Quando a gente pensa em personagens de envergadura, homens magnânimos e geniais, um dos primeiros nomes que vem à mente é o do escritor Leon Tolstói. Este pensador russo não só foi autor de dois dos romances mais populares da história da literatura, senão que contribuiu inovadoras ideias à política, à religião e à ecologia -foi forte influência de Gandhi e de Luther King, entre outros- e em geral levou uma vida única, cheia de paixão e acontecimentos. |
Aos 25 anos, em 1853, Tolstói já tinha escrito "Não encontrei ninguém moralmente tão bom quanto eu, ou disposto a sacrificar tudo por um ideal, como eu". A vontade e a prolixidade de Tolstói sem dúvida foram enormes, ao que parece não tanto sua modéstia. O prodígio é que Tolstói desenhou a si mesmo. Aos 18 anos enunciou uma série de regras que tinha de seguir para o cume da sua existência:
- Acordar às 5 da manhã;
- Dormir não mais tarde que 10 da noite;
- Duas horas para tirar uma soneca durante o dia;
- Comer moderadamente;
- Evitar alimentos doces;
- Caminhar uma hora por dia;
- Ir no bordel só duas vezes ao mês;
- Amar a quem posso ser útil;
- Não levar em conta nenhuma opinião pública não baseada na razão;
- Só fazer uma coisa ao mesmo tempo;
- Não permitir voos da imaginação ao menos que sejam necessários.
A esta série de regras, Tolstói depois acrescentaria outras que podem ser considerado uma depuração de suas ideias. É de notar que hoje em dia sua regra de limitar sua ida a uma zona a só duas vezes ao mês poderia nos parecer escandalosa ou ao menos não algo que associaríamos com um homem genial, mas sem dúvida devemos notar que os tempos eram outros. Por outro lado é notável que Tolstói já à terna idade tivesse identificado o problema que hoje chamamos de multitarefa e a fragmentação da atenção. Tolstói acrescentou estes preceitos mais tarde:
- Não demonstrar emoção;
- Deixar de dar importância à opinião dos demais sobre mim;
- Fazer coisas boas indistintamente;
- Manter distância das mulheres;
- Suprimir a luxúria trabalhando muito;
- Ajudar todos aqueles menos afortunados.
Ao que parece com a idade Tolstói mudou sua ideia de ir duas vezes ao mês à zona, a simplesmente manter distância das mulheres -provavelmente das mulheres de um bordel-, já que ele se casou aos 34 anos e teve 13 filhos. Segundo alguns episódios foi um casamento com certas turbulências, mas majoritariamente feliz.
O mais significativo de tudo isto, no entanto, é a grande preocupação que Tolstói tinha de buscar fazer o bem e fazê-lo sem buscar a gratificação e a recompensa dos demais.
Fonte: Open Culture.
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Comentários
Já vou me adaptar às regras dele, começando por acrescentar duas idas à zona por mês e duas horas de soneca durante o dia. :lol:
Difícil seguir essas regras no mundo de hoje, rodeado de tentações para todos os lados.