Diante da possibilidade da "importação" de médicos e o grande corporativismo da profissão contra a medida, devemos considerar que os desmedidos honorários, a total falta de empatia, e tratamentos que mantêm mas não curam, sugerem que atualmente o exercício da medicina é mais um hábil modelo de negócio comercial do que um oficio comprometido. |
Acumular diagnósticos imprecisos e tratamentos pouco eficientes, processo durante o qual teremos desembolsado quantidades consideráveis de dinheiro, é uma experiência familiar para muitos de nós. Médicos pouco empáticos cujos métodos só resultam infalíveis no momento da cobrança, procedimentos burocráticos, pessoal convencido, são só alguns dos nefastos ingredientes que complementam um cenário que milhares de pacientes ao redor do mundo temos que padecer.
Ignoro em que momento a paixão e o compromisso que originalmente caracterizaram este venerável oficio, cederam a prioridade ao status social e ao acúmulo de riqueza. Mas parece, ao menos em minha experiência e na de outros amigos com os quais converso, que cada vez são mais escassos os médicos que antepõem seu compromisso com a saúde do próximo, acima da recompensa econômica ou social que seu trabalho pode representar.
A gravidade deste fenômeno intensifica-se ainda mais se considerarmos que a saúde pública se converteu em uma das maiores ameaças para as economias nacionais. Por exemplo nos Estados Unidos, um estudo realizado há um par de anos pela Universidade de Columbia, sentenciou que os altos salários cobrados pelos médicos são o principal motivo da crise de saúde pública que atualmente enfrenta este país.
Aqui, sob o argumento da "falta de médicos" para cuidar da população carente, o Ministério da Saúde anuncia que vai "importar" 6 mil médicos de Cuba, país onde existe a figura do médico de família, na prática da medicina preventiva eficiente. Não acredito, entretanto, que faltem médicos, senão um pouco de senso de responsabilidade no exercício da profissão somado a fuga em massa do serviço público quando o governo coibiu a grande fraude existente no sistema de ponto dos médicos. Quantos médicos aceitam trabalhar em alguma cidade do interior? Quantos profissionais de saúde querem salvar vidas nos cantos mais distantes do país? Ademais dar uma volta pelo corredor de qualquer hospital -é preciso ter coragem e estômago- nos permite ver que a saúde está abandonada e que os pacientes não tem força para lamentar o descaso e nem o desrespeito.
Evidentemente não se trata de desmerecer o trabalho daqueles que dedicam sua vida à medicina (a que, talvez poeticamente, poderíamos definir como a arte de curar os outros). E acho que qualquer médico que cumpra dedicadamente sua função não deveria se preocupar tanto com "ameaças mundanas" e todo o necessário para levar uma vida economicamente cômoda, enfocado em fazer do sofrimento alheio uma mina de ouro. Também, talvez ingenuamente, acho que a medicina é um oficio intimamente relacionado ao serviço, ao compromisso genuíno, e não uma profissão que, como muitas outras, se auto-concebe como um conduto explícito visando apenas a remuneração.
Mas para além de romantismos, este problema de ética se desdobra em múltiplos aspectos práticos, e é que assim que a doença se traduz em um multimilionário negócio, o meio se converte em solo fértil para que floresçam lamentáveis agendas. Por um lado está provado que as grandes farmacêuticas destinam anualmente enormes somas de dinheiro para convencer, ou inclusive, subornar os médicos, para que promovam e receitem seus medicamentos, como podemos ler em "As dez piores práticas da indústria farmacêutica", por outro temos algo de muito podre nas universidades que ao invés de preparar os futuros profissionais como humanistas, despejam no mercado médicos com a consciência de um mercador.
Igualmente denúncias na gringolândia, que podem ser extrapoladas para a nossa realidade, dão conta que o atual sistema de saúde favorece procedimentos e hábitos pouco eficientes, que parecem explicitamente desenhados para engrossar os volumes de faturamento, sem representar benefício algum para o cumprimento de seu dever: transformar a doença em saúde. Neste sentido, um responsável pelos programas de saúde do governo de Obama, advertiu no final do ano passado que entre 20 e 30% do dinheiro que circula no sistema de saúde americano é diluído em processos que não beneficiam os pacientes. Em poucas palavras destina-se ao tratamento excessivo e irrelevante na recuperação dos doentes, como se fossem fluxos que circulam apenas para favorecer a prática médica como um rentável negócio para os envolvidos.
