Em 1985 quatro jornalistas criaram a associação "Repórteres sem Fronteiras pela Liberdade de Informação", com o fim de "velar" por esta virtude informativa. Atualmente a organização conta com 150 correspondentes em todo o mundo, que reportam e denunciam atropelos à liberdade de imprensa. A avaliação de liberdade de imprensa este ano em 179 países mostra a Finlândia no topo enquanto o Brasil amarga o 108º posto. |
O indicador de liberdade para o exercício jornalístico neste ano qualifica pelo terceiro ano consecutivo a Finlândia, seguido pela Noruega e Holanda como os lugares mais seguros para os repórteres. Os países pior avaliados são coincidentemente lugares cujos regimes são ditaduras: Turcomenistão -situado na Ásia Central-, Coréia do Norte e Eritréia -localizado no nordeste africano-.
Os lugares que mais registraram assassinatos em 2012, relacionados com censura à informação foram Somália, México e Paquistão.
Segundo este índice o Brasil ocupa a 108º posição (caiu 9 em relação ao ano passado), porque cinco jornalistas foram mortos em 2012 e por causa dos problemas que afligem o pluralismo do país.
Os valores de qualificação do índice partem de 0 como o mais próximo a liberdade de informação e 100 como o mais distante. Cabe assinalar que não são avaliadas unicamente dados numéricos, já que a organização leva em conta também "atitudes dos governos", por exemplo leis criadas para a proteção de jornalistas, políticas públicas relacionadas com o assunto ou a reação ante assassinatos e fustigamentos por parte do estado.
Pos | País | Nota | Diferencial |
1 | Finlândia | 6,38 | 0 (1) |
2 | Holanda | 6,48 | +1 (3) |
3 | Noruega | 6,52 | -2 (1) |
4 | Luxemburgo | 6,68 | +2 (6) |
5 | Andorra | 6,82 | - |
6 | Dinamarca | 7,08 | +4 (10) |
7 | Liechtenstein | 7,35 | - |
8 | Nova Zelândia | 8,38 | +5 (13) |
9 | Islândia | 8,49 | -3 (6) |
10 | Suécia | 9,23 | +2 (12) |
11 | Estônia | 9,26 | -8 (3) |
12 | Áustria | 9,40 | -7 (5) |
13 | Jamaica | 9,88 | +3 (16) |
14 | Suíça | 9,94 | -6 (8) |
15 | Irlanda | 10,06 | 0 (15) |
16 | República Checa | 10,17 | -2 (14) |
17 | Alemanha | 10,24 | -1 (16) |
18 | Costa Rica | 12,08 | +1 (19) |
19 | Namíbia | 12,50 | +1 (20) |
20 | Canadá | 12,69 | -10 (10) |
21 | Bélgica | 12,94 | -1 (20) |
22 | Polônia | 13,11 | +2 (24) |
23 | Eslováquia | 13,25 | +2 (25) |
24 | Chipre | 13,83 | -8 (16) |
25 | Cabo Verde | 14,33 | -16 (9) |
26 | Austrália | 15,24 | +4 (30) |
27 | Uruguai | 15,92 | +5 (32) |
28 | Portugal | 16,75 | +5 (33) |
29 | Reino Unido | 16,89 | -1 (28) |
30 | Gana | 17,27 | +11 (41) |
31 | Suriname | 18,19 | -9 (22) |
32 | Estados Unidos | 18,22 | +15 (47) |
33 | Lituânia | 18,24 | -3 (30) |
34 | OECS | 19,72 | -9 (25) |
35 | Eslovênia | 20,49 | +1 (36) |
36 | Espanha | 20,50 | +3 (39) |
37 | França | 21,60 | +1 (38) |
38 | El Salvador | 22,86 | -1 (37) |
39 | Látvia | 22,89 | +11 (50) |
40 | Botswana | 22,91 | +2 (42) |
41 | Papua Nova Guiné | 22,97 | -6 (35) |
42 | Romênia | 23,05 | +5 (47) |
43 | Nigéria | 23,08 | -14 (29) |
44 | Trinidad e Tobago | 23,12 | +6 (50) |
45 | Malta | 23,30 | +13 (58) |
46 | Burkina Faso | 23,70 | +22 (68) |
47 | Taiwan | 23,82 | -2 (45) |
48 | Samoa | 23,84 | +6 (54) |
49 | Haiti | 24,09 | +3 (52) |
50 | Coréia do Sul | 24,48 | -6 (44) |
108 | Brasil | 32,75 | -9 (99) |
Para ver o índice completo com os 179 países, basta visitar a página do "Indicador de Liberdade para o Exercício Jornalístico" do Repórteres sem Fronteiras na rede. Vale a pena ler também no mesmo site o relatório "Brasil, o país dos trinta Berlusconis: os desequilíbrios mediáticos do gigante sul-americano.
