Singularidades extraordinárias de animais ordinários: o papagaio

Depois dos gatos, cães e coelhos, ele deve ser o animal de estimação mais popular do mundo e o mais contrabandeado da Amazônia Brasileira. Seu traço mais característico é o som que produzem. Os papagaios produzem gritos e grasnidos agudos e discordantes e alguns deles conseguem falar, como descobriram os romanos, que lhes ensinavam a dizer "Ave César".

No princípio, os papagaios faladores (importados da Índia) custavam mais que os escravos humanos, mas com o tempo se tornaram tão comuns que os romanos se cansaram de seus fuxicos e optaram por comê-los.

Sua capacidade para a fala é ainda um mistério. Em liberdade, os
papagaios não imitam nunca as chamadas de outros pássaros ou animais. Mas em cativeiro, repetem facilmente sons habituais (como portas que rangem ou buzinas de carro), além da fala.

Os mais falantes são os cinza africanos (Psittacus erithacus). Um deles adquirido pela doutora Irene Pepperberg em Chicago, em 1977, conhece mais de 200 palavras e 50 frases e segue aprendendo, pois sua expectativa de vida pode chegar até os 80 anos.

Graças a esta expectativa de vida tão elevada, o naturalista alemão Alexander von Humboldt descobriu em 1800, um papagaio na
Amazônia que era algo como um vestígio arqueológico de uma língua extinta. O idoso louro conhecia 40 palavras em maipure, uma língua cuja tribo tinha desaparecido a muito tempo atrás.

Mas os papagaios são bem mais tagarelas incessantes. A cor de suas plumas, por exemplo, é espantosa: é o resultado de moléculas completamente diferentes às de qualquer outra cor presente na natureza.

O menor louro que existe é o pigmeu, que só mede 7,5 centímetros. O maior é a Arara azul grande que chega quase ao metro de altura.

Seus bicos são muito resistentes e podem-se fechar com uma força de 160 quilos por 6,5 centímetros quadrados.