Mãe biruta leva filho saudável através de uma jornada de 323 visitas ao hospital e 13 cirurgias sem nenhuma razão

Fala-se comumente que os pais querem o melhor e sempre agem de acordo com o interesse de seus filhos. Mas nem sempre isso acontece, como no caso de Kaylene Bowen-Wright, de Dallas, Texas, que submeteu o próprio filho a 323 visitas hospitalares e 13 grandes operações ao convencer os médicos de que ele era doente terminal. Agora, com 8 anos, Christopher passou a vida inteira em consultórios médicos e passou por mais de uma dúzia de cirurgias que o deixaram com várias infecções de sangue que ameaçam sua vida.

O ciclo começou dias depois que Christopher nasceu e continuou até 2015, quando os médicos do Hospital Infantil do Texas em Houston perceberam que os relatos da mãe não fechavam com os resultados dos testes e da condição visível geral do filho. Eles alertaram então o conselho tutelar que nos EUA tem o nome de Serviço de Proteção a Criança (CPS) e Kaylene foi presa com acusações de colocar em risco a vida de uma criança. A mulher de 34 anos admitiu que tinha mentido para os médicos que seu filho estava gravemente doente, o que resultou em inúmeras intervenções médicas.

De acordo com uma declaração juramentada obtida como parte da investigação da CPS, este abuso médico começou em 2009, quando o prematuro Christopher tinha apenas 11 dias de idade. Kaylene disse que ele tinha alergia ao leite e, assim, iniciou um ciclo de oito anos buscando tratamento médico, remédios e informações falsas que levaram a pobre criança a passar por testes, exames radiológicos, cirurgias, procedimentos e introdução de tubos de alimentação.

Nas brigas de custódia com o pai, Ryan Crawford, Kaylene afirmava que o menino estava gravemente doente.

- "Ela explicou ao juiz que os médicos disseram que meu filho nunca andaria. E então afirmou que ele teve problemas para continuar a comer e que precisaria de um tubo de alimentação", disse Ryan em uma entrevista.

Ao longo dos anos, as reivindicações de Kaylene foram ficando cada vez mais rocambolescas, chegando ao ponto em que ela publicou em sua página do Facebook que Christopher tinha câncer terminal. Ela mesmo começou vaquinhas on-line para arrecadar dinheiro para seu tratamento.

Depois que os médicos suspeitaram da história em 2015 e alertaram o CPS, os investigadores foram até a casa do menino, onde o encontraram tomando soro na veia e uma máscara de oxigênio. No entanto, Christopher disse aos funcionários do CPS que no ano anterior ele estava bem, fazendo coisas como qualquer outra criança de sua idade. Ele foi levado para um hospital e parecia estar perfeitamente bem: podia comer normalmente e não requeria um tubo de alimentação ou oxigênio. Desde então, a criança não apresentou nenhum sinal de convulsão, engasgamento, fadiga ou qualquer outra doença que sua mãe alegava ter sofrido.

O fato de que Christopher é saudável é uma ótima notícia, mas esse tipo de vida que levou durante anos pode cobrar consequências, e o menino deve fazer algum acompanhamento psicológico durante algum tempo. Como o pai observa:

- Christopher está tendo grande dificuldade em enfrentar o fato de que ele estava perfeitamente saudável o tempo todo."

Ryan também lembra que o filho quase morreu em três ocasiões diferentes devido as infecções contraídas nas 13 cirurgias:

- "Ele tem uma longa estrada à frente dele. Odeio que tenha passado por tudo isso. Me machuca muito só de pensar. Eu odeio isso. Eu odeio muito", concluiu Ryan.

Christopher está agora em um abrigo para menores sob a tutela do estado, mas seu pai está lutando para conseguir a guarda do filho.

Você teria razão em perguntar qual o tipo de mãe que sujeitaria seu filho a tais horrores e a resposta provável é aquela que precisa de ajuda médica mental. Acredita, que Kaylene sofra de uma condição conhecida como Síndrome de Münchhausen por procuração, que o site médico WebMD descreve como sendo um problema de saúde mental em que um cuidador compensa ou causa uma doença ou ferimento em uma pessoa sob seu cuidados. Esse comportamento doentio pode incluir problemas de auto-estima, estresse, ansiedade e necessidade de atenção ou simpatia.

Há também que se perguntar: quais profissionais de saúde realizariam cirurgias em uma criança apenas no depoimento de uma mãe? Para que servem os testes, análises e exames médicos mesmo?