Durante anos, a história da heroína polonesa permaneceu oculta, até que, em 1999, um grupo de estudantes estadunidenses descobriu a história numa pesquisa sobre os heróis do Holocausto.
Quando Irena caminhava pelas ruas do Gueto, levava um bracelete com a estrela de David, como sinal de solidariedade e para não chamar a atenção sobre si mesma. Não demorou a contatar famílias para tirar os seus filhos do gueto. Mas não podia dar garantias de sucesso. A única coisa que tinham certeza era que as crianças morreriam se permanecessem ali. Muitas mães e avós ficaram reticentes a entregar seus filhos e netos, algo absolutamente compreensível mas que resultou fatal para eles.
Algumas vezes, quando Irena ou suas garotas voltavam a visitar as famílias para tentar convencê-los a mudar de opinião, ficavam sabendo que todos tinham sido levados para o trem que os conduziria aos campos da morte.
Ao longo de um ano e meio, até a evacuação do Gueto no verão do 42, Irena conseguiu resgatar mais de 2.500 crianças por diferentes maneiras: começou a tirá-los em ambulâncias como vítimas do tifo e assim se valia de todo tipo de subterfúgios que servissem para escondê-los: sacos, cestos de lixo, caixas de ferramentas, cargas de mercadorias, carroça de batatas, caixões... em suas mãos qualquer elemento transformava-se numa via de fuga.
Irena queria que um dia pudessem recuperar seus verdadeiros nomes, sua identidade, suas histórias pessoais e suas famílias e então criou um arquivo no qual registrava os nomes dos pequenos e suas novas identidades.
Assim ela persistiu no seu plano de salvar o maior número de menores possível, até que os nazistas descobriram as suas atividades e em 20 de outubro de 1943. Irena Sendler foi presa pela Gestapo e levada à temida prisão de Pawiak onde foi brutalmente torturada. Quebraram-lhe os ossos dos pés, mãos, braços... mas ela não se dobrou, não conseguiram que revelasse o paradeiro das crianças que tinha escondido e muito menos a identidade de seus colaboradores.
Foi condenada a morte, sentença que não foi cumprida porque no caminho à execução um soldado alemão levou-a para um "interrogatório adicional". Ao sair da visão dos outros, gritou-lhe em polonês:
- "Corre Dona... corre". No dia seguinte seu nome estava na lista dos poloneses executados.
Desde então viveu na clandestinidade e permaneceu escondida até o final da guerra, porém continuou participando ativamente na resistência.
Em 1944, durante o Levante de Varsóvia, colocou suas listas em dois frascos de vidro e enterrou-os no jardim de sua vizinha para assegurar-se de que chegariam às mãos indicadas se ela morresse. Ao terminar a guerra, a própria Irena desenterrou os vidros e entregou as notas ao doutor Adolfo Berman, o primeiro presidente do comitê de salvamento dos judeus sobreviventes.
As crianças só conheciam Irena pelo seu nome de código "Jolanta". Mas anos depois, sua fotografia saiu num jornal ao ser reconhecida pelas suas ações humanitárias durante a guerra. A partir daí começou a receber muitas cartas e chamadas de pessoas que diziam:
- "Eu conheço você... você me salvou... você foi o anjo que Deus mandou para me salvar...".
Enquanto, todos se perguntam como é possível que uma história como esta tenha permanecido tantos anos no esquecimento, pese às vezes que se tratou o tema do Holocausto e das pessoas que o protagonizaram. Inclusive suas amigas lhe recriminavam porque ela nunca contava nada sobre seu heroísmo e suas façanhas juvenis. No entanto, Irena somente sorria em sua cadeira de rodas, devido às lesões que trazia depois das torturas que sofreu e se enfadava quando alguém se atrevia a dizer que era uma heroína.
Em 1965 a organização Yad Vashem de Jerusalém outorgou-lhe o título de "Justa entre as Nações" e nomeou-a cidadã honorária de Israel. Em 2007 Irena Sendler foi apresentada como candidata para o prêmio Nobel da Paz pelo Governo da Polônia, prêmio entregue ao estadunidense Al Gore.
Irena faleceu em Varsóvia na última segunda-feira 12 de maio de 2008 aos 98 anos de idade.
"Não se plantam sementes de comida. Plantam-se sementes de bondade e amor.
Tratem de fazer um círculo de bondade e estas sementes crescerão mais e mais... muito mais".
Irena Sendler
P.S.: Em 2009, um ano após a publicação desta história, foi lançado o filme para televisão "O Coração Corajoso de Irena Sendler", dirigido por John Kent Harrison. Pese que o filme tenha sido criticado pela forma estéril como Harrison contou a rica história, Anna Paquin, que interpretou Irena, foi indicada ao Globo de Ouro de 2010.