Neste mesmo sentido temos inumeráveis diagnósticos errôneos, que apesar de representarem um caminho inseguro para recuperar a saúde, se traduzem em tangíveis ganhos para os médicos e para as farmacêuticas, já que quase sempre implicam adquirir e tomar medicamentos supostamente desenvolvidos para curar.
Pois se não fosse o suficiente, e em sintonia com o anterior, temos um escabroso mercado de medicamentos, que em muitos casos parecem destinadas a "manter" e não a resolver realmente o problema da doença. Só nos Estados Unidos, gastam 60 bilhões de dólares em publicidade de medicamentos. E o extraordinário é que esse dinheiro não cai do céu, senão do bolso dos pacientes e dos sistemas públicos de saúde:
- "Muitas das grandes farmacêuticas fecharam suas pesquisa sobre antibióticos porque curam as pessoas, e o que estas empresas querem é um remédio que a gente tenha que tomar toda a vida. Posso parecer cínico, mas as farmacêuticas não querem que as pessoas se curem", denunciou há um par de anos Thomas Steitz, ganhador do Prêmio Nobel de Química em 2009.
É fácil entender por que este processo de comercialização da saúde, nos referindo em particular à medicina alopata, fez brotar com toda força técnicas de medicina "alternativa", a maioria dedicada ao charlatanismo, mas que espertamente, ao menos em média, promovem um enfoque mais humano e menos mercantil na relação entre doutor e paciente.
O discurso do Governo atual é que nunca se investiu tanto em Saúde como agora, mas os números não mentem, segundo matéria da BBC a saúde ainda vive uma grande contradição no Brasil, só para que tenham um ideia da piada sem graça, veja o ranking do orçamento que os governos dedicam à saúde:
- Suíça – 21%
- Holanda – 20,6%
- Argentina – 20,4%
- Estados Unidos – 19,8%
- Colômbia – 18,5%
- Alemanha – 18,5%
- Japão – 18,2%
- Noruega – 17,7%
- Chile – 15,1%
- China – 12,5%
- Brasil – 8,7%
- Índia – 8%Afeganistão – 3,3%
- Média mundial – 11,7%
Uhull! superamos o Afeganistão!
Quer ficar mais decepcionado sobre o quanto o governo está preocupado com a saúde do cidadão? Pois veja só o ranking de Gastos (em dólares) em saúde por habitante segundo a OMS:
- Luxemburgo – 5,8 mil
- Noruega – 4,8 mil
- Holanda – 4,4 mil
- Estados Unidos – 3,9 mil
- Suíça – 3,6 mil
- Argentina – 869
- Chile – 607
- Brasil – 477
- Nigéria – 51
- Média mundial – 716
Para concluir este artigo devo esclarecer que, obviamente, não são todos os médicos que respondem à avareza como motor profissional, mas parece claro que o sistema de saúde, como modelo reitor, está sincronizado mais com um hábil modelo de negócio, que com um oficio ético. Finalmente gostaria de referir-me ao famoso, ainda que cada vez menos exercido, Juramento Hipocrático -na versão traduzida durante a Convenção de Genebra, em 1945-.
"No momento de ser admitido como membro da profissão médica, me comprometo solenemente a consagrar toda minha vida ao serviço da humanidade. Tributarei aos meus mestres o respeito e a gratidão que merecem. Desempenharei a minha profissão com consciência e dignidade. Respeitarei com todas as minhas forças a honra e as nobres tradições da profissão médica. Respeitarei os segredos que me forem confiados. Os meus colegas serão os meus irmãos. A saúde do meu paciente será a minha primeira preocupação. Não permitirei que fatores de ordem religiosa, nacional, racial, política ou de caráter social se interponham entre os meus deveres e o meu paciente. Mostrarei o máximo respeito pela vida humana, desde o momento da sua concepção; nem mesmo coagido farei uso de meus conhecimentos médicos para fins que sejam contrários às leis humanas. Faço essas promessas, solene, livremente e por minha honra".
Um belo manifesto ético humanista, não é mesmo? Pena que alguns praticantes da medicina fazem o juramento na hora da formatura e o rasgam na primeira consulta.
