Farol, o curta

Os asiáticos sabem fazer filmes melodramáticos como ninguém, como todos já vimos em obras magníficas como"Kiss - Because I'm a Girl, um clipe musical que já fez metade do mundo chorar. Da mesma forma eles são muito bons em misturar enredos simples com desenhos de traços simples para contar uma baita de uma história como é o caso do curta de animação, dica do nosso amigo Nyew, Lighthouse, simplesmente um primor.

Nós publicamos este curta no início de 2010, mas seu diretor, o taiwanês Po Chou Chi, pediu gentilmente sua retirada e inclusive nos enviou um e-mail dizendo que o filme, naquele momento, estava no círculo de concorrências de festivais e que logo que acabasse liberaria o compartilhamento na rede.

O genial Po Chou Chi, hoje radicado em Los Angeles, não usou nenhuma palavra no curta. Mas a falta delas é recompensada com um monte de sutilezas e simbolismos para contar a história da relação entre um pai e seu filho, e como o respeito só faz crescer em um lar onde as relações são cultivadas com amor.

Nos 7 minutos e pouco, que dura o filme, acompanhamos os primeiros passos, o aprendizado, o momento da partida, a hora da volta e a implacável mão do tempo. As metáforas de Lighthouse são infinitas, a começar pelo próprio título, Farol é o porto seguro, o local que dá o sinal dizendo que está tudo ok, pode ser também o lar onde encontramos aconchego no abraço paterno.

Po Chou Chi criou esta incrível e sensível obra de arte quando fazia mestrado em Belas Artes na Universidade da Califórnia em Los Angeles, e, não à toa, ganhou dezenas de prêmios internacionais nos mais de 50 festivais de cinema dos quais participou.

Lighthouse, como você bem pode imaginar, foi dedicado ao pai de Po Chou Chi. O piano que dá as cores ao filme é obra de Chien Yu Huang.

A mensagem ao final também é muito pertinente: é possível aproveitar a experiência de um fim e fazer dela um novo começo.

Falando nisso: já abraçou seu pai hoje?