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Comentários
Eu acho que ela foi uma verdadeira heroìna, e eu tenho o mesmo nome que ela!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Não tenho palavras, apenas quero registrar meus aplausos e o desligamento de meu PC por hoje após ler esta notícia sobre Irena Sendler; o desligamento será minha forma de prestar o devido minuto de silêncio em sua homenagem, depois irei dormir.
Bo noite a todos!
.................
zzzzzzzzzzzzz
lembro-me em dizer:lembrar das pessoas boas é lembrar do que eu quero!
É de tirar o chapéu. Parabéns, Irena.
Sempre que um idealista faz algo pelo mundo, as pesssoas de bem se sentem vingadas por todas as atrocidades que sofreram. É de exemplos e de mais pessoas assim que o mundo precisa.
"Quando o amor é o guia, a cada sonho que morre,
nasce uma nova utopia".
P.S.: Ô "...", você é uma mula!
"Nem a Gestapo, nem suas torturas conseguiram que Irena Sendler revelasse onde estavam os pequenos."
NINGUÉM É IMUNE À TORTURA!
AINDA MAIS QUANDO SÃO UNS CARAS QUE NEM A GESTAPO - QUE NÃO CONHECEM LIMITES!
" No entanto, ela somente sorria em sua cadeira de rodas, devido às lesões que trazia depois das torturas que sofreu..."
UÉ?!? ELA NÃO TINHA FUGIDO CORRENDO????
Legal história muito emocionante. :fool: :clap:
Essa mulher é uma heroína :clap: :clap:que belo ato de coragem :D
cara, estou emocionada!
Um verdadeiro anjo,
q Deus a tenha :-(
Quando o texto diz:
- "Corre Dona... corre". No dia seguinte seu nome estava na lista dos poloneses executados.
Quis dizer que o nome de Irena já aparecia como morta ou foi o soldado que morreu?
Sei que isso é irrelevante, mas acho que o soldado também teve um papel importante.
Sua existencia aqui na Terra não foi em vão... :clap: :clap:
:clap: 8O :clap:
nossa que lindo!!!, me emocionei, uma heróina, vou chorar,
Esta historia é muito bela, e cada um de vocês pode colabora para termos um mundo melhor, é só não ficarmos só no sentimentalismo burguês..
ação...ação... :roll:
nem palvras pra explicar a bondade dessa mulher...
ô Pirulito
Pessoas deste quilate existem sim!!!
É pena que pessoas deste quilate não existam mais, não podemos jamais esquecer esta parte da história que foi muito triste, não podemos esquecer os EUA no Iraque, havera por la uma Irena para salvar as crianças das bombas?????
Caramba...nunca pensei que seria tomado por uma euforia de alegria por saber que Irena verdadeiramente foi um ANJO...CHOREI...
Um anjo revoltado com o massacre, assumiu forma humana.
Fiquei comovida...
:clap: :clap:
Wirklich! Eine Frau Mut! Während viele sind das Verstecken der enfretavam. Frauen, verdient unser aller Respekt, nicht einmal vorstellen, ve-lâ ist zu bewundern! Rest in Peace
Nossa...Emocionante e muito linda a história!!
Ela tem luz nos olhos dela,vê-se bondade e amor
em seu semblante!!!
O mundo necessita de pessoas assim,como Irena!!!
:clap:
Eu tinha visto a reportagem no Jonal Nacional.
É incrivel! :clap:
Incrivel, fantastico mesmo, ganhei minha tarde com este post
Bravura!!!
SOU DECENDENTE DESTES TEMPOS DE GUERRA E DOR....CONHEÇO HISTÓRIAS DOLOROSAS E TESTEMUNHOS INCRIVEIS..ESTA MULHER JUNTO COM SCHINLER SÃO OS DOIS HEROIS VERDADEIROS DA GUERRA...PARABÉNS AO MDIG POR RELATAR ESTA HEROINA EM SUAS MATÉRIAS.
Rogo a Deus , que me permita ter uma pequena parcela da coragem que está mulher demonstrou, é uma verdadeira guerreira da luz, uma seguidora dos ensinamentos imortais de Jesus Cristo.
que ela possa ser recebida no reino dos céus pelos espíritos de luz...
8O Benzadeus, essa mulher é uma heoína das grandes, deem-lhe um premio por cada grama de seu corpo :clap: :clap: :clap:
Nossa! Que heroísmo verdadeiro.
Isso prova o quanto as mulheres são capazes de guardar um segredo verdadeiro. Gostaria de tê-la conhecido. Parece minha avó, morta a 2 anos com 104 anos. Igualmente cheia de segredos e histórias...
O holocausto jamais poderá ser esquecido. Creio que essas histórias desenterradas do passado cumprem esse papel de tornar sempre viva a lembrança do horror do holocauto.
Ehhhhhhhhhhh 1º