Tente imaginar todas as suas coisas dispostas em um só lugar. Para algumas pessoas nesse mundo esta experiência pode resultar em uma foto com um pedaço de pau ou um galão velho, enquanto outras provavelmente encheriam um estádio e ainda faltaria espaço. Propondo uma reflexão sobre o materialismo exacerbado dos dias atuais, o fotógrafo chinês Huang Qingjun explora este tema em sua série de fotos chamada "Jiadang" ou "Coisas de Família". |
Durante os últimos 10 anos, Huang viajou comunidades rurais da China e capturou imagens de famílias com seus pertences domésticos cuidadosamente dispostos ao ar livre, geralmente em frente de suas casas. Com este projeto, Huang procura retratar a vida de pessoas que vivem em áreas rurais remotas, longe das grandes cidades onde a riqueza é o fator social mais importante.
Suas fotos mostram a simplicidade das necessidades básicas das pessoas: a grande maioria deles tem algumas cadeiras, gavetas, baldes e vasos. No entanto, também podemos ver o impacto da modernização, pois quase toda família tem uma televisão por satélite, um DVD ou um telefone. Como o próprio fotógrafo diz:
- "No início, a maioria das pessoas pensou que eu estava propondo algo anormal. Quando expliquei que eu queria montar uma foto, que envolveria levar tudo para fora de sua casa e montar um conjunto, tive que dar um monte de explicações. Mas quase todos eles, quando perceberam o que eu estava tentando fazer, entenderam e cooperaram bastante".
Agora, devido ao sucesso da série, Huang Qingjun está considerando uma nova abordagem que poderia apresentam retratos de classes mais altas da China.
Uma curiosidade: em 1950, quando perguntaram a famílias chinesas quais seriam seus sonhos de consumo ou "si da jian", que pode ser traduzida literalmente como "quatro grandes coisas", os quatro objetos que cada família gostaria de ter eram, nesta exata ordem: uma máquina de costura, uma bicicleta, um relógio de pulso e um rádio. Ao longo das décadas a lista evoluiu e na década de 1980, já sonhavam com uma TV, máquina de lavar roupa, panela de arroz e uma geladeira e hoje a frase se tornou uma gíria para qualquer objeto desejável.
O projeto de Huang se parece um pouco com o da fotógrafa sueca Sannah Kvist's, intitulado "Tudo quanto tenho", que mostramos no MDig em abril de 2012. A diferença é que a série de Sannah retrata estudantes suecos ao lado de seus pertences, evidenciando, em sua maioria, que nesta época ainda não há muita preocupação em ter muitas coisas supérfluas.
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Comentários
dá pena, pensando na minha casa e na minha vida acumulando tanta coisa que podia ser usado por outros, sapato então nem se fala, bateu um certo peso na consciencia
Uns aramarios tudo caindo aos pedaços, não é aconselhavel retirar do lugar.
Pensei o mesmo. V
Muito muito legal. São lindas fotos.
Fazer esse projeto deve ter sido incrível, ter conhecido tantas famílias e conhecer as pessoas. Só deve ser uma chateação tirar e colocar móveis do lugar.
Famílias simples.
Eu tambem gosto. Mas não achei tão poucos bens como em outras compilações que apareceram. Até que dá para viver bem.
Se fosse colocar tudo que eu tenho de verdade, acho que daria para fazer um 3x4... E olhe lá!
Gosto dessas compilções.