Os povos de Madagascar têm um ritual muito estranho para celebrar os laços familiares chamado Famadihana, também conhecido como "turning of bones" ("sacudindo o esqueleto" em tradução livre). É uma festa celebrada a cada 7 anos ou mais, durante o qual criptas familiares são abertas e os restos de ancestrais mortos são levados para fora, envoltos em novo lençol branquinho e então os malgaxes dançam com os cadáveres em grande alegria. |
Música ao vivo, animais são sacrificados e a carne é distribuída para vários convidados e membros da família. Os anciãos explicam aos seus filhos a importância dos mortos, que estão deitados diante deles. Famadihana é visto como um dia para mostrar a sua família o quanto você os ama. Outros parentes se reúnem e comemoram seu parentesco.
Segundo a crença malgaxe, as pessoas são feitas dos corpos de seus ancestrais. Daí que mantenham seus antepassados em alta conta. Eles também acreditam que a menos que os corpos se decomponham completamente, os mortos não nos deixam permanentemente e são capazes de comunicar com os vivos. Então, até que não tenham ido para sempre, amor e carinho é dedicado a eles através do festival Famadihana. É interessante notar que o festival não é uma prática antiga de Madagascar. Suas origens não podem ser rastreadas para além do século XVII.
A realização Famadihana nos dias atuais é algo muito caro, pois envolve grandes preparações, incluindo refeições luxuosas para todos os convidados e roupas novas para todos. Alguns dos pobres não têm túmulos familiares, então devem economizar durante vários anos para ser capaz de construir um, e, em seguida, realizar um festival para os seus próprios ancestrais mortos. Tradicionalmente, é considerada uma violação grave se a família não preparar uma famadihana quando são capazes de pagar por ela. Embora, vários dos malgaxes diferem em opiniões sobre este assunto. Alguns deles acreditam que isto esta enorme despesa é simplesmente um desperdício, e outros acreditam que é impossível falar com os mortos. Os evangélicos locais desencorajam completamente o costume, no entanto, para a Igreja Católica o Famadihana é visto como um evento cultural e não um religioso.
Rakotonarivo Henri, um agricultor de 55 anos de idade, celebrou recentemente Famadihana com sua família. Ele dançou com os restos de seu falecido avô e tia e ficou muito feliz:
- "É bom agradecer aos antepassados em pessoa, porque nós devemos-lhes tudo. Estou pedindo a eles uma boa saúde e, claro, se eles poderiam me ajudar a acumular riquezas, que é muito bom também", ri. No entanto, Jean Ratovoherison, gerente de uma empresa de tecnologia, de 30 anos, tem uma visão diferente das coisas:
- "Evidente que não acredito que podemos nos comunicar com os mortos, mas acredito piamente que o Famadihana fortalece nossa família entre as gerações".
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Comentários
"As pessoas são feitas dos corpos de seus ancestrais."
Pelo menos há um "fundo de verdade" nisso.
"Shikabane no mai".
Agora, quem foi o louco que inventou isso? :fool:
Tirando a parte de se comunicar com os mortos (que eu não acredito que seja possível), achei bem legal a crença de que somos feitos dos corpos dos nossos ancestrais e que eles são importantes para nós. Isso, mais do que incentivar o respeito aos mortos, incentiva o respeito àqueles que ainda estão vivos.
Lembrei do Carnaval de Olinda....
primeirao #fail kkkkkk
Primeirão
First!