Se tentarmos resumir as conclusões deste estudo em poucas palavras seria algo mais ou menos assim: se você está procurando Wally, será mais fácil encontrá-lo se alguém fofocou coisas negativas sobre ele. Pelo menos é isso que sugere o estudo realizado por Eric Anderson, da Universidade do Nordeste de Boston, nos EUA, que foi publicado na revista Science, indicando que nosso sistema visual presta mais atenção ao semblante de uma pessoa sobre a qual ouvimos algum boato negativo. |
- "É de pensar que a fofoca só afeta às opiniões que temos a respeito de alguém, mas afeta algo mais básico do que isso, à facilidade com a qual reconhecemos uma pessoa, e isso é uma surpresa", segundo contou Erika Siegel, pesquisadora e coautora do estudo:
- "Nosso sistema visual funciona da seguinte maneira. Quando nos mostram dois quadros, por exemplo, um para cada olho, só vamos se capazes de ver um deles. Esta é a forma como funciona o nosso cérebro. Podemos ficar mais perto ou longe, à direita ou esquerda, mas só veremos um ao mesmo tempo. É involuntário".
No referido estudo expuseram, para um grupo de pessoas, rostos neutros -inexpressivos- justapostos a uma das seguintes três descrições textuais: l) comportamento negativo: dizendo que ela chutou um cão, 2) comportamento positivo: dizendo que ajudou uma idosa com suas compras e 3) comportamento neutro: ajudando um homem a cruzar a rua. Cada rosto foi apresentados quatro vezes. Ao todo, 20 rostos para cada categoria.
A seguir mostraram os mesmos rostos sozinhos, adicionaram 20 caras novas e mostraram ao participante um rosto para um olho e uma casa para o outro, o que é chamado de "rivalidade binocular" -fenômeno da percepção visual pela qual alternamos entre diferentes imagens apresentadas a cada olho-.
Nestes casos, onde se mostram imagens diferentes para cada olho, nosso sistema visual só nos permite ver um deles ao mesmo tempo, o rosto, logo a casa e depois o rosto outra vez, por exemplo. Medir o tempo no qual vemos o rosto em cada ensaio nos permite avaliar se o cérebro prefere a cara e seleciona-a para a consciência visual.
Os rostos que estavam associados com a informação negativa (chutavam cachorro) eram sempre percebidos antes do que a casa. Se não tinha nada de negativo, então não existia esta tendência. Tanto fazia ver a casa ou o rosto. Por que acontece algo assim?
Uma possível hipótese é que as regiões do cérebro que estão implicadas nos sentimentos e na aprendizagem emocional estão conectadas de alguma forma com o sistema visual e também às regiões subcorticais do cérebro que fazem parte da percepção.
Este fato pode ser parte importante de nossa evolução, isto é, que ajudou (e nos ajuda) a nos proteger dos mentirosos e dos trapaceiros. Se vemos uma pessoa durante mais tempo, talvez possamos obter informação mais precisa sobre seu comportamento.
Fonte: Eureka Alert.
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Comentários
É aquela antiga história: um cão danado, todos a ele.Basta surgir uma história ruim sobre alguém que todos passam a persegui-lo.