A ONG Water is Life realiza uma campanha após a outra para levar água tratada àqueles que necessitam. Em primeira instância pode parecer esquisito para um país onde a água abunda como no Brasil, mas deixa de sê-lo ao lembrarmos que mesmo aqui muitas populações não tem acesso a água tratada. Na campanha recente a ONG apela para os problemas do terceiro mundo com seus habitantes reclamando das carências do primeiro. |
Note quão paradoxal e surreal é ver o jovem reclamando do tamanho da sua casa em frente de uma tapera. Nos comentários do Youtube a briga come solta porque um alguém decidiu que os problemas do terceiro mundo não são dele.
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Comentários
Chocante.
Aqui também.
Roooaarrr...
Edgar... excelente sua colocação...
Esquisito que um vídeo que visa conscientizar os abastados sobre os problemas dos pobres do terceiro mundo, tem um efeito contrário, talvez porque macule o remorso. Não reconhecer os erros dos antepassados é também uma boa forma de massagear conciências para não enfiar a mão do bolso para dar um pouco do bastante que têm. Egoísmo a gente encontra aqui! Eu hein...
Claro que os problemas do primeiro mundo não são problemas, afinal de contas, não existe desigualdade social e todos são milhonarios nos paises ricos.
Eu acho que países ricos são doidos por jogar umas bombinhas nos países paupérrimos, e acabar com essa gente pobre.
Que chato esses pobres, passam a vida se queixando sabendo que morrerão se queixando pois sempre serão pobres.
Seria muito prático acabar com eles todos, varrer da superfície da terra.
Aí só sobrariam os ricos... arr ... mas quem iria trabalhar para os ricos? :fool:
"PH, é justamente por essas razões que precisamos ter uma visão ponderada da história, sem extremismos, tampouco adjetivações radicais."
"Portanto, dar um veredito final do tipo "os países que foram colonizadores são os culpados por toda miséria existente em todos os países que foram suas colônias", esquecendo-se dos benefícios que muitas dessas ex-colônias tiveram, é injusto."
Por isso que eu disse que tais países têm sua parcela de culpa, não os citei como únicos. Ademais, não se trata de um julgamento final.
Eu entendi sua visão de realidade histórica da época - justamente por isso citei as colônias de povoamento, que também fizeram parte dessa grande época.
"Como a civilização teria chegado às Américas se os europeus 'malvadões' não tivessem 'invadido' as terras que eram habitadas pelos autóctones 'bonzinhos'?"
Você pode garantir que os indígenas "inocentes" jamais experimentariam avanços culturais? A História prova que já houve povos - não tão civilizados quanto os "malvados" europeus - que possuíam grandes conhecimentos científicos (principalmente ligados à Astronomia), em grau superior ao dos europeus, em épocas similares. Enfim, utilizando o teu próprio raciocínio, o conhecimento da civilização adquirido pelos "explorados" não justifica os danos que receberam pelos invasores, pois havia formas alternativas de colonização.
Os fatos, encarados dentro de seu real contexto, não deixam de ser fatos, com toda a gama de consequências que produziram; suas marcas não podem ser ignoradas, não importa de que ângulo eles (os fatos) sejam observados.
Só posso dizer que o capitalismo de periferia - O que transfere tecnologias assim que minguam no centro - é o que mais causa danos aos países que se sujeitam a esse tipo de exploração. Não só com bens de consumo, mas também com tecnologia de subintendência que poderia ser muito bem aproveitada. Tratamento de água e esgoto como o que é utilizado na França ou Inglaterra, por exemplo. A verdade é que as pessoas (nações se preferir) fazem de tudo pelo bem estar somente do seus. Os outros? Que se phodam e assim é mais fácil controlar.
Não estou comentando com base no que esta abaixo (até que o nível esta bom) somente com o que li acima.
Tendo em vista que os acontecimentos do passado geram diversas consequências no presente e no futuro (um tanto óbvio, mas a ideia é essa), não tem como fechar os olhos para o impacto da forma de colonização que tais países sofreram e não associá-lo à sua atual situação social, econômica e, alguns casos, política.
E discordo: podem existir bons e maus na história (nem sempre as circunstâncias justificam os ideais de alguns líderes), basta olhar para os conflitos que se desenrolaram nos últimos anos. A meu ver, invadir um país, escravizar sua população, explorar seus recursos e depois "ir embora", deixando-o devastado, não é uma coisa boa; uma "prova" disso são justamente o outro tipo de colônias, as de povoamento.
"Então os países ricos têm culpa pela pobreza dos países pobres?"
Historicamente, têm sua parcela de culpa, pois muitos dos atuais países subdesenvolvidos/em desenvolvimento foram colônias de exploração de países europeus.
O chocolate Nestlé que você come a peso de ouro é retirado na África a peso da escravidão. O tênis da moda é fabricado por menos de 1% de seu custo na Ásia.
Colocar as cartas na mesa e fingir que o problema não existe só serve para aliviar conciências.
É claro que a discrepância entre a realidade dos países de primeiro mundo e a dos de terceiro mundo expostas no vídeo realçam a futilidade de um modo de vida abastado, em detrimento das reais necessidades dos que não tem nem água pra beber. Mas, acho que este discurso é uma faca de dois gumes: introjetar a culpa no cidadão de primeiro mundo implicaria também em transferir ao cidadão comum a responsabilidade pelas enormes desigualdades sociais. Ficam as questões: caso fossem os africanos abastados, deixariam de consumir o que a sociedade EXIGE que se consuma como forma de inclusão e reconhecimento, para pensar em regiões mais pobres do mundo? O problema é o mal-viver do terceiro mundo, ou o bem-viver do primeiro? Devemos querer que todos tenham acesso aos requisitos básicos e à qualidade de vida, ou exigir que os que têm sintam-se privilegiados em relação aos que não tem? Pra mim, culpabilizar a sociedade civil (a quem se dirige tal propaganda), pode ser o mesmo que querer nivelar por baixo. O excluído tem de ser incluído, e não o incluído tem que abrir mão de atender suas necessidades dentro do contexto em que vive. Acaso o rapaz que mora num barraco, não estaria desejando ter uma casa maior e com água potável, assim como teria o jovem de primeiro mundo? Que garantias há, nesta sociedade regida por tubarões, que a tua recusa a certos luxos, se é que assim pode-se definir, irá se reverter em recursos para o benefício dos desvalidos, e não em dinheiro de sobra para os que já tem muito? Formas de direcionar este excedente para o ralo dos abastados existem. Acho que deveria se criticar o sistema que gera necessidades irreais aos que podem consumir, ao invés de culpabilizar aqueles que são induzidos a senti-las. Deve-se criticar os que necessitam da desigualdade para manter funcionando a máquina que consome a todos, não só aos pobres. Ou será que ser um hamster, como na frase destes dias aqui no MDig, pode ser definido como "bem-viver"?
Revoltante, mas é possivel mudar isso.
Escárnio.
De certa forma, os problemas do terceiro mundo são por culpa do primeiro mundo.
Mas não é só isso.