O terrorismo, esse fantasma contemporâneo que assola os pesadelos de parte do Ocidente, possui apenas um rosto: o que a mídia mainstream conforma dia a dia com as notícias estendidas e, em especial, com as sutis inflexões com que tratam o tema. Ainda que o grau de terror que causam não é diferente, os terroristas recebem um trato diferente nos meios em função da cor de sua pele e de sua origem étnica. |
Juan Cole, professor de história na Universidade de Michigan, elaborou um interessante lista de 10 diferenças que existem só no âmbito mediático quando falam de um terrorista, diferenças que, por elementar ou surpreendente que pareça, estão baseadas unicamente na cor da pele do suposto criminoso e, em última instância, em sua origem étnica, criando dois grandes grupos no momento do julgamento mediático.
Assim, segundo Cole, tais distinções podem ser notadas em:
- Os terroristas brancos que matam gente inocente em escolas e cinemas são chamados de "pistoleiros" pela mídia estadunidense. Nunca se referem a eles como "terroristas".
- Os terroristas brancos são "solitários com problemas". Outros terroristas são sempre parte de um complô global, inclusive quando são evidentemente solitários com problemas.
- Tentar fazer um estudo sobre o perigo dos terroristas brancos no Departamento de Segurança Interior dos EUA poderá render a marginalização de congressistas irados. Já no caso de tentar fazer algum estudo sobre outros tipos de terroristas pode ser o primeiro passo para conseguir uma promoção.
- A família de um terrorista branco é entrevistada, quase sempre choramingando e se perguntando onde erraram. Outros terroristas são filhos de chocadeira ou nunca procuram saber da família, não interessa para a mídia.
- Os terroristas brancos são parte de uma "exceção" entre as pessoas boas. Outros terroristas são aparentemente a regra das pessoas más.
- Os terroristas brancos são eventos malogrados, como os tornados. Outros terroristas são conspiradores de longa data.
- Os terroristas brancos nunca são denominados como "brancos". Mas outros terroristas recebem toda a sorte de afiliações étnicas e nacionalidades.
- Ninguém acha que os terroristas brancos são pessoas brancas típicas. Mas outros terroristas são considerados párias em suas sociedades.
- Os terroristas brancos são alcoólatras, viciados ou doentes mentais. Outros terroristas aparentemente levam uma vida limpa e perfeitamente saudável.
- Não há nada o que fazer com os terroristas brancos. O controle de armas não adiantaria. Nenhuma sistema político, nenhum programa governamental... enfim, nada poderia ter um impacto sobre eles. Mas centenas de milhares de milhões de dólares são gastos em políticas públicas e no Departamento da Defesa, que despe virtualmente 60 milhões de pessoas por ano, para lidar com os outros terroristas.
Fonte: Alternet.
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Comentários
No episódio 'The Jeffersons' (http://www.videolog.tv/video.php?id=468112), do South Park, isso é bem retratado.
Segundo definição do Priberam:
terrorismo
s. m.
1. Conjunto de actos de violência cometidos por agrupamentos revolucionários.
Portanto, os pistoleiros citados não devem ser considerados terroristas, visto agirem por conta própria, e muitas vezes não motivados por questões religiosas/nacionalistas....
E só pra complementar, o atirador norueguês que era fanático cristão, mesmo sendo branco, foi tratado como um terrorista pela mídia, pois ele tinha uma ideologia. O atirador que ilustra esse post e os atiradores de massacres como o de Columbine não tinham ideologia que os guiava.
1.Não se referem por que não são. Terroristas tem propósitos pra usas ações, um cara que entra numa escola e mata um monte de gente não é terrorista, é um retardado.
2.A própria definição de terrorista implica em ele fazer parte de um "complô", pois terrorismo é um meio que certas organizações encontram para ganhar atenção no cenário mundial. Alguém que atira sem próposito é, novamente, um retardado, ou "solitário com problemas", para ser mais brando.
3.Depende da definição de terrorista usada. Se usassem a definição real, e não a distorcida dos dois itens acima, a cor não influenciaria em nada.
4.Novamente, definição errada de terrorismo.
5.Desculpe, não consigui nem entender esta afirmativa
6. Na mosca. Os "terroristas" que atiram sem propósito são apenas "acidentes", enquanto terroristas de verdade que tem uma ideologia provavelmente a seguem há um tempo
7.Óbviamente, já que os atos de terrorismo muitas vezes se baseiam em disputas étnicas e territoriais, deve-se identificar o seu lado.
