O britânico tem um costume que gosto muito: o de cantar seu sentimento seja ele qual for. Assim não podia ser diferente com a animadversão despertada pela atividade pública de Margaret Thatcher no Reino Unido, que ficou registrada em várias canções que satirizaram a Dama de Ferro, chamando à oposição e mostrando que seu trabalho distava muito de ser aceito com unanimidade. |
Para quem não viveu à época, Margaret Thatcher foi uma das líderes mundiais mais polêmicas da segunda metade do século XX, um momento histórico particularmente interessante pela oposição existente entre dois modelos socioeconômicos que lutavam pela supremacia geopolítica. Ao lado de Ronald Reagan e João Paulo II, Thatcher encabeçou uma cruzada anticomunista que impediu o desenvolvimento cabal deste sistema, entorpecendo a possibilidade de que o comunismo incorresse em seus próprios sucessos e fracassos.
Para o interior do Reino Unido, Thatcher distava muito de ser um desses adaís inquestionáveis que à cada tanto aparecem na história inglesa (do Rei Artur a Winston Churchill) e, pelo contrário, despertou uma ampla oposição, especialmente entre setores populares e marginalizados, a quem sua "mão de ferro" castigou com especial predileção.
As provas deste ódio podem ser rastreadas nas várias canções inspiradas pela atividade pública da única Premiê mulher que a Inglaterra conheceu, em especial as que têm como denominador comum verdadeiro tempero colérico, satírico, contra Thatcher. Neste sentido os exemplos do punk são particularmente eloquentes, pois talvez este gênero seja o que melhor combina todas as contradições presentes na realidade cotidiana da exclusão social.
A seguir compartilhamos algumas destas canções, oscilantes entre a subversão e a crítica, a anarquia e a corrosão:
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Klaus Nomi, “Ding Dong! The Witch Is Dead” (1982)
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Newtown Neurotics, “Kick Out The Tories” (1982)
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Pink Floyd, “The Fletcher Memorial Home” (1983)
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The Larks, “Maggie Maggie Maggie (Out Out Out)” (1985)
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Thatcher on Acid, “Guess Who’s Running the Show” (1987)
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Morrissey, “Margaret on the Guillotine” (1988)
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Elvis Costello, “Tramp the Dirt Down” (1989)
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Sinead O’Connor, “Black Boys on Mopeds” (1990)
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VIM, “Maggie’s Last Party” (1991)
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Billy Bragg, “Thatcherites” (1996)
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Hefner, “The Day that Thatcher Dies” (2000)
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Frank Turner, “Thatcher Fucked the Kids” (2006)
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Pete Wylie, “The Day that Margaret Thatcher Dies” (2011)
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Fonte: BuzzFeed.
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Comentários
Perguntei a um par de amigos meus, britânicos, o que eles acharam da morte da Thatcher... eles perguntariam "O que é um thatcher?" com um certo tom irônico.
tá faltando thatcher no mundo. um monte delas. thatcher e meir.
SEM DUVIDA MARGARET TATCHER ERA UM LIXO !!!
faltou muita musica nessa lista ai...os burros que acham que essa diaba fez algo por alguem é porqeue nao enxergam a realidade em que vivem. Não sabem que ela enviou para a morte centenas de jovens...uma guerra desnecessaria unica e exclusivamente para mostrar a superioridade britanica ante a argentina. Vai tarde...que venha o novo!!!!
Gostei dos vídeos, mas eu, particularmente, acho que apesar dos pesares, ela soube conduzir muito bem a economia britânica, sim.
Ficou a dever uns 30 e tal anos à cova.
Criaturinha nojenta!
Sempre há quem vá contra.
ela marcou uma era.
profetizou o fim do comunismo.
Ai, ai
Edgar Rocha, eu ia agora mesmo escrever da capa do single do Iron Maiden.
Ela apareceu duas vezes nas capas do Iron Maiden. No single Woman in Uniform e no Killers.
Imagens:
http://p3.trrsf.com.br/image/get?src=http%3A%2F%2Fimages.terra.com%2F2013%2F04%2F08%2F03-women-in-uniform.jpg&o=s&w=600
http://f.i.uol.com.br/folha/ilustrada/images/13098226.jpeg
Imagina a polêmica que isso deu na Inglaterra na década de 80.
Me lembro de uma capa do Iron Maiden com a dama de ferro (a verdadeira) aguardando na sombra a caveirona Eddie the Head com uma arma em punho. Tem gente que não liga de ser odiada, tão odiosa é sua personalidade. Quanto mais são falados, mais frios e cruéis ficam. Parece até o Marcos Feliciano.
Que coisa.