Um elemento importante da experiência estética é, desde Aristóteles, o choque provocado pela obra de arte, esse impacto que sacode o espectador, que atenta contra a estabilidade do que crê e o que pensa, que de algum modo leva a gente, por alguns instantes, para além de nossas próprias limitações. Neste sentido, a obra fotográfica da coreana Ahn Jun confunde, desde a primeira olhada. |
A delicada composição visual dos elementos nos mostra verdadeiros retratos de risco e de ameaça, cenas que tornam impossível não pensar no suicídio -neste caso com um verdadeiro roteiro erótico, o reverso de Tânatos–, a autodestruição, essa aparente acessibilidade do fim de todas as coisas aludidas no célebre monólogo de Hamlet.
Assim mesmo, o fato de que estas imagens tenham de fundo um palco essencialmente metropolitano, lembra a solidão própria das grandes urbes, a condenação da modernidade que reduz todos ao anonimato da multidão.
Um trabalho que, paradoxalmente, está dominado pela eloquência do silêncio.
Fonte: My Modern Met.
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Comentários
Sinistro.
Dá vertigem só de olhar essas fotos.
É por isso que não gosto de lugares altos. não é pelo medo da altura, mas sim pela sedução do risco de cair e morrer. Sem contar que varias vezes tive vontade de pular de um lugar alto.
me deu vontade de lavar a minha janela no 22ºandar
Eu gostei desta: http://ahnjun.com/artwork/2838418_S_e_l_f_P_o_r_t_r_a_i_t.html
Sensualidade Auto-Destrutiva? Não consta no meu dicionário. :|
Sadako [2]
Assustadoras.
Sadako
Eu gostaria de fazer umas fotos assim ficaram legais igual nos pesadelos que a gente tem, ou sera que só eu tenho :roll:
Mesma temática, apesar da criatividade inerente do conceito principal abordado no texto. Porém, me pareceu demasiadamente limitado;
Em resumo: Uma bosta!
Amei a quinta...
Parece terror japonês.
Sou suspeito pra falar (acrofóbico declarado!). Mas, se a intenção é chocar, ganhou um fã.
Parece mostrar que na urbe, o destino da liberdade é inevitável. Da terra firme não se tem dimensão de paisagem alguma. Do alto do prédio, o convite megalômano ou ancestral de fazer parte, de compor a paisagem impossibilita qualquer outro ensejo. Subir numa montanha em Minas, nos leva a querer descê-la, querer estar ali no meio ou, simplesmente, contemplar o horizonte. Horizonte? Querer estar no meio da paisagem numa cidade, é não fazer parte de nada, não ver mais nada. Querer contemplar é ver o todo efervescendo lá embaixo...
Ai, meu café!
Hmm
Depois do fora que acabei de levar só posso dizer: - É isso aí garota! Se mata por mim.
Legal.
Mais ou menos.
Na 7ª parece um manequim colado com Photoshop.