Indiana que perdeu sua própria filha se tornou mãe de 800 meninas órfãs

Sarojini Agarwal perdeu sua filha em um acidente de trânsito, há quase 40 anos, mas a tragédia a inspirou a ajudar outras meninas abandonadas. Desde meados da década de 1980, a mulher de 80 anos adotou cerca de 800 garotas, cuidando delas e garantindo que recebessem uma boa educação, para se tornarem pessoas confiantes e independentes. Sarojini estava dirigindo uma scooter em uma estrada perto de sua casa em Lucknow, na Índia, com sua filha de 8 anos, Manisha, na garupa, quando foram vítimas de um brusco acidente. A mãe sobreviveu, mas sua preciosa Manisha morreu naquele dia.

Sarojini passou anos lamentando sua perda, até que um dia percebeu que havia tantas garotas lá fora que precisavam de amor materno e ajudá-las seria a melhor maneira de honrar a memória de Manisha.

- "Quando Manisha morreu, uma voz do meu vazio doloroso me perguntou: 'Por que você chora tanto? Isso não vai trazer Manisha de volta. Há muitas garotas infelizes, que não têm ninguém'", disse Sarojini ao Deccan Herald.

Ela pegou todo o dinheiro que ganhou em royalties pela coleção de histórias curtas, poesias e romances que escreveu em sua carreira para transformar sua casa de três quartos em um refúgio acolhedor para meninas abandonadas e, em 1985, o Manisha Mandir abriu suas portas .

A primeira menina, que Sarojini e seu marido, V C Agarwal, adotaram, era uma criança surda e muda, cuja mãe solteira havia morrido durante o parto. Em breve, ela foi seguida por duas jovens, cujas mães também morreram em acidentes de trânsito.

E outras, algumas abandonadas como indesejadas, outras encontradas perguntando pelas ruas pela própria Sarojini, e até mesmo algumas foram resgatadas de bordéis. Chegou um ponto em que ela até pendurou um berço no portão de sua casa, então os pais podiam deixar seus recém-nascidos, em vez de deixá-los na rua.

- "Nós até recolhemos garotas de dois dias de idade. Isso acabou me fazendo ver que não precisava dar à luz uma criança para ser mãe. Quando eu levava aqueles bebês em meus braços, meu desejo por uma filha era saciado", disse Sarojini ao Better India. - "Inicialmente, eu tive que enfrentar alguns problemas ao trazer as meninas, mas não perdi a vontade e continuei a fazer tudo o que podia para ajudá-las."

Além do cuidado e amor que todas as crianças precisam, Sarojini Agarwal faz o impossível para garantir que as meninas tenham a melhor educação possível. Ela mudou de casa várias vezes ao longo dos anos, e a atual Manisha Mandir tem uma biblioteca bem abastecida, um laboratório de informática, oficinas de artesanato, bem como comodidades recreativas como jardins com balanços, quadras de badminton e de basquete e uma grande sala de televisão.

Quando elas tem idade suficiente, são matriculadas em algumas das mais prestigiadas escolas e universidades da Índia, já que Sarojini acredita firmemente que a educação é a única chave para uma vida bem sucedida na vida das mulheres indianas. Muitas delas se formaram e hoje são gerentes de bancos, professoras ou diretoras e se casaram formando belas famílias que tem em comum uma mãezona dedicada.

- "Somente uma boa educação pode tornar as meninas independentes, pois é muito crucial para sua autoconfiança", diz Sarojini, de 80 anos. - "Nós enviamos nossas filhas para bolas escolas e de prestígio. Muitas delas se destacaram em seus estudos e garantiram bons empregos."

Desde que o Manisha Mandir foi criado, em 1985, ela recebeu cerca de 800 órfãs, muitas das quais frequentemente seguiram o exemplo da mãe e buscam ajudar outras meninas.

Apesar de sua idade avançada, a mulher de coração enorme ainda dedica sua vida a cuidar de crianças abandonadas. Ela tem dificuldade em cuidar dos recém-nascidos nos dias de hoje e não sabe por quanto tempo poderá continuar fazendo que mais gosta, mas diz que persistirá enquanto a saúde permitir.

- "Em cada menina órfã e abandonada, vejo minha filha Manisha. Talvez Deus tenha levado minha filha para longe de mim, pois queria que eu cuidasse dessas crianças. Agradeço-lhe por me ter dado a oportunidade de manter sua memória viva de forma significativa", conclui a altruísta e boa Sarojini.

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Fonte: Yahoo.