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Comentários
Caso fosse cumprida a Lei... Seria investido 10% do PIB na saúde!
E essa (a Emenda 29) existe desde... 1992!!!
NINGUÉM nunca cumpriu...
Admin estou achando bastante produtiva as opiniões aqui. No entanto ainda não fui convencido do pensamento proposto pelo post. Também compartilho muito da opinião do Stradvarius, talvez pelo fato dele estar na linha de frente, seu discurso seja o mais fidedigno à realidade. Não acredito que o funcionalismo público se sujeite ao coitadismo, e também acredito que as lutas neste meio não sejam restritas apenas em greves. Quando estas ocorrem não são exclusividades do funcionalismo público, a luta está presente sempre em que houver opressão e quando houver necessidade, diversos exemplos estão aí como as mobilizações dos sindicatos dos metalúrgicos, vigilantes, bancários etc. Refletindo sobre alguns de seus posicionamentos:
1 - Concordo em todos os pontos, porém na afirmação: "Ajudar as pessoas e ganhar dinheiro não são atos excludentes entre si, desde que se dê atenção ao primeiro". O problema é que as pessoas não dosam a balança (ajuda vs retorno pelo trabalho) e demandam sangue, suor e lágrimas no primeiro prato da balança em detrimento do segundo. Aí entra outro ponto: Serviço público vs serviço privado. No público se há insatisfação quanto remuneração/condições de trabalho se luta por condições melhores (não necessariamente greve) ou pede pra sair. Já no privado o barco é seu, você que dita as regras, e como disse estamos inseridos no capitalismo/neoliberal onde a dança vai conforme a música (e o quanto você julga que vale seu trabalho).
2 - Concordo, há coisa boa e ruim em todos os lugares do mundo, dos EUA até Papua-Nova Guiné, mas não acho que más práticas, carteis e agendas ocultas relacionadas a big pharma sejam predominantes aqui.
3 - Concordamos que generalizar não é bom. Mas a essência de sua mensagem reflete preferência, e gosto não se discute.
4 - A partir daqui há fuga do tema e um apelo à polarização política, não sou defensor de nenhuma ideologia política. O problema chave é a importação de profissionais SEM revalidação de diplomas em um país onde não falta este profissional, mas sim estrutura. Dia destes vi uma charge com uma analogia bem interessante onde era proposto a importação de cozinheiras para o fim da fome (quando na verdade o que é preciso é alimento, fogão, dispensa etc).
Pois é, o apelo ao coitadismo tornou-se um clichê da maioria (e das minorias) na atualidade. Quando alguém não está rangendo os dentes, na esquerda ou direita radical, como se tivesse comido vidro envenenado, está apelando para um argumentum ad misericordiam. "Somos tão desvalorizados", dizem. Tadinhos!!! Aliás esta onda do funcionalismo público é um exemplo de hipocrisia. O sujeito passa anos fazendo cursos, lendo apostilas, se esforçando ao máximo para conseguir um cargo, e assim que é aprovado em um concurso público o que ele faz? Reclama do salário e faz greve. Parabéns!
Mas voltando ao coitadismo... justificam-se com os anos de formação acadêmica, investimento financeiro, físico, desgaste em saúde, horas de sono e estresse, e um grandessíssimo etcétera como se os demais profissionais não fizessem o mesmo para conquistar um diploma, um trabalho e um lugar ao sol.
Stradivarius, eu entendo e concordo com algumas de suas colocações e sobretudo te parabenizo por sua natural solidariedade. Acredite, existem poucos como você. Se houvesse um SAC para reclamação de atendimento médico, com certeza superaria a Tim e a Vivo juntas. Mas infelizmente devo lembrá-lo que má prática resulta em processo na esfera judicial em qualquer profissão que envolva riscos. Eu, por exemplo, não assino nenhuma obra antes de refazer os cálculos, mesmo quando são meus, quando passo para outro profissional recalcular. Todos devemos estar cientes das nossas responsabilidades e isto não deveria ser diferente com um médico?
Pois Usuário do SUS:
1 - Em momento algum sequer cito que não são profissões, apenas disse que, como profissionais da área de humanas, deveriam prezar pelo bem estar da vida humana que carece de cuidados antes de interesses financeiros. Ajudar as pessoas e ganhar dinheiro não são atos excludentes entre si, desde que se dê atenção ao primeiro. Ninguém é idiota a ponto de pensar que alguém vive de vento e nem de exigir o sacerdócio, aliás, nem o sacerdócio é um estado utópico de abstração material.
