Se hoje o esporte tem esta bela característica de confraternização, se hoje comemoramos a raça humana quando Usain Bolt bate um novo recorde, em seus primórdios muito provavelmente não foi assim. Acredita-se que o esporte surgiu da necessidade dos povos, antagônicos ou não, exibirem as habilidades de seus guerreiros em campo de batalha sem a necessidade de uma guerra. Assim, provas e provas foram surgindo. |
O início de todas as modalidades é como uma torre de Babel, com cada um exibindo uma forma diferente para conquistar os mesmos objetivos, mas com a passagem do tempo as técnicas vão se apurando e só permanece a que melhor favorece o esforço do atleta. Foi assim com o giro de corpo no lançamento do disco e do martelo, com o levantamento das pernas na corrida com obstáculos, na não respiração nos 50 metros livres, no peixinho do vôlei e por ai vai. Todo esporte tem alguma técnica, muitas vezes, sutil, que permite melhorar seu rendimento.
Exatamente por isso me parece incrível que, em tempos de alta tecnologia no esporte com equipamentos e roupas desenhadas para ter melhor penetração dinâmica, evitar suor e aumentar o rendimento, vejamos um grupo de atletas mostrar alguma coisa totalmente diferente do que estamos acostumados a ver, como o antigo esporte de saltar camelos da tribo Zaraniq, na costa oeste do Iêmen, ou como a técnica do salto em altura que é mostrada no vídeo que ilustra este post.
Não é novidade para ninguém que os quenianos são os maiores corredores de prova de fundo do mundo, nem que os Masai tem uma dança ritual que privilegia o salto. Mas daí a ver jovens de pé no chão, sem treinamento específico dando saltos de mais de dois metros é outra coisa bem diferente. Aqui vemos alunos de uma escola de ensino médio no Vale do Rift do Quênia, especificamente na cidade de Mosoriot, em fevereiro passado.
Há quem diga que se eles superam os dois metros dessa forma, com facilidade superariam o recorde de 2.45 m de Javier Sotomayor, que no mês que vem completará 20 anos. Mas talvez (e somente talvez) não seja tão simples assim. O fato é que eles conhecem esta técnica e para saltar de costas deveriam reaprender tudo o que sabem. De qualquer forma, ao que tudo indica, iriam longe, ou melhor, alto.
Esta é com certeza a personificação do ditado "O céu é o limite". O limite não é um homem negro em um canto esquecido do Quênia. O limite não é a falta de equipamento moderno para treinamento ou a falta de uma alimentação balanceada. O limite está longe de ser visto, ele está lá dentro em um cantinho de nós, tímido, esperando para explodir, correr, saltar e fazer o que você bem quiser. Um dia, espero, dar um salto tão grande e magistral quanto ao desses garotos.
P.S.: A música é Young Man de Mr. Israel.
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Comentários
Assim que deveria ser os saltos olimpicos. Se quiser pular de costas, tudo bem, mas sem cochao.
estilo "velha escola" era assim o salto em altura antes da nova técnica que é de costas.
VAI BRASIL!!!
verde e amarelo so que nao..
Voaaando :D Kkk
Tá louco... Muito bom.
Uma mistura de voadora com salto carpado. Legal.
Queria o link da música..... Parabéns pelo post, muito interessante (como sempre)