O crack não destrói apenas o usuário, arremete com toda cólera contra os familiares, que acabam se tornando codependentes da adição. É dessa forma que famílias inteiras acabam sendo arrastadas pelo vício de apenas uma pessoa. Pode parecer inverossímil, mas já me contaram sobre pai trocando brinquedo do filho por crack; um vizinho de bairro, quando notou que o filho estava "fumando a casa", fez um barraco no fundo do quintal e não permite que ele entre mais em casa. Todos acabamos tendo uma história triste para contar sobre este lixo. |
A mais doída para mim foi a de uma amiga, mãe solteira, que viveu toda uma vida dedicada ao filho, que se viciou primeiro em cocaína e depois em pedra. No velório, depois de buscar o corpo do menino no IML, ela me disse:
- "Estou triste e envergonhada, triste que uma parte de mim se foi e envergonhada porque estou me sentindo aliviada." E quem é que poderia condenar esta mãe?
Eu fiz todo este preâmbulo em relação ao sofrimento familiar para falar sobre a polêmica sobre a cracolândia de São Paulo. Eu pretendia escrever um textão, mas daí descobri um ótimo relato na timeline de um amigo do Facebook, que mostra Márcio Américo, um escritor que já viveu o problema de perto, aliás, ele foi parte do problema e conseguiu evadir-se dos os flagelos da droga.
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Comentários
muito bom. Concordo em grande parte com ele, e acho q a prefeitura deva se espelhar no problema enfrentado por exemplos estrangeiros de situações semelhantes e que conseguiram sair desse vortice. É muito dificil acabar com isso, é algo complexo, o prefeito ou governador enfrentarão muito resistência, mas o resultado valerá a pena pois ficar empurrando isso com a barriga não dá mais. É algo inaceitável em qualquer lugar ter um "shopping" da droga.