2 - Também não comparo nenhum sistema de saúde, simplesmente penso que é bastante óbvio que as más práticas, carteis e agendas ocultas relacionadas a big pharma existem aqui também. Básico!
3 - Inclusive há uma tendência a generalizar, de forma errônea, que críticas justas suscitam a indicação de um (ir) responsável por tudo. ^^
4 - Despois da distorção reiterada de minhas palavras só podia vir o item menos importante: o corporativismo cínico e o extremismo de direita disfarçado. Mais do mesmo.
Aliás, ao mesmo tempo que -até que enfim- some aquela figura do petista ignorante que torce cegamente para o partido, como se fosse um corintiano -independente se o Brasil está perdendo de 10 a zero, o que importa é que o PT está ganhando de meio a 0-, está surgindo a nova figura do extremista de direita tão ignorante quanto, só que mais irascível, visceral e intolerante, que diz que o povo tem mais é que se fuder por escolher um partido assim, tergiversando para o fato que vivemos uma democracia e que é necessário dialogar e dar o melhor de si para que o senso comum saia do esgoto onde se encontra.
Abraços fraternos.
Esta historia dos medicos cubanos é velha. Se não me engano em 2010 a Associação Médica Brasileira fez uma campanha velada e pagou matérias na fox, cnn, nytimes para divulgar os testes que médicos cubanos tinham feitos para trabalhar no Brasil. O que eles não divulgaram é que os testes foram feitos para reprovar todo mundo e os médicos cubanos eram na verdade brasileiros recém formados em Cuba, onde alguns brasileiros estudam segundo ideologia político-partidaria e na Bolivia onde um curso de medicina custa 1 decimo do Brasil. Assim a AMB matou dois coelhos com uma pedrada só: acabou com a fuga em massa para as escolas de medicina mais baratas dos hermanos e também acabou com o programa do medico de família que os medicos brasileiros não aceitam.
Muito pertinente os comentários abaixo do Luiz Felipe, embora tenha divergência em alguns pontos.
1 - Conheço alguns médicos e possuo dois tios que são médicos no interior de um estado do Nordeste, com péssimos indicadores sociais inclusive. Pelo o que acompanho de fontes confiáveis, pelo menos ao meu ver (OPAS/ONU/CFM), os médicos não afirmam escassez profissional, este é um discurso (e mentiroso, por sinal) utilizado pelo governo para justificar a importação indiscriminada de médicos sem passar pela prova de revalidação de diplomas.
2 - Todas as profissões são importantes e possuem influência no cotidiano populacional (direta ou indiretamente), não há sentido em dizer que uma é mais importante que a outra. Globalmente todas se integram, no meu último comentário talvez tenha ficado a impressão de uma valorização maior aos professores e aos médicos, mas ressalto que todas possuem sua importância.
3 - Em todas as profissões há os que ganham mais e os que ganham menos, sejam médicos, programadores, engenheiros etc. Isto não necessariamente está relacionado à competência profissional, mas a múltiplos fatores, estamos inseridos num sistema capitalista/neoliberal e na luta pela sobrevivência cada indivíduo dança conforme a música. Não sei como anda o mercado da programação de softwares (conheço apenas alguns), mas pelo que o Luiz Felipe falou (que acredito ser um programador) falta profissional, mas ao mesmo tempo vejo alguns grandes expoentes bilionários como Bill Gates, Steve Jobs etc, sei que estes são exceções, mas num mundo moderno como o nosso onde quase tudo eletrônico precisa de um programa, há necessidade do programador e ele dá um preço que considera justo ao seu trabalho. Assim como as demais profissões. Se há insatisfação ou se muda de profissão ou se luta por condições melhores/reconhecimento. Acho que é isto.
tldr;
brinks, li tudo
Medicos se dizem em escassez e por isso acham que podem cobrar mais caro. Programadores estao 5 vezes mais escassos, e nem por isso estorquimos nossos clientes.
O mercado controla o preço de alguns serviços em detrimento do fornecedor, enquanto os medicos colocam o preço que eles querem, pois eles tem um cartel e controlam o preço de mercado.
