Engenheiro da Toyota morre por excesso de trabalho

Um despacho de advogados japoneses tornou público o último caso de um trabalhador morto por excesso de trabalho no Japão, um país onde fazer horas extra é mais que o habitual. O trabalhador, de 45 anos, era um engenheiro da fabricante de carros Toyota que trabalhava sob uma grande pressão no desenvolvimento de uma versão híbrida do modelo Camry, disse Mikio Mizuno, representante da viúva, informa a agência AP.

A identidade do falecido não foi revelada por decisão da família, que reside na localidade de Toyota, onde está a matriz da fabricante de automóveis do mesmo nome.

Nos dois meses anteriores a sua morte, o homem fez uma média de mais de 80 horas extra ao mês, segundo Mizuno.

O engenheiro trabalhou regularmente durante a noite e os fins de semana, foi enviado com freqüência ao estrangeiro e ficou encarregado de apresentar um modelo no Salão Internacional do Automóvel de Detroit quando morreu de uma isquemia em janeiro de 2006.

A filha do homem encontrou-o morto em seu domicílio um dia antes de sua viagem ao Estados Unidos. Num comunicado, a Toyota Motor Corp. ofereceu suas condolências e disse que trabalhará para melhorar a supervisão de saúde de seus funcionários.

O Japão se esforça há anos para reduzir as mortes por excesso de trabalho, um fenômeno existente há décadas e conhecido como "karoshi". Tais mortes foram aumento paulatinamente desde que o ministério de Previdência reconheceu o fenômeno em 1987.

No ano passado, um tribunal do Japão condenou o Governo a pagar uma indenização a Hiroko Uchino, a esposa de um empregado da Toyota que morreu com 30 anos em 2002. Ela levou o caso ao tribunal federal após sua reclamação, ante os organismos locais, ter sido recusada.