Essa cultura de massa, deslumbrada com a autoimagem, que é preconizada nas redes sociais, nos permite inferir que muitos dão mais preferência a uma fotografia de uma subcelebridade fazendo quaisquer poses kitsch do que um bom editorial sobre história ou um revelador artigo científico. Nesse sentido, os famosos (e os que querem pelo menos os seus 5 minutos) fazem de tudo para capitalizar sua imagem na rede, para que possam sentir o regozijo de assenhorar-se do maior rebanho de seguidores possíveis. |
Sinal da paz, dor de dente, gata arranhando, cobrindo um olho, boca de pato, hamu hamu, cobrindo a boca com olhos arregalados, pistola de dedo, entre outras, são todas poses démodé. O negócio agora é usar um cachecol maior que um cobertor, usar a cortina cafona para fotografar seus gêmeos, cair da cama, render tributo a si própria, "cagar" na cadeira... usando as roupas mais escrotas e promovendo os produtos mais caros.
Estas pessoas parecem não ter simancol com estas posturas irreais e absurdas que são seguidas e imitadas por uma longa corte de admiradores. Foi com o objetivo de evidenciar as estupidezes estampadas nessas fotos que a comediante Celeste Barber (ela é ótima!) criou sua longa série em curso #CelesteChallengeAccepted, onde adiciona uma pequena dose de realidade, expondo hilariamente o nonsense.
O fato de que a celebridade dependa do grau de exposição e tosquice que esteja disposta a oferecer ao público sobre sua vida privada, só indica que já não é merecedoras da olhada de ninguém. O modelo desaparece da selfie e só resta a fantasmagórica imagem dos smartphones retratando interminavelmente a si mesmo. O abismo da câmera transformada em olho.
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