E só porque cuidam da sua saude, medicos acham que são deuses. Talvez seja uma generalização errada, mas que alguns são arrogantes, não se pode negar.
Talvez se medicos ganhasse bem menos, teriamos pessoas mais altruistas e que respeitam a etica, e os podres que só querem saber do dinheiro iriam fazer outra coisa.
Alguns vão dizer que eles ganham mais porque estão lidando com vidas humanas. Deve ser porque lidam diretamente, enquanto um um engenheiro podem fazer caca e matar muita gente, e se um programador faz caca, somente dinheiro é perdido, exceto alguns softwares, como o que controla a dosagem de radiação na maquina de raio X, dai a pessoa morre. Mas quem faz esse tipo de software não ganha mais por isso.
Deve ser porque ninguem percebe, pois é infraestrutura. Programadores tem a chave do mundo moderno e nem por isso agimos com tanta arrogancia, programas movimentam bilhoes de dolares literalmente.
Se eu ganhasse em relação ao valor do que meu software controla, igual um medico ganha em relação a vida humana, eu ficaria rico tambem.
Mas não é assim na programação, nem na engenharia, nem em varias outras profissões. Por exemplo, se meu mecanico esquecer de colocar um parafuso no freio, eu posso morrer, mas nem por isso ele vai ganhar um absurdo pelo serviço dele.
Medico deveria ser uma profissão como outra, mas existe esse status, e isso atrapalha.
E eles tem um cartel que controla o preço, e são unidos e um não faz o serviço abaixo do preço minimo. Logo, o mercado não tem como controlar o preço livremente, igual outros serviços.
Começo a pensar que eles estão certos em controlar o preço, mas divago.
Por outro lado, a industria farmaceutica tem uma maquina de marketing tão mostruosa, que é bem provavel que os medicos estejam sendo usados tambem e por isso eles dão o tratamento menos eficaz.
Talvez o problema nem seja o quanto o medico ganha, nem a excassez de medicos. O problema são as multinacionais impunes que podem fazer o que bem entender, ate porque elas compram a politica facilmente.
Como dizem, o sistema é bruto.
http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=27991
"Posso parecer cínico, mas as farmacêuticas não querem que as pessoas se curem"
Algumas idéias conspiranoicas existem sobre isso.
Admin, costumo acompanhar diariamente seu blog há mais de 03 anos, acho um local interessante para entretenimento e eventualmente matérias de conteúdo político/social. Muito me preocupa se este artigo refletir sua opinião total acerca deste assunto. Sou militar e a opinião que expressarei abaixo (de maneira resumida) pode ser aplicada para as 03 classes mais desvalorizadas deste país (médico,professor e policial).
1 - Ser médico, engenheiro, advogado, policial etc é PROFISSÃO! Ao meu ver algumas com caráter mais nobre como medicina (responsabilidade direta sobre a vida) e o magistério (formador do cidadão e demais profissões), mas nem por isto deixam de ser trabalho para o sustento, afinal ninguém vive de luz e todos pagam impostos.
2 - Não há como comparar sistemas de saúde de países diferentes, pois a realidade econômica é diferente, as doenças são diferentes, o nível educacional é diferente etc. (Sugiro assistir o documentário Sicko SOS Saúde, de Michael Moore, além de outros, porém este é o mais "assimilável" para marinheiros de primeira viagem no assunto sendo direcionado ao público em geral).
3 - Há uma certa tendência a generalização dos problemas nestas 03 esferas: saúde, educação, segurança. E muitas vezes o profissional ponta de lança é quem é responsabilizado.
4- ITEM MAIS IMPORTANTE!!!!!!: Para não tornar o comentário longo e chato quem tiver interesse em saber O VERDADEIRO RETRATO desta manobra política/eleitoral petista recomendo a leitura deste artigo escrito por Francisco Cardoso:
http://charlesfonseca.blogspot.com.br/2013/05/medicina-de-classes-as-tres-medicinas.html
O texto descreve bem a realidade e a falta de empatia de médicos, que mostram total descaso com doentes. Sem sacanagem, estes tempos passei mal e fui a um postinho, o desgraçado não teve a decência de levantar os olhos quando entrei no consultório, me perguntou o que eu tinha. Me receitou uma porra lá qualquer que joguei no lixo pois nem se levantou da cadeira.
