A história de Adrian Solano é surrealista, dramática e emocionante. É uma das mais interessantes na história dos Campeonatos Mundiais de Esqui Nórdico, celebrados desde 1924. Sua participação no atual Mundial de Lahti, na Finlândia, foi tão desastrosa que os olhares do mundo inteiro se centraram sobre ele. Solano é venezuelano, onde a única possibilidade de ver neve é escalando uma enorme montanha dentro da Serra Nevada de Mérida, ao oeste do país, em que -se tiver sorte- é possível tocar a neve ao atingir os 4.900 metros de altitude. |
Solano, que vive na ardente cidade de Maracaibo, treinou utilizando um esqui sobre rodinhas. Sua preparação contemplava um mês de adaptação na Suécia, onde usaria pela primeira vez um esqui para neve e se aclimataria às baixas temperaturas. Mas sua odisseia estava por começar. Na Venezuela não recebeu apoio de ninguém e precisou da ajuda do único esquiador do país, César Baena, para conseguir uma passagem aérea a Suécia, de onde depois iria à Finlândia. Mas ele levava míseros 100 reais no bolso para sua viagem.
O caso é que na França ele foi detido pelas autoridades migratórias do aeroporto, quem não achavam que ele fosse um esquiador profissional nem muito menos que participaria do mundial de esqui na Finlândia. Ele ficou preso por 5 dias e depois foi deportado por não ter suficiente dinheiro. Esse incidente custou a Solano um mês de treinamento na Suécia sobre a neve.
A notícia correu o mundo e chegou até o apresentador finlandês Aleksi Valavuori, que criou uma conta GoFundMe onde conseguiu arrecadar 4.555 dólares, para ajudar Solano. Graças a essa ajuda ele conseguiu viajar a Lahti e, praticamente, teve-se que descer do avião direto às pistas.
Durante a prova de 10 quilômetros, Solano acabou desqualificado e em último lugar, depois de cair várias vezes, errar o caminho e inclusive quebrar um bastão. Depois, confessou que nunca tinha pisado na neve. Lógico que os deboches não demoraram a aparecer e Solano foi apelidado de o "pior esquiador do mundo".
No entanto ele também foi muito celebrado como "campeão do povo". O esquiador de 21 anos recordou outros desportistas que desafiaram todo tipo de obstáculos para realizar seu sonho, como a equipe jamaicana de bobsleigh nos Jogos Olímpicos de Inverno de 1988, que motivou um famoso filme, ou o nadador Eric Moussambani, da Guiné Equatorial, que representou a seu país nos Jogos Olímpicos de Sidney 2002. Atletas ruins que colocam em relevo o lema emprestado por Barão de Coubertin.
Fonte: Infobae.
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Comentários
Se o sonho dele era competir no mundial, conseguiu realizar.
Agora, se era vencer o mundial, não deu. Mas, valeu a intenção, literalmente.
Colocava eu,representaría Vila Velha perfeitamente
Pelo menos ele teve força de vontade foi lá e participou mas ele simplesmente te não sabia esquiar, não sabia as técnicas ao menos...
Mas valeu a força de vontade.