A arte de fazer violões flamencos

Tradicionalmente, os luthiers fabricavam violões para vender com uma ampla gama de preços, em grande parte com base nos materiais utilizados e no número de decorações, para atender à popularidade do instrumento entre todas as classes espanhóis. Os violões mais baratos eram geralmente instrumentos simples e básicos feitos de madeiras mais baratas, como o cipreste. Grande parte dos mais renomados luthiers, não fazia distinção entre violão flamenco e clássico. Somente depois que o famoso luthier Antonio de Torres e outros popularizaram a música clássica para violão é que essa distinção surgiu.

Hoje, o violão flamenco tradicional é feito de cipreste espanhol, sicômoro ou jacarandá no fundo e nas laterais, e abeto no tampo. Isso, no caso do cipreste e do sicômoro, explica a cor característica do corpo. Os violões flamencos são mais leves e com topos mais finos do que os violões clássicos, o que produz uma qualidade de som "mais brilhante" e percussiva.

Um bom violão flamenco não sai hoje por menos de cinco mil reais, o que por si só já pode ser um indicativo de sua qualidade. E ao final não é tão caro assim se pensarmos que além da madeira de qualidade é preciso muita dedicação, amor, conhecimento e ao menos 299 horas de trabalho para fazer um bom violão, o que renderia ao luthier pouco menos de 17 reais a hora. Neste fantástico vídeo, "Alma Flamenca", vemos a criação de um violão, condensado em 3 minutos, pelas mãos do luthier grego Vasilis Lazarides e com música do holandês Edsart Udo de Haes.

Os luthiers também usam menos reforço interno para manter o topo mais ressonante o que torna o instrumento mais frágil e predisposto a quebaras e rachaduras. O tampo é normalmente feito de abeto ou cedro , embora outros tons de madeira sejam usados ​​​​hoje. O volume tem sido tradicionalmente muito importante para os violonistas de flamenco, pois deve ser ouvido acima do som dos sapatos pregados dos dançarinos. Para aumentar o volume, podem ser utilizadas madeiras mais duras, como o jacarandá, no fundo e nas laterais, e madeiras mais macias no tampo.