Exame de nivelamento pra que se as escolas de medicina estão entre as piores do mundo?
Refleti muito antes de postar aqui. Sou médico (médico e nerd, assumo) e posso dizer que esse texto não reflete a realidade.
Médico já deixou de ser status a muito tempo, talvez no tempo de meus avós, e em relação ao ganho de riquezas, aponte-me um médico que seja rico sem ser empresário, famoso pela mídia ou cirurgião plástico. Ganha-se muito pouco e por isso precisa-se trabalhar muito mais.
inúmeras vezes passei a noite acordado em um hospital operando e, sem dormir um instante, lá ia eu para outro serviço atender e até operar. E isso não é privilégio meu.
Todos trabalhamos além do limite do impensável para uma vida saudável (irônico, né?), jornada de 48 horas semanais? nunca vimos isso. Já bati o carro após mais de cinco plantões dados em sequencia. e conheço uma colega que emendou 120 horas de plantão. (isso, 120 horas).
Isso porque?
Um BOM plano de saúde paga por consulta menos de R$ 50,00, que são pagos após 2 a 3 meses, e em média glosam 5 a 10 % dos procedimentos para economizar e reduzir o que precisam pagar. Um simples cálculo mostra que para receber 5000,00 por mês, são necessárias 100 consultas (voltas não estão inclusas). Isso é uma enormidade! Por isso plantões sobre plantões. Não temos férias, temos de pagar o aluguel do consultório que chegar a cobrar até 75% da renda líquida (parece mentira, mas não é).
Outro fator: o advogado de porta de hospital. Não estou dizendo que não se pode buscar segurança, mas o excesso disso transformou a relação médico-paciente em um campo minado. O médico vê o paciente como alguém que pode eventualmente processá-lo e o paciente vê o médico como alguém que eu posso processar a qualquer momento. Ambos hoje são "inimigos cordiais".
Existem médicos que podem realmente ter pensamentos exclusivamente mercantilistas (até conheço alguns), mas a maioria não o é. Afirmo com convicção. A grande maioria não cobra a consulta se um paciente o procurar dizendo que precisa mas não pode pagar a consulta. Eu o faço. Já operei de graça. Mas não deixo de cobrar porque preciso do dinheiro pra viver. Isso é natural.
Fala-se que medicina é um sacerdócio, mas diferente dos sacerdotes que recebem o sustento de seus templos, nós precisamos nos sustentar.
Um detalhe sobre os médicos cubanos. Podem vir, desde que seja feito exame de nivelamento, pois apesar do folclore de que a medicina cubana é avançada, ela é péssima!!!!! Tive a oportunidade de conviver com estudantes (meses antes de graduação) oriundos de cuba, e afirmo com certeza que tem menos conhecimento que alunos do terceiro ano na maioria dos cursos aqui no Brasil. Muitas pessoas vão MORRER aos cuidados desses médicos com essa porteira escancarada.
Assim concluo, afirmando que não somos mercenários, mas profissionais que precisamos de remuneração justa, como todos os outros.
Dr. *********, Proctologista.
A questão da saúde no Brasil não passa por investimento como o governo apregoa, e sim por um grave problema de investir certo. Não adianta nada injetar na saúde rios de dinheiro e este ser desviado para contas de corruptos, que antes eram no exterior, mas que agora já estão ficando tão tranquilos que investem é aqui no Brasil mesmo.
Izabela, nem sempre.
Conversei bastante com meus irmãos a respeito. Eles não tem uma opinião formada, mas sobre o aborto, tudo se resume a quando a vida inicia.
Tem médicos que acreditam que é quando o sistema nervoso do feto se forma, lá pelo quarto mês.
Tem médico que acredita que é no momento em que o embrião se prende no útero.
Tem médico que acredita que é quando nasce...
O juramento fala em "respeito pela vida humana", então o momento que a vida começa é essencial, e tem tantas opiniões entre eles quanto tem entre pessoas de outras profissões.
Ninguém quer curar ninguém, pois a doença é uma das maiores indústrias do mundo. E também a principal promessa para campanhas eleitorais. Alguém já viu políticos eleitos fazerem algo para melhorar o atendimento seja particular, seja público??? É claro que não!! Quanto a verdadeira cura, basta morrer, aí estamos livres de qualquer doença.
hahaha por isso sempre brinco: um médico do sus sempre quer livrar-se de vc logo, mas o médico privado quer sempre te ver
Vish.