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Comentários
Bem lembrado, Gawain! Veículos de imprensa são pessoas? Não! São instituições. Não pensam. Quem pensa é quem as gere e atribui a si próprio a alcunha de profissional de imprensa. A máquina não dá notícia sozinha e o empresário de imprensa é tão jornalista e profissional da área quanto o apresentador que a divulga e a produz. Então, antes de defender demagogicamente a empresa, dizendo que ela defende seus interesses, é melhor atentar que ela funciona pela mente humana, não é uma entidade com vontade própria. E tem que seguir princípios éticos que justifiquem sua existência e sua utilidade pública. É uma concessão, não uma seara a ser explorada de acordo com o interesse pessoal de quem a detém. O jornalista não tem compromisso com nenhum ideal em princípio. Tem compromisso com princípios éticos e profissionais, a saber, divulgar a notícia e informar, sobre temas de relevância para a sociedade. Se a "empresa" não tem este compromisso, isto não se justifica pela defesa de seus interesses. Ela não existe pra usar uma concessão a favor de seus agentes. O problema, meu amigo é que a função de jornalista é regulamentada, conferindo a este, a partir da premissa deste compromisso, o direito de noticiar, sob a proteção da lei de liberdade de imprensa. Se eu, você ou quem quer que seja, quiser noticiar algo, não terá este mecanismo pra se defender de qualquer acusação ou retaliação. Nenhum veículo funciona sozinho ou tem vontade própria. Por isso mesmo, sua utilização é regulamentada. A imprensa não só dá a notícia, ela a forja, a produz, investiga, questiona, analisa e é legalmente protegida pra fazer isso tudo. Esse discurso de que as coisas são assim mesmo e quem não concorda tem que sair é covarde. É por causa disso que quase tudo neste país está na mão de quem faz bandalheira. Bandidos ficam feito pinto no lixo, já que se vende a ideia de que manda quem pode. Quem não estiver contente, dê lugar pra outro. E quando a água bate na bunda, quando as coisas não funcionam, dizem que a culpa é de quem abandonou o barco e não tava lá pra questionar ou contribuir. Hipocrisia.
Rapaz! Como é que uma pesquisa desta pode ser levada a sério?
Liberdade de imprensa é quando você mesmo faz um jornal e com coragem coloca lá tudo o que você acha que o povo deve saber!
Quem se habilita? Ninguém né? Então calem a boca!
Os chamados grandes órgãos da imprensa no Brasil, são em primeiro lugar empresas e não idealistas, o que divulgam e publicam são de seu próprio interesse assim como seria o seu próprio jornal meus caros e nobres baluartes da liberdade editorial. E a imprensa antes de tudo é o jornalista e não o veículo...assim se o jornalista é ético ele sabe quando deve mudar de patrão...senão continua ganhando seu polpudo salário e aluga sua consciência, certo?
A propósito, alguém se lembra do caso Pinheirinho? O memorando denunciado por jornalistas, emitido pelo governo do estado de São Paulo, com regras específicas de como o episódio deveria ser abordado pela imprensa. Creio que seja mais por aí.
Temos que ver que no caso da Argentina as informações que nos chegam são de interesse de nosso Estado. A certeza de que esta comparação seria estabelecida é de total interesse do Estado brasileiro, já que isto aumenta a sensação de liberdade aqui. Mas, basta estar atento pra perceber que é só sensação. Basta perceber o discurso uníssono do setor jornalístico em diversos assuntos de interesse nacional, bem como a ausência de assuntos e abordagens interessantes ao público em geral, como por exemplo a corrupção policial, a mortalidade de jovens... tudo isto passa apenas alegoricamente, sem qualquer aprofundamento. O que seria interessante saber é, o que os observadores internacionais enxergaram no Brasil pra colocá-lo numa colocação tão baixa? Qual é a justificativa? As mortes de jornalistas são indicadores, mas tenho certeza de que o argumento é muito mais complexo. Valeria à pena aprofundar esta questão.
"Ainda".
Ainda temos a internet, pelo menos, não?
"Isso é uma vergonha."
É uma lástima.
:ma: :ma: :ma: :ma: :ma: :ma: :ma: :ma: :ma:
Não me surpreende.
Só ver um telejornal brasileiro... não pode falar de algo então mostra violência de algum canto...
Liberdade (de imprensa, individual, enfim) – o maior "obstáculo" aos governantes.
Argentina tem liberdade de expressão? Com a atual presidenta escrota não!
Estranho é encontrar a Argentina em 54º, em um tempo que a Crisitina K está em guerra com a "Globo" deles, ditando leis para cercear a liberada de imprensa no vizinho.....
:roll:
Então é assim, não se pode confiar no tele-jornal por aqui.