8.Não são vistos como brancos tipicos na NOSSA sociedade, pois nela convivemos com brancos diariamente, entretanto, em outros países os brancos e ocidentais carregam seus esteriótipos também, não é um problema de discriminação ou "privilégio branco", mas sim um problema de estupidez generalizada da humanidade.
9.A comparação não faz sentido. Há uma curiosidade natural em saber por que os "terroristas brancos" fazem o que fazem, pois aparentemente não há razão para aquilo. Já os outros terroristas deixam em claros seus propósitos, geralmente de cunho político e ideológico. Não há por nos interessarmos em suas vidas pessoais, uma vez que entendemos os seus motivos.
10.Exatamente, pelas mesmas razões que já especifiquei no item 6.
Não nego que há preconceito nos EUA, mas tem gente que se preocupa tanto em combater o preconceito que inventa coisas pra se aparecer. Meu mais profundo desrespeito à esse tipo de pessoa, que usa de falácias e distorções para impor seus pensamentos
Nanda, assim você me mata
:( :( :(
Mas hein? :fool: V
As balas voam nos EUA e as flechas do Cupido cruzam os céus do blog!
E agora? Como derrubar a muralha que é um coração resignado a solidão? Será que jogar um avião cheio de rosas derrubará essa barreira intransponível? Uma bomba caseira de paixão derreterá o gelo que faz cerco aos sentimentos mais profundos?
Não percam os próximos capítulos de "Talibã do amor' - A nova novela do Mdig - Estréia dia 11 de Setembro.
Concordo com a coleguinha abaixo!
Só para complementar..
O preconceito nos EUA (em especial com os negros e brancos.. sim, brancos, pois os negros mantem um preconceito absurdo contra os brancos no país do Tio Sam) é gritante. Mas não creio que a questão se aplique a estes atos, principalmente após o 11/09.
Casa, vai? Não sou maluco não, eu te amo!
Não sei não se esta lista está totalmente correta. Acho que o termo não seria terrorista branco.. e sim terrorista americano. No fim os ideais puristas (tal como os de hitler) são conservados em todas as nações patriotas. Não estou defendendo de forma alguma o posicionamento nazista, muito pelo contrário.. até porque considero que eles usaram uma característica (por que não dizer louvável?) como o patriotismo, para fins terroristas, humilhantes e degradantes.
Aqui no Brasil temos um povo mais miscigenado, talvez por isso não tenhamos tanto instinto patriota, e assim não concebemos diferença entre os sujeitos de atos terroristas (claro.. questões políticas e econômicas desconsideradas).
Mas.. se não me falha a memória.. teve um caso de um menino negro que praticou atos terroristas nos EUA e foi tratado tal como este último que foi à mídia.
Então.. (friso) MAIS UMA VEZ A ROUPAGEM DE PRECONCEITO TOMA LUGAR, QUERENDO DIFERENCIAR ONDE NÃO HÁ DIFERENCIAÇÃO.
Em todo lugar existe o preconceito, não seria diferente aí
Casa comigo, nanda?
Preto parado é suspeito, correndo é ladrão;
preto só sobe na vida quando um barraco explode;
preto só toma laranjada quando sai briga na feira.
Estas 3 frases serve para mostrar que este problema não é privilégio só dos Estados Unidos.
Preconceito e hipocrisia.
Não entendo esse espectro racista. Se você apoia brancos, você é racista. Se você apoia negros, não há muitas complicações.
Mas enfim, não se está tentando obter a igualdade, estão tentando dar vantagens agora.
É o óbvio ululante, como diria Nelson Rodrigues. Se ninguém fala, passa batido de tão escrachado que é. Li por estes dias uma lista oficial da ONU com os países considerados mais racistas. Adivinhem quem encabeça a tal lista? Os Estados Unidos são um país construído sobre os escombros e carcaças de tudo e de todos que lhes apareceram pela frente: índios, negros, latinos, nações com algum poder de defesa ou com algo a ser pilhado. Para os que estão acostumados com a linguagem subliminar, o maior ato recente de denúncia contra este sistema foi o filme Brokeback Mountain. Nenhuma canja para os diferentes, este é o lema público e privado deste país.
Pode ser transferido para a nossa realidade, principalmente para o RIo onde bicheiros fazem parte da nata e vendedores de droga são tratados como pessoas de bem só porque vendem pó para os diretores de TV.
Não concordo muito com essa lista. E se as circunstâncias forem invertidas?