Sam Zell é um multimilionário líder de uma poderosa empresa de investimentos, além de ser o número 110 da lista da Forbes. Pese a isso, segundo dica do amigo Roger Laz, via e-mail, Sam não só afirma que o 1% dos mais ricos entre os ricos estão sendo objeto de uma "política da inveja", senão que disse em entrevista à Bloomberg Television que esta política é semelhante à perseguição nazista contra os judeus europeus durante a Segunda Guerra Mundial. |
O investidor de 72 anos, que construiu um império comprando empresas falidas e reerguendo-as, se junta a Tom Perkins -outro multimilionário- que afirmou em uma carta aberta recentemente que o 1% da elite de milionários do mundo estão enfrentando uma perseguição similar à dos judeus, cercados entre algo como o estigma social por serem muito ricos e os impostos que devem declarar ao governo. Em frente a isto, Zell comentou em entrevista com a jornalista Betty Liu que o 1% efetivamente está sendo perseguido porque "é politicamente conveniente fazê-lo".
As declarações, lógico, são pontuais e vem de encontro ao recente relatório da Oxfam, uma ONG cujo objetivo é reverter a pobreza, que indicou que somente 85 pessoas possuem a mesma riqueza que a metade economicamente menos favorecida de toda a população mundial, e mais: o 1% da população mais rica do mundo equivale a algo em torno de 110 trilhões de dólares, que é 65 vezes a soma total dos bens da metade inferior da população do mundo.
Segundo palavras do próprio Sam Zell:
- "O problema todo é que o mundo e este país deveriam parar com esta inveja sobre o 1%. Em vez disso deveriam emular o 1%. O 1% trabalha duro, nosso dinheiro não cai do céu. Estar no 1% exige bem mais fatores em todas as formas de nossa sociedade."
É bem verdade que há um certo sentimento de inveja em relação aos ricos, e que a maioria deles trabalham sim pesado e com honradez para escalar o status social, e não existe nenhum demérito em fazer isso (escalar). Apelar para o "enunciado de Godwin" usando o argumento rasteiro e superficial, no entanto, de que os milionários são vítimas de perseguição por causa de suas fortunas demonstra uma grande dose de cinismo, principalmente quando esta afirmação sai da boca de um especulador imobiliário como este homem.
Sam Zell já andou investindo no mercado imobiliário brasileiro, mas já se mandou de "mala e cuia" antevendo a bolha, que, segundo os especialistas, logo logo deve estourar -não é possível que estes apês simples do Minha Casa Minha Vida, custem esta dinheirama toda-.
A riqueza do 1% é resultado de uma boa administração financeira e é legal, mas isso não demonstra que o 1% "trabalhe mais duro". De jeito nenhum! Demonstra sim que têm melhores advogados e melhores empregados que realizam a dura conversão de capitais por eles todos os dias.
Concluindo: volto a calcar no assunto da comparação com o regime nazista, que é sintomática da maneira como alguns ricos são capazes de vitimizar-se para justificar que nosso sistema econômico siga permitindo as desigualdades sociais abissais, e que, de maneira irônica, os mais poderosos sintam-se os mais vulneráveis. Tadinhos!
Fonte: CNN.
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Comentários
Agora só falta a proxíma geração e Hitler virar igual só
que vai ter mais tecnologia,ai os judeus se ferraram.
Vou votar para, na próxima encarnação, se houver, que eles venham podres de pobre....
:-/
Coitado...
Té me deu pena, agora...
:-/
O erro é pensar que os ricos são todos iguais. Tal como os pobres, que são pobres por inúmeros motivos, os ricos também chegaram a esse estatuto por diversos caminhos. Uns porque tiveram sorte, tiveram uma boa e original ideia, herdaram a fortuna ou são artistas de sucesso; outros, porque exploraram o seu semelhante de forma selvagem ou corromperam o Estado onde vivem em seu favor.
Acho tão importante saber como se enriqueceu como a forma como é usada essa riqueza - se é para ostentação imbecil ou, pelo contrário, para a usar em benefício da comunidade.
Acho bem mais útil à humanidade que um único bilionário use de forma racional o seu dinheiro em instituições solidárias e em investimento na Arte ou na Ciência, do que um milhão de pobres torrando seu dinheiro em frivolidades, dízimos às seitas religiosas, álcool ou no seu atavismo a uma confortável mediocridade.
Trabalho interno é ótimo!
Para entender um pouco o que é fazer fortuna com empresas de investimentos sugiro a leitura do livro "O Sequestro da América" de Charles Ferguson ou, ao menos, que assistam o premiado documentário do mesmo autor "Trabalho Interno" (Oscar de melhor documentário em 2011). Esses caras não são apenas milionários, mas bilionários. Matematicamente a diferença é simples: para torrar uma fortuna de US$ 1 milhão de dólares, gastando US$ 1,00 por minuto, você levará 23 meses e um pouquinho para concluir a empreitada; mas se a sua fortuna for de US$ 1 bilhão de dólares, levará um pouco mais, ou seja mais de 1900 anos, ou algumas vidas... E o processo inverso? Como é possível acumular toda essa fortuna em uma única existência???
"Coitados!"
Eu concordo com o que o LukeSchimmel escreveu em parte. Só acho que há muitas maneiras de se fazer meios ilegais parecerem legais.
Por que as pessoas são tão... <i>biased?</i>... contra pessoas ricas? Se é rico é rico porque é ladrão e não porque fez alguma coisa genial ou inovadora como a maioria dos ricos fazem. Rico que é rico por meios ilegais não aparecem em listas, acredite.
Ao menos um investimento em campos de extermínio para ricos custaria bem baratinho, né? 85 pessoas mal enchem uma sela de penitenciária nos padrões brasileiros.
Taí... quem mandou ele dar a ideia?
"Demonstra sim que têm melhores advogados e melhores empregados que realizam a dura conversão de capitais por eles todos os dias"
Nisso eu discordo demais, parece que quem é rico não o é por mérito - próprio ou de seus pais, avós, etc - mas apenas por "explorar" os outros.
Também acho um absurdo a comparação com o nazismo. Não chegou a esse ponto, claro.
Agora, não consigo crer que esse descontentamento desse 1% a políticas extremamente pesadas em seu patrimônio seja vontade de impedir outros de sair da pobreza, mas apenas a crença de que o dinheiro é deles, foi conquistado por eles (e de forma justa, até que se prove o contrário) e não é correto querer retirar, ainda que através de impostos altíssimos.
Além disso, a inveja a quem consegue dinheiro é algo palpável. Se você junta seu dinheiro e compra algo caro que deseja (fiz isso um ano, salvei todo mês pra comprar um ipad) logo vem gente falando "nossa tá rica, ehn!" naquele tom pejorativo.
Não só isso, parece que ser pobre é uma virtude. Crescer na vida através de trabalho até parece um bom objetivo, mas, se a pessoa consegue, logo é estigmatizada.
Esse tipo de "cultura" brasileira impede o crescimento, já que a vitória não é realmente celebrada, se não, diminuída...
Os dois lados têm suas reclamações.