Tropeços na Lua

Caminhar na Lua não é coisa muito simples. Bom, é verdade que mover-se com um escafandro de mais ou menos uns 100 kg não é das tarefas mais fáceis, apesar de que os objetos tenham somente 1/6 do peso que teriam na Terra. Tentar andar normalmente causa cansaço extremo e um tropeço na Lua deve assustar bastante já que a única coisa que separa o vazio do espaço profundo e uma morte segura são os poucos milímetros da espessura do escafandro.

A Lua é pior que um deserto. Muito pior. Para começar, não há atmosfera, de modo que é possível esquecer de julgar distâncias facilmente. Uma rocha a vários quilômetros pode ser vista de forma tão nítida como um pedregulho em frente do capacete do astronauta. Os astronautas da Apollo tinham mapas detalhados da superfície lunar com instruções precisas sobre a distância máxima que podiam percorrer em cada trecho.

Pese a isso tudo, em várias ocasiões encontraram enormes dificuldades para se orientar tomando como referência os acidentes geográficos. Ademais, a paisagem lunar apresenta a mesma aparência em todas as escalas (crateras e colinas sinuosas, basicamente), o que complica ainda mais escolher alguma referência válida.

Assim, os astronautas tinham recomendações de não se afastarem muito das rotas de seus itinerários oficiais. Não estavam ali para procurar água senão para catar algumas pedrinhas e se mostrarem superiores aos russos na corrida espacial. Qualquer excursão não programada a uma cratera "próxima" poderia se converter em uma travessia mortal de vários quilômetros.

Neste outro vídeo da Apollo 16 podemos ver como as distâncias na Lua enganam. O módulo lunar parece estar ao lado do astronauta, mas vemos que em realidade está bem mais longe: