Os adoradores do número 12

Calma gente, não é uma nova seita maléfica, senâo um grupo que, ao longo da história, sempre considerou o número 12 com mais importância, inclusive acima do 10. Até existem organizações formadas para proteger o número 12. Mas o que tem de tão especial este número em uma sociedade construída ao redor da base 10? Duodecimal ou decimal?

O 12 está relacionado durante milhares de anos à medição do tempo. Relógios e calendários organizam-se em base 12. 12 meses. 24 horas. Divisão da hora em 5 x 12 minutos. E do minuto em 5 x 12 segundos. A graduação usual da circunferência é também 360º = 12 x 30º.

Apesar de que o sistema de numeração de base 10 não demorou em se impor sobre o 12 por sua facilidade de associação aso dedos das mãos, a verdade é que ainda se manteve em algumas áreas, como nos pesos, distâncias ou capacidades, porque o 12, ao contrário do 10, permite as operações de divisão por metades ou por terças partes.

Por essa razão, muitas pessoas tentam proteger o 12 de diversas maneiras. Platão, por exemplo, era um grande admirador deste número. E Herbert Spencer ou H. G. Wells ou o escritor norte-americano F. Emerson Andrews, que fundou The Duodecimal Society em 5 de abril de 1944 com o propósito de dirigir a pesquisa e educação pública na ciência matemática, com especial dedicação ao uso da base doze de numeração, em matemática, pesos e medidas.

Inclusive publicavam periodicamente o The Duodecimal Bulletin para difundir artigos que defendiam o número 12. Alguns dos artigos pediam a volta à base 12:

Para escrever em base 10 os números precisam de 10 dígitos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, e para fazê-lo em base 12 seriam necessários 12, isto é, acrescentar mais dois. Deve-se a Andrews a proposta de usar como dígitos da base 12: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, X, E. Como homem de letras, Mr. Andrews fascinou sua descoberta de como escrever e operar números em base 12.

Atualmente também existem sociedades de preservação e revitalização do 12. A The Dozenal Society of America, ou sua homóloga européia The Dozenal Society of Great Britain, fundada em 1959 por Brian Bishop.

Em 1943, Velizar Godjevatz propôs uma nova notação musical duodecimal; uma ideia que inclusive foi apoiada por George Bernard Shaw. Seu argumento era que em um piano, por exemplo, a chamada oitava tem surpreendentemente doze, não oito tons, produzidos por sete teclas brancas e cinco teclas negras.

O 12 continua tendo bastante vigência em polegadas e milhas, além das horas, e também em muitos produtos que são vendidos ou/e embalados por dúzias.