C'est fini: o mundo vai acabar de novo neste 23 de setembro de 2017

Ao longo da história humana, de tempos em tempos, observamos uma intrigante paquera entre a psique coletiva e uma latente probabilidade do fim do mundo. Seja através de guerras galácticas, pandemias, cataclismos, ou fins de ciclo ditados por ancestrais calendários, não deixa de chamar a atenção a hipnótica sedução gerada pela possibilidade de que voltemos a ser pó de estrelas e que chegue ao fim tudo aquilo que conhecemos. Mas a que se deve esta atração, quase sexual, da humanidade em frente a um incerto pulso apocalíptico?

Se você tinha projetos para o mês que vem, como visitar seus parentes ou amigos, pode esquecer seus planos porque nem você nem ninguém vai estar mais vivo para contar histórias, segundo asseguram diversos adeptos das teorias sobre o fim do mundo.

Assim, fanáticos da sopa resultante entre pseudo-astronomia e numerologia bíblica estimam que o apocalipse terá lugar exatamente no próximo 23 de setembro, quando a Lua se ajoelhará aos pés da constelação de Virgem, e será causado pela colisão da Terra com o suposto planeta X, também conhecido como Nibiru (de novo o Nibiru) ou "estrela negra".

David Meade explicou ao jornal Daily Star que o "Grande Eclipse Americano" que acontecerá em 21 de agosto - "...é um grande presságio porque nesse dia o amanhecer será puro breu, como predisse [o profeta] Isaías e a Lua que sairá nesse dia será a 'lua negra'", um fenômeno que acontece aproximadamente a cada 33 meses.

O auto-proclamado mentalista David relaciona esse número com diversas referências:

- "O nome divino de Eloim figura 33 vezes no Gêneses. O eclipse começará na Lincoln Beach, Oregon, o 33º estado americano, e terminará na latitude 33º em Charleston, Carolina do Sul. Um eclipse de semelhante magnitude não ocorre desde 1918; isto é, 99 anos ou 33 multiplicado por três."

O mito sobre o planeta X remonta a 1975 e, desde então, está no centro de numerosas predições sobre o fim do mundo, tal como ocorreu em 2003, 2007, 2012 e 2015 e 2016. Existe a teoria de que Nibiru é uma espécie de planeta oculto dentro de nosso sistema solar ou que de fato se trata de uma estrela anã que acompanha a nosso sol e que atravessa o sistema solar a cada 3.600 anos provocando grandes distúrbios geológicos e magnéticos nos campos da Terra.

- "Não existe evidência telescópica nem de nenhum outro tipo e também não há nenhuma prova de seu efeito gravitacional sobre outros corpos celestes do Sistema Solar", escreveu em 2012 o especialista da NASA, Dom Yeomans, apaziguando os aflitos coraçõezinhos que acreditavam no fim do mundo advertido pelos antigos Maias. Na época Yeomans também caçoou do fato de gostar da palavra "Nibiru" e, se em algum dia tivesse um peixe como mascote, seria uma das principais opções para lhe dar um nome.

A resposta à pergunta final do primeiro parágrafo talvez tenha a ver hipotética e paradoxalmente com um desejo de transcendência. O fato de associar nossa existência com um fim absoluto conecta eu, você e toda a nossa geração a um episódio de relevância tal que só seria comparável com o Gêneses, com o próprio nascimento do universo.

Fonte: Daily Star.