Em 27 de junho de 1953, o Comando das Nações Unidas (em inglês: United Nations Command, UNC) e as forças comunistas da Coréia do Norte assinaram um armistício que terminou com três anos de guerra na Coréia. Embora o UNC, liderado pelos EUA, não conseguiu conquistar toda a península, repeliu com sucesso os ataques comunistas no sul do paralelo 38. Além disso, embora contrário à Convenção de Genebra de 1947, que exigia o intercâmbio de todos os prisioneiros de guerra, o acordo acabou sendo violado. |
A política de repatriação voluntária do presidente Truman mostrou-se altamente bem-sucedida: 47 mil prisioneiros de guerra chineses e norte-coreanos sucumbiram a propaganda contra seus governos marxistas optando por não retornar para seus países de origem.
Em setembro, no entanto, 23 prisioneiros de guerra americanos também recusaram a repatriação, provocando um debate nacional entre jornalistas, políticos, oficiais militares, psiquiatras e os próprios soldados. Durante um período de reflexão de 90 dias, os GIs foram mantidos na zona neutra em Panmunjom, mas apenas dois mudaram de opinião em resposta a súplicas de funcionários dos EUA e cartas das famílias.
A razão comumente aceita na época era que eles receberam lavagem cerebral quando estavam presos. Isso foi efetivamente confirmado por outros 149 prisioneiros de guerra detidos pelos chineses e norte-coreanos que relataram que seus captores realizaram um esforço sistemático para mitigar suas crenças e incentivá-los a colaborar. A Time e NewsWeek publicaram artigos à procura de problemas nos 21 soldados, para explicar por que tinham passado por um processo de reeducação ideológica. As revistas culpavam razões como alcoolismo, DSTs, QI baixos e outras doenças.
A atitude dos soldados desempenhou um papel importante ao longo do debate nacional, especialmente porque três dos 21 não-repatriados eram negros. A discussão dos negros não-repatriados na imprensa branca destacava as percepções públicas do comunismo e dos direitos civis em meados da década de 1950. Por exemplo, muitas publicações notaram o esforço especial que os chineses fizeram para atrair soldados americanos negros, enfatizando que, em sua nação marxista, todos os membros da sociedade eram tratados igualmente.
Durante o período de reflexão de 90 dias, todos os 23 soldados dos EUA foram mantidos em território neutro. Os 2 que deixaram o grupo foram julgados e culpados de deserção e colaboração com o inimigo. Um foi sentenciado a 20 anos e o outro a 10. Os 21 restantes receberam baixas desonrosas de suas patentes e foram enviados à China.
Uma vez na China, a história sobre "igualdade" se revelou uma mentira e os soldados foram enviados para uma fazenda coletiva de trabalhos forçados. Dentro de 1,5 anos, três fugiram e buscaram refúgio na embaixada britânica em Pequim. Em 1958, mais 7 soldados deixaram a China. Em 1966, apenas dois permaneciam na China. Um dos 21 voltou aos EUA em 1965 e explicou suas ações em 1953 como sendo motivado pela raiva de seu ídolo, general Douglas MacArthur, que favoreceu o uso de armas nucleares para acabar com a guerra. Durante seus dois anos como prisioneiro, ele se sentiu cada vez mais abandonado pela América.
Um dos três soldados negros (que retornou aos EUA em 1966) explicou que a discriminação nos EUA foi a razão pela qual ele foi para a China em 1953. Em 1991, ele disse:
- "Lavagem cerebral um cacete! Os chineses não me lavaram. O negro sofreu lavagem cerebral muito antes da Guerra da Coréia".
À medida que todos os soldados voltaram para os EUA, um motivo adicional foi revelado: um punhado, aparentemente, foi informado por seus companheiros em campos de prisioneiros de guerra sobre a periclitante situação econômica e política dos Estados Unidos e eles simplesmente estavam com medo de retornar.
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