A verdadeira mulher biônica

Nos anos setenta a linda e inoxidável Lindsay Wagner -outra que continua batendo um bolão aos 60- imortalizou a Jamie Sommers, a ciborgue do seriado de televisão "A Mulher Biônica". 35 anos depois conhecemos uma real mulher biônica, Claudia Mitchell, que em 2004 perdeu um braço em um acidente de moto. Dois anos mais tarde passou a ser a primeira mulher a ter um braço biônico, um braço protético que controla a vontade com sua mente.

Seu inovador braço é obra do Instituto de Reabilitação de Chicago, e seu desenvolvimento custou a bagatela de 3 milhões de dólares. Depois do acidente, e antes do implante, Mitchell precisava da ajuda dos pés para, por exemplo, descascar uma banana. Agora, como dá para ver no vídeo, pode carregar objetos, levantar uma caneca, apanhar objetos pequenos como moedas ou chaves e mover seu braço de um modo (quase) tão natural como o membro amputado.

Como funciona? O segredo deste braço são os sinais mioelétricos. O braço coleta os sinais elétricos que vêm do cérebro através dos nervos, e mediante eletrodos fazem estes sinais chegarem a prótese. Logo o computador interno interpreta o sinal que é replicado no braço protético.

Os cirurgiões buscando simplificar o processo, redirecionaram boa parte dos nervos do braço de Mitchell até seu peito. Isto tornou mais fácil a interface homem máquina, mas trouxe alguns efeitos colaterais. Quando ela toma banho, por exemplo, e a água cai sobre seu peito, Mitchell sente a água caindo sobre seu membro fantasma.

No peito de Mitchell existem vários pontos que respondem ao tato lembrando para ela sensações do tipo "esse é meu cotovelo" ou aí está minha mão". Estas sensações serviram para que os cientistas localizassem os pontos quentes onde ligar os eletrodos e com os quais podem programar o computador para que reconhecesse os sinais e ativassem as zonas "cotovelo" ou "mão" na prótese.

Pouco a pouco, em um processo de busca, localização e conexões, os pesquisadores foram educando o braço protético para que respondesse aos sinais cerebrais e replicasse o comportamento de um membro real.

Fonte: io9.com.