Fazer contato visual, algo quase inevitável dentro de um ônibus lotado ou paquerar uma linda moça no barzinho com música ao vivo, são agora missões quase impossíveis já que quase todos em nossa volta estão sendo sugados pelas telas tácteis dos smartphones, enquanto verificam as atualizações de seu Facebook, matam zumbis digitais ou alinham doces coloridos no jogo do demônio. A nossa exponencial dependência crescente sobre os dispositivos de informação constantemente presos às nossas mãos foi a inspiração para a série Sur-Fake, do artista Antoine Geiger, que questiona este vício, que já tem até nome próprio: nomofobia. |
A foto-série é formada por um grupo de imagens digitais alteradas retratando pessoas aleatórias sendo sugadas para as telas de seus telefones.
As fotografias mostram crianças, homens de negócios e turistas, com o rosto completamente perdido, absorvido pelos portais onde trocamos nossas almas para postar selfies, enviar e-mail e perder um dia inteiro em jogos sem nenhum sentido.
O borrão imposto pelo Photoshop mascara completamente qualquer emoção, uma vez vista nos rostos das pessoas, fazendo com que cada um pareça um zumbi desalmado. Com esta alteração do corpo, o artista explica que o projeto é "...colocar a tela como um objeto de subcultura de massa alienando a relação com o nosso próprio corpo, e mais geralmente com o mundo físico".
Fonte: Antoine Geiger via Happiness.
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Comentários
O uso do celular em excesso atualmente deixou as pessoas EGOCÊNTRICAS, EGOÍSTAS, que olham para o seu próprio umbigo, deixando de aproveitar de ver ao vivo a vida como ela é! Minha opinião
Discordo totalmente.
Os celulares ou smartphones são atualmente um complemento da vida humana. Para uns é essencial, para outros é útil ou lúdico. Somos as primeiras gerações de humanos a ter o mundo nas mãos, um mundo a caber no bolso, por isso, pobres ou ricos, inteligentes ou menos inteligentes, estamos maravilhados com essa magia.
Os nossos pais, avós e alguns de nós pertencem também aos primeiros grupos de humanos que tiveram em suas casas uma fascinante janela para o mundo exterior, a TV, e durante décadas essa janela deu a milhões e milhões de humanos uma percepção do mundo e da vida que ninguém se atreve já a questionar. Um luxo que, em milênios, nem os mais ricos, poderosos ou sábios antepassados puderam usufruir.
O problema surge no excesso e na dependência. Com o tempo as coisas assentam e normalizam para a maioria.
As fotos contornam o pormenor de estarmos ainda na alvorada da tecnologia e que é natural que a natureza humana se sinta fascinada. Continuamos humanos se continuarmos fascinados por tudo o que é "mágico". Com o tempo esses objetos nos tornarão diferentes. Para melhor ou para pior, isso será avaliado pelos humanos do futuro.