A Colina das Cruzes na Lituânia

A mais ou menos uns 15 km da pequena cidade lituana de Siauliai, a paisagem é subitamente interrompida por algo bastante surpreendente: milhares e milhares de cruzes estão dispostas sobre uma pequena colina. Bem como simbolizando a devoção cristã profunda de muitos lituanos elas também são um testemunho de luta da nação báltica contra a opressão. O aparecimento das cruzes remonta ao século XIII, logo após a cidade ser fundada. Desde então, há sempre um número variável de cruzes no local.

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Via: Dalbera

Em 1831 no levante contra a Rússia, a Colina das Cruzes tomou um cunho político, além do religioso. As cruzes foram colocadas ali para celebrar os rebeldes mortos e desaparecidos desse período e até no início do século XX, havia 150 cruzes. Por volta de 1940 havia 400. Hoje, existem mais de 100.000.

1940 foi um divisor de águas para a Lituânia. O país havia desfrutado pouco mais de 20 anos de independência desde a Primeira Guerra Mundial, embora tenha sido um período preocupante, marcado por disputas territoriais com seus vizinhos e um golpe de Estado em 1926. No entanto, após a invasão da Alemanha nazista na Polônia, em 1939, as coisas estavam prestes a ficar muito piores para a Lituânia.

A União Soviética fez um pacto com a Alemanha, que dividiriam os países entre eles. Devidamente, a Lituânia foi anexada primeiro e ocupada pela URSS em 1940. Depois do acordo a Alemanha simplesmente ignorou e também ocupou o estado Báltico em 1941. Três anos mais tarde, quando os alemães se retiraram, a União Soviética, mais uma vez ocupou a Lituânia. Ao longo dos quatro anos de ocupação dos tempos de guerra, a Lituânia perdeu 15% de sua população, incluindo mais de 90% de seus compatriotas e mulheres judias. O país só foi capaz de restaurar a sua independência 46 anos depois, em 1990. No entanto, durante todo esse tempo a Colina das Cruzes perseverou, de uma forma ou de outra.

O monte das cruzes pode parecer um grande caos pandemônico, para dizer educadamente, mas essa é a natureza do lugar. Ninguém toma conta do local e qualquer visitante -inclusive você se for lá- pode deixar quantas cruzes e onde quiser. Muitas vezes, os peregrinos colocam uma mensagem suplicante em sua cruz detalhando as graças que buscam em suas orações.

Quando alguém não acha lugar para colocar a cruz, simplesmente empilha em cima de outra e assim sucessivamente. Os lituanos persistiram em suas peregrinações à Colina das Cruzes como uma tentativa obstinada de manter a sua identidade, tanto religiosa quanto cultural, sob o comunismo. A Colina foi demolida três vezes durante a ocupação soviética do país.

Incrivelmente, havia até mesmo um plano para construir uma barragem no rio nas proximidades, que faria com que a Colina das Cruzes desaparecesse debaixo de cinquenta metros de água. O projeto, no entanto, foi considerado muito caro apenas para remover esse particular espinho para as autoridades soviéticas. Sempre que era demolida, não demorava muito para que as primeiras novas cruzes brotassem aqui e acolá.

A restauração da independência não foi o fim dos problemas do país como seus cidadãos esperavam. A Lituânia deu o passo corajoso em 11 de março de 1990 para ser a primeira república soviética a declarar independência, mas a União Soviética respondeu com um bloqueio econômico e um ataque contra a torre de TV da capital, Vilnius.

No entanto, em setembro de 1991, a Lituânia se juntou à Organização das Nações Unidas e, dois anos depois, em agosto de 1993, finalmente as últimas tropas soviéticas deixaram o país.

Apenas um mês após, o Papa João Paulo II visitou a Colina das Cruzes. Ele declarou que o lugar era algo que todo lituano já sabia: uma casa de esperança, paz, amor e sacrifício.

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Via: Expectmohr

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Via: Expectmohr

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Via: Stanislaus Mueller

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Via: Ezioman

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Via: Ezioman

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Via: Patrina_io