Hoje em dia e desde faz algumas décadas, fala-se muito do culto ao corpo que impera nas sociedades ocidentais, de verdadeiro ideal de beleza que ideologicamente se tenta impor na maioria e das características de nosso físico que, supostamente, todos estamos obrigados a cumprir ou pelo menos a aspirar. Isso existe, sem dúvida, em boa medida porque serve como o correlato funcional de toda uma maquinaria de produção e consumo focada no corpo: roupa, perfumes, cosméticos, academias, suplementos alimentares, etc. |
No entanto, não menos verdadeiro é que se a gente consegue se desprender desse discurso dominante, é possível olhar o bem-estar do corpo não como uma derivação do modo de vida capitalista senão, em termos mais elementares e até um pouco subjetivos ou filosóficos, como um efeito lógico de uma vida levada em plenitude.
Em sua Teoria do corpo apaixonado, Michel Onfray assinala como no desenvolvimento da filosofia de Ocidente -dominada pelo platonismo e depois pelo neoplatonismo do qual se apropriaram os teólogos católicos- a atenção do corpo passou a segundo termo, como se fosse algo que não merecesse cuidado e inclusive chegando ao extremo de mortificá-lo e limitar seus prazeres.
Mas não é esta uma perspectiva equivocada? Afinal, nosso corpo é o veículo do qual dispomos para experimentar o mundo, e não em poucos casos a qualidade de dita experiência está relacionada diretamente com a saúde física da qual gozamos.
Uma prova mais ou menos elementar dessa hipótese encontra-se nas fotografias que compartilhamos neste artigo, que mostram Yasmina Rossi, uma modelo de 61 anos que, contra aquilo que poderíamos supor por causa de sua idade, possui um corpo saudável, no sentido mais amplo desta categoria.
As imagens são parte da campanha publicitária de uma marca de trajes de banho, onde buscam mostrar que os corpos existem para além da hipersexualização com que estamos mais ou menos habituados a vê-los.
Assim mesmo, e talvez isto seja o mais importante, deixam ver também que o bem-estar é uma espécie de obra de arte que deve ser executada ao longo de toda a vida. Neste caso específico, Yasmina, como já mostramos em outro artigo, é uma mulher que cultivado a eudaimonia: é artista, viajou o mundo, consome alimentos naturais e orgânicos (muito antes de se tornarem modinha) e, em geral, cuida de si.
Se logo acima fazemos alusão à filosofia não é por acaso. Entre os antigos gregos, um elemento imprescindível da vida plena era a saúde do corpo. E talvez ao ver estas imagens podemos entender por que o faziam.
Fonte: Huff Post.
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Comentários
Tenho 63 e meus cabelos não estão assim , tenho muito fio escuro ainda nem minha pele, estou mais conservada , um pouco de banhinha na barriga e só kkkk
Corpo bonito nem sempre é sinal de saúde. Conheço duas pessoas com corpos ótimos e com colesterol à beira do abismo.
Isso com certeza é uma conquista a longo prazo, escolhas certas e muita genética à favor.....impressionante.....
Não sei por que tanta comoção. É tomar uma colher de formol em jejum por 50 anos, uai!
Deslumbrante.