Descubra como o deserto do Saara mantém viva a selva amazônica

Talvez você possa achar impossível que o deserto do Saara tenha alguma influência na selva amazônica. Afinal são ecossistemas praticamente opostos e se encontram a milhares de quilômetros de distância. No entanto, você pode se surpreender ao descobrir que o Saara cumpre um papel fundamental no equilíbrio ambiental da Amazônia. Soa raro dizer, mas o deserto do Saara é um dos grandes responsáveis pela sobrevivência da selva da Amazônia.

A primeira vez que li sobre o tema não pude deixar de duvidar que a relação entre dois lugares tão diferentes e tão afastados geograficamente fosse assim tão próxima.

O Saara é o maior deserto de areia do mundo. Ocupa praticamente todo o norte do continente africano, concretamente 3,6 milhões de quilômetros quadrados e está em constante crescimento. Seu solo é majoritariamente infértil e árido, ainda que numerosas espécies vegetais cresçam nele em determinadas zonas, aproximadamente 1200.

Resulta difícil pensar como um lugar tão inóspito pode ser em parte responsável pela enorme abundância de vida da Amazônia. A resposta está na composição química do solo e nas correntes de ar transoceânicas.

Segundo as observações da NASA, em média, a cada ano voam 182 milhões de toneladas de pó desde o deserto do Saara para o Brasil. Dessa quantidade, 27 milhões de toneladas vão parar diretamente na selva.

Mas por que é tão importante o pó do Saara? A chave está no fósforo presente no solo do deserto, que é um nutriente fundamental para o desenvolvimento e crescimento da vegetação, e é muito escasso em regiões tropicais. Segundo os especialistas, a quantidade anual de pó que se translada para a selva depende das chuvas do Sahel, a zona semi-árida do sul do deserto.

Quanto mais seca esteja a zona do Sahel, mais pó do Saara viaja para o Brasil e portanto mais fósforo chega à selva amazônica. Enquanto, quanto mais úmida a zona do Sahel, menos pó viaja. Impressionante, né?

Fonte: NDig.