes os lembram de chifres, mas o nome também pode refletir como o babirussa combina pernas esguias semelhantes às de um cervo e um estômago com várias câmaras com outras características mais semelhantes às de um porco.
Babirussas comem quase tudo. Eles são onívoros, com uma dieta que inclui folhas, frutas, bagas, nozes, cogumelos, cascas, insetos, peixes e pequenos mamíferos. Eles usam seus cascos para cavar raízes e larvas de insetos no solo e também são surpreendentemente bons em ficar em pé bipedalmente (sem apoio) para se levantar e se alimentar de folhas mais altas.
Filhotes de babirussas desenvolvem-se rapidamente. Enquanto a maioria dos leitões-selvagens é listrada ao nascer -camuflagem para fugir dos predadores- e dependentes de suas mães por um longo tempo, os filhotes de babirussa não têm listras e se desenvolvem rapidamente.
Eles normalmente saem do ninho e começam a provar alimentos sólidos dez dias depois do nascimento. Os tamanhos das ninhadas também são pequenos para porcos, geralmente apenas um a três leitões por ninhada. Este pequeno tamanho de ninhada e falta de camuflagem é frequentemente atribuído ao ambiente livre de predadores do babirussa.
Eles se dão muito bem em cativeiro. Na natureza, os babirussas vivem no máximo uns dez anos. Mas vários babirussas de zoológicos passaram dos 20. De fato, alguns zoólogos apontam que estes animais seriam facilmente domesticados, pois os indivíduos em zoológicos exibem empolgação e entusiasmo ao cumprimentar tratadores, abanando o rabo, balançando a cabeça, pulando e correndo.
O babirussa do norte de Sulawesi é mais famoso por suas incríveis presas, que apenas os machos possuem. Como muitos porcos, os dentes caninos do macho do babirussa continuam a crescer ao longo de sua vida. Os dentes caninos inferiores são longos e se sobrepõem à borda do focinho à medida que crescem, mas são os caninos superiores que são verdadeiramente magníficos.
Esses dentes começam crescendo para baixo, mas depois giram e começam a crescer para cima e para o topo do focinho, penetrando na pele e curvando-se para trás em direção à testa do animal. As presas podem atingir comprimentos de 40 centímetros e, em casos raros, podem perfurar o crânio matando o animal. Para sua sorte, as presas são quebradiças e cedem sob pressão.
Mas para que servem essas presas? Na verdade é um mistério. Uma hipótese é que os machos usam suas presas durante as lutas pelas fêmeas. Parece razoável, até você ver como os babirussas realmente lutam. Eles não engancham as presas, mas ficam de pé nas patas traseiras e "encaixam" uns aos outros com os cascos dianteiros.
Além disso, as presas de babirussa, como dizíamos no parágrafo anterior não são construídas para suportar muita pressão: são quebradiços e facilmente quebrados, nada adequados para o combate. Parece provável que as presas sirvam a um propósito de exibição, talvez sinalizando aptidão genética para as fêmeas, mas essa é uma ideia que não foi testada. Por enquanto, o propósito dessas maravilhosas presas ainda é um mistério.
Todas as espécies são consideradas "vulneráveis" pela União Internacional para a Conservação da Natureza, devido a perda de habitat que já é originalmente restrita e também pela perda gradual devido à exploração madeireira. A caça pela população local é outro motivo de preocupação. Sua carne tem baixo teor de gordura, apenas 1,27% contra 5-15% dos porcos domésticos, e é considerada uma iguaria.
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