Há uma estranha satisfação no ser humano por certas coisas que realmente não fazem nada bem ao corpo, entre elas, ficar espremendo e cutucando espinhas e cravos que aparecem no rosto somente para ver o que vai sair dali de dentro. Não é por acaso que os vídeos da médica dermatologista, conhecida como "Espremedora de Espinhas", Dra. Sandra Lee, têm milhões de visualizações no Youtube. Esta é a história de um sujeito que fez de uma pequena espinha uma infecção horrível e insólita para a literatura médica. |
O jovem, um operário da construção civil de 23 anos, cujo nome é omitido no relatório do Journal of Emergency Medicine, não teve melhor ideia do que pegar uma lâmina de carpintaria para retirar uma espinha que tinha logo abaixo da boca. O resultado depois de alguns meses foi uma rara infecção por fungos que se estendeu por todo o lábio.
Quando o tipo foi ao médico, explicou que a infecção estava se espalhando em decorrência de sete meses. Os médicos descreveram o caso como "uma grande placa eritematosa com crosta hemática e com uma borda ondulada e endurada com verminose nos lábios cutâneos", algo que, em linguagem coloquial poderia ser traduzido como "boca toda lascada", não soa nada bem, como podemos ver na foto final que ilustra este artigo.
No entanto, não apresentava nenhum outro sintoma, como dores de cabeça, calafrios, febre, mal-estar geral, perda de peso... inclusive sua análise laboratorial e radiografia de tórax não mostravam nada de estranho. O jovem disse aos doutores do Hospital John H. Stroger Jr. em Chicago que utilizou um cinzel para cortar a espinha antes que a inflamação começasse a crescer (conforme foto abaixo).
Finalmente, uma biopsia de pele revelou a resposta a sua doença: esporas de um fungo chamado Blastomyces dermatitidis, que é responsável por uma infecção por fungos chamada blastomicose. O fungo pode ser encontrado geralmente em o solo e madeira úmida em decomposição ao redor de rios e arroios. De fato, as pessoas (e outros animais) geralmente são infectados quando respiram as esporas, e se apresenta como uma infecção pulmonar em aproximadamente 70% dos pacientes.
Os médicos explicaram que só a metade dos que estão infectados mostram algum sintoma, e geralmente são parecidos à gripe: febre, tosse, perda de peso, suor noturno, dores musculares e nas articulações, e fadiga. E ainda que seja raro, é possível que as esporas entrem no corpo humano através de uma ferida na pele.
Contudo, estamos ante uma infecção realmente excepcional, onde até a data só existem 50 casos de blastomicose cutânea descritos na literatura médica, e geralmente ocorre em trabalhadores de necrotérios ou em cães infectados por algum outro animal.
Uma vez que está na pele, pelo geral permanece ali e não termina nos pulmões, motivo pelo qual não apresenta os sintomas similares à gripe da versão pulmonar da infecção.
Desses 50 casos da literatura médica, o deste jovem é único. Nunca antes aconteceu um caso de blastomicose cutânea infligida por uma lâmina para trabalhar madeira, algo que dificilmente se repetirá. Os médicos acham que provavelmente a ferramenta tinha sujeira antes que o paciente realizasse essa tentativa desafortunada de fazer uma "cirurgia" na obra.
Por verdade, após quinze dias de tratamento, o homem mostrou uma melhora considerável, ainda que a partir de 15 dias ele sumiu do consultório impedindo que os médicos pudessem realizar um rastreamento. Ainda que parecia óbvio até hoje, nunca é de mais dizer: extrair uma espinha do rosto com um cinzel (ou qualquer outro objeto metálico -como uma agulha, por exemplo-, sobretudo sujo) não é uma boa ideia.
A pergunta que não quer calar é: "como alguém tão vaidoso a ponto de extrair uma espinha do rosto com um cinzel é capaz de viver 7 meses com aquilo nos lábios?
Fonte: Men's Health.
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Comentários
somente os babacas e irracionais, ficam espremendo cravos e espinhas ...............