Foxconn cria programa de estágio forçado para atender a demanda do iPhone 5

Nós já falamos em outros posts sobre as condições de serviço ultrajantes de alguns postos de serviço da principal montadora dos cobiçados gadgets da Apple e agora, com motivo do próximo lançamento do iPhone 5, voltamos ao assunto para falar que a Foxconn fez convênios com as principais escolas do país para que seus estudantes trabalhem 12 horas por dia, 6 dias na semana por um mísero salário de 243,97 dólares mensais (493 reais) para dar fluxo a possível demanda.

Os alunos protestaram, assegurando que menores de idade são submetidos a longas jornadas de trabalho. Por sua vez a empresa diz que é bom que os menores tenham esta oportunidade de trabalho, inclusive citam uma auditoria da Fair Labor Association que não indicou nenhuma evidência de que os estagiários são pressionados a participar.

No entanto as queixas dos estudantes persistem, eles alegam que as autoridades suspenderam as aulas para obrigá-los a trabalhar na Foxconn e desde então vem sendo explorados. Alguns depoimentos afirmam que as autoridades ordenaram às escolas a enviar os alunos para a fábrica de montagem sem o consentimento dos pais nem deles mesmos.

De acordo com o China Daily, um pai de família não entende por que seu filho, que ainda está no primeiro grau, teria que fazer um estágio na fábrica durante um ano. A Foxconn não nega. No entanto, assegura que eles podem ir e vir quando quiserem e que não obriga os estudantes a permanecerem em suas instalações.

A pergunta inevitável que podemos fazer é: se as escolas estão fechadas porque não há estudantes, aonde irão os rapazes e garotos que não queiram trabalhar na montagem do novo iPhone? Acontece que eles não vão; a maioria deles teme, que ao se negar a trabalhar para a Foxconn, percam a possibilidade de "passar de ano" ou então que sofram outros rigores escolares por não ter cumprido com este voluntário trâmite obrigatório.

Talvez, o mais incrível sobre isso é que -como é possível ler nos comentários do The Atlantic- o campo de distorção da realidade do senhor das maçãs continua em vigor apesar de sua morte. O genial marketing que faz luzir ainda mais os bons produtos da Apple, faz com que os sectários fundamentalistas da Igreja Jobsniana creiam que estratégias como estas são normais no mundo capitalista só para que se sintam bem comprando seus amados brinquedinhos.

Sim, a Foxconn trabalha para várias empresas e a Apple não é única a explorar este mercado, lógico está, mas é notório que a maior empresa do mundo em valor de mercado tenha conquistado este posto com tal regime de trabalho e, claro, bem longe de casa. Porque se ela fizesse isso no próprio quintal, nem os macfags -que devem postar alguns comentários revoltadinhos- teriam livrado a empresa da falência.

Fonte: The Atlantic.