O primeiro ser humano que viajou ao espaço foi o soviético Yuri Gagarin em 12 de abril de 1961. 8 anos depois, em 20 de julho de 1969, Neil armstrong converteu-se no primeiro homem a pisar na lua. Destes 2 fatos já decorreram mais de 45 anos. Atualmente, com algumas tantas missões espaciais realizadas, segue sem estar muito claro como as viagens espaciais afetam o corpo humano. O principal motivo é que não havia sujeito de controle na terra que servisse para comparar os resultados em órbita, até agora. A chegada dos irmãos Kelly à NASA abriu uma nova via de pesquisa. |
Scott e Mark são gêmeos idênticos. Isto quer dizer que seu material genético é exatamente igual. Faz quase um ano Scott foi enviado para passar 340 dias na Estação Espacial Internacional (ISS) enquanto Mark permanecia em terra.
O objetivo era estudar as mudanças provocadas no corpo humano pela falta de gravidade durante um longo tempo e a exposição aos raios cósmicos. Ao poder comparar suas análises com os de seu irmão poderia ser identificado muito melhor os sintomas.
Bem, pois Scott já está de volta na Terra e as primeiras consequências começam a aparecer. Para começar o gêmeo espacial agora é 5 centímetros mais alto que seu irmão. Isto era um efeito esperado pelos cientistas. A falta de gravidade favorece que a coluna vertebral se estique proporcionando esses 5 centímetros extras.
De toda a formas esta mudança é apenas temporal, já que ao voltar à terra o peso da gravidade não demorará em roubar esses 5 centímetros. Isto servirá para estudar se ademais, existe algum efeito secundário na coluna.
Mas a mudança que mais surpreendeu os cientistas tem a ver com o DNA de Scott. Depois de sua longa estadia na microgravidade, esperava-se que os telômeros de seus genes encurtassem. O que aconteceu foi todo o contrário, se alongaram, ainda que só de forma temporária.
Os telômeros são os extremos dos cromossomos. Conforme o indivíduo vai envelhecendo esta parte de seus genes vai encurtando. Cada vez que uma célula se divide seus telômeros encurtam um pouquinho mais. É uma espécie de indicador de longevidade.
Do mesmo modo descobriram que a metilação do DNA de Scott reduziu em comparação com a de seu irmão. A metilação é, a grosso modo, a forma em que o gene desativa certas zonas de nosso DNA que não precisam ser copiadas. Isto acontece porque o corpo identifica algumas proteínas codificadas nessas seções que não são úteis nem precisam ser replicadas.
Também observaram mudanças similares aos produzidos pelo estresse. Tanto em sua conduta como a nível fisiológico. O trabalho dos cientistas agora é descobrir quais destes sintomas foram provocados pelo estresse de viver no espaço, a comida que ingerem, a estadia em gravidade zero e quais por outros fatores.
Por enquanto continuam a observar a evolução de ambos os irmãos. Seguramente em 1 ou 2 anos terão os resultados definitivos de todas os testes. Até então irão liberando pouco a pouco as descobertas mais importantes que vão sendo realizadas.
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Comentários
Estranho...o viajante espacial parece pelo menos uns 5 anos mais novo que o irmão gêmeo!
Hum... Preciso compartilhar isso numa mensagem pra uma amiguinha que vive criticando as viagens espaciais.
Imagina quantas boas descobertas e avanços em várias áreas conseguirão ao final das pesquisas!