No experimento do penhasco visual de Eleanor Gibson e Richard Walk utilizaram uma mesa que tinha uma superfície metade vidro grosso transparente e a outra metade em material também sólido não transparente. Isto criava uma ilusão de um pequeno penhasco sem os perigos reais da queda para os bebês entre 6 e 8 meses que foram escolhidos para participar da interessante experiência que visava descobrir alguns dos mistérios da capacidade de percepção humana. |
As crianças eram colocadas sobre a parte não transparente da mesa, enquanto suas mães lactantes eram posicionadas no outro lado da mesa e do penhasco visual, tentando convencer seus rebentos a que fossem até elas.
Segundo os resultados desse experimento, dos 36 bebês avaliados, 27 deles cruzaram a superfície de vidro sem muitos problemas, ainda que alguns tenham engatinhado de forma hesitante. Mas 9 deles se recusaram terminantemente a engatinhar porque ficaram confusos com a possível queda entre eles e suas mães. As crianças, apoiando com a mãozinha, sabiam que o vidro era sólido, mas não cruzaram.
Este comportamento permitiu aos pesquisadores inferir, de uma maneira bastante clara, que nossa percepção de profundidade amadurece mais rapidamente que nossa habilidade motriz. Ademais, em nível prático, a reação que tiveram neste teste deixa notar a incapacidade das crianças em proteger-se em uma situação similar em suas vidas reais e assim entendemos porque é importante chamar a atenção em ambientes que incluem perigos como o anterior. Os resultados não indicaram que o medo de altura ou a noção de perigo são inatos.
Outra experiência realizada com dois grupos de bebês -com nascimento normal e prematuro- da mesma faixa de idade, que coletou dados como duração da atenção visual, da exploração táctil, estratégias motoras e outros comportamentos descobriu que as crianças prematuras estão menos preparadas e tem um menor número de estratégias motoras e de comportamentos para precaver os perigos.
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Comentários
Resultado interessante dessa pesquisa. O ruim é que tem gente que quando cresce perde a noção de perigo e acaba se arriscando muito.
"e sabem que suas mães jamais lhes fariam algum mal"
Só uma criancinha mesmo pra ser assim tão inocente. Quem dera que isso fosse verdade né? Infelizemnbte tem muita mãe jogando filho até no lixo :(
Gostei.
Sentinela...
Se o vidro não fosse seguro e eu fosse o vendedor você teria virado paçoca de amendoim :twisted:
Sentinela, já pensou se não fosse seguro? E já pensou se vc fosse teimosa e atravessasse mesmo assim? Hj vc não estaria aqui contando essa história...
Mas, sobre o texo, pode ser que os bebês confiam muito em suas mães que os chamam, e sabem que suas mães jamais lhes fariam algum mal, por isso eles atravessam a mesa sem dúvidas
Minha noção de perigo quando criança era péssima. :roll:
Eu atravessei por cima do vidro, mas antes perguntei para um vendedor se era seguro. :roll:
Na minha cidade tinha (ou ainda tem, não sei) uma galeria cujo chão tinha um pedaço feito desse jeito, com vidro. Todo mundo dava a volta no andar para não atravessar. :lol:
Diferentes noções de perigo, ou diferentes pessoas apresentam prioridades distintas, entre atingir seus objetivos e cuidar da própria segurança.