Eles querem é dinheiro, não te salvar. Ninguém quer salvar ninguém, as pessoas querem é dinheiro, se você tem mais de 7 anos e não sabe disso.... tem algo de errado com você.
Eu tenho pai e mãe médicos, e, para melhorar, meus dois irmãos - com quem vivi durante toda a faculdade e um pouco além - são também médicos.
Os médicos não querem que sejam "abertas as porteiras" do Brasil para médicos de fora porque médicos de fora simplesmente não possuem a qualidade daqui. É fácil ver isso com as provas que existem no país para habilitar estrangeiros a exercer a medicina aqui - seus índices de reprovação são superiores ao da OAB, sem nem um terço das críticas quanto ao conteúdo exigido.
Diz minha família que nada é pior do que pegar um plantão depois de um médico ruim... tem que dar conta do trabalho que surgir durante o seu plantão e ainda arrumar tudo o que foi feito no plantão anterior.
Quanto à possibilidade de ir para cidades menores, existem alguns fatores:
1) infraestrutura. Nenhum médico quer ser obrigado a trabalhar sem o mínimo de infraestrutura e apoio, já que isso aumenta a possibilidade de alguma coisa dar errado com o paciente e, é claro, o médico ser processado por isso;
2) valores. Nenhum médico quer deixar tudo o que conhece, amigos, família, para ganhar pouco em uma cidade pequena, sabendo, ainda, que terá de trabalhar muito.
3) pessoal qualificado: Nenhum médico vai querer aguentar o tranco de cuidar de uma cidade pequena sozinho ou com poucos médicos auxiliando, e, ainda, com poucos enfermeiros qualificados. Mais uma vez, isso aumenta o risco de erros, e, com os erros, de processos, além de aumentar, e muito, o stress do profissional.
É verdade que a medicina é uma das profissões mais "romantizadas". Trata-se da vida humana, um bem extremamente precioso, e não pode ser só uma profissão.
Mas também não pode ser feita só por amor. Para se formar médico é preciso de MUITA dedicação e, muitas vezes, de muito dinheiro. Não dá pra querer que os médicos trabalhem apenas por amor à profissão...
Veja bem... Medicina deveria ser uma profissão exercida por vocação.
Por algum motivo que eu desconheço, esta profissão se tornou uma forma de status, com altos salários e todas as pompas possíveis. Aí a vocação deu lugar a ganância. Você vê uma pessoa que sempre quis ser médico, mas que não pode porque o curso é muito caro, e vê alguém que só decidiu ser médico por causa do status e para fazer um carimbo com o seu sobrenome bonito.
Roooaaaarrrrrr... DESOCUPADO...
Quando vou a um médico... me sinto um vagabundo e desocupado pois chego a ficar mais de hora aguardando o "médico" atender...
Quanto aos medicamentos para uso eterno, isso é certo... Dentistas ? bem, duvidooooo que uma simples bactéria que causa cáries não possa ser combatida e eliminada... Se eliminarem, acaba a profissão né????
Somos verdadeiros OTÁRIOS nas mãos da "saúde"... Eu tinha uma infecção de garganta crônica. Fiz inúmeros tratamentos e gastei uma verdadeira fortuna em antibióticos (isso que indústria quer mesmo né?). Um dia, estava em Maringá e uma amiga me levou a um especialista que disse "Sua garganta nem com cirurgia, mas vamos tentar esse medicamento chamado Munolan. É um comprimido com bactérias tratadas que irão dar um up em seu sistema imunológico.". Fiz tratamento e fiquei quase 15 anos sem qualquer indício de nova infecção... medicamento custava em torno de R$ 5,00... Barato né?? Recentemente infecções retornaram e fui procurar o Munolan... BINGOOO... Tiraram do mercado... Não fabricam mais...
SACANAGEEEMMMM.... PURAAAA SACANAGEEEMMMM....
"Posso parecer cínico, mas as farmacêuticas não querem que as pessoas se curem"
Eu poderia dizer que a terapia gênica mudaria isso radicalmente, mas como até os genes já possuem "proprietários", esquece.
Depois leio
Mais uma englobada pelo capitalismo.