Se você já teve que cortar cebola, provavelmente sabe que é uma das experiências de culinária mais irritantes. Há algumas dicas para evitar a "choradeira", como usar óculos de proteção, cortar na frente de um ventilador ou debaixo da água corrente, deixar alguns minutos na água morna ou na geladeira... mas ainda assim os resultados não são dos melhores. Cientistas e agricultores vem trabalhando em uma solução para este problema há décadas, e aparentemente conseguiram chegar finalmente em uma cebola sem lágrimas. |
Chamada "Sunion", este novo vegetal é o resultado de um programa de cruzamento natural que está ocorrendo em fazendas americanas desde a década de 1980, o que deve acalmar os consumidores preocupados com a produção de produtos geneticamente modificados, estes mesmos que não se dão conta que a modificação genética foi um invento genial da década dos 80 que veio substituir a "cria por mutação" que usava raios gama e químicos carcinógenos.
A Solbola é supostamente doce e de sabor suave que não deixa aquele sabor forte e pungente, mas o que realmente diferencia a maioria das outras variedades de cebolas é que não causa olhos lacrimejantes quando é cortada.
Os relatórios dos voluntários que experimentaram o produto parecem confirmar as afirmações do produtor. 3 repórteres do Huff Post cortaram algumas Sunions e, aparentemente, nenhum deles verteu uma única lágrima. De acordo com o Washington Post, elas não têm aquele gosto pungente das cebolas normais e são tão doces que você pode comê-las "como pipoca".
Então, a boa notícia é que as cebolas sem lágrimas são agora uma coisa do mundo real. A má notícia é que elas atualmente são cultivadas apenas em Washington e Nevada, e a produção mal dá pra atender os dois estados. Os primeiros lotes do bulbo vegetal diferenciado chegaram as prateleiras dos supermercados americanos em dezembro e o parco estoque zerou rapidamente. De modo que em pelo menos um par de anos nós brasileiros não saberemos o gosto da Solbola.
Curiosamente, apesar das Sunions estarem sendo comercializados como as primeiras cebolas sem lágrimas do mundo, em 2015, uma criação similar da empresa japonesa House Foods Group estampou as manchetes, alegando ter criado a primeira cebola "livre de lágrimas" do mundo, inibindo de alguma forma os compostos que o popular bulbo libera quando cortado. No entanto, as cebolas eram irradiadas, o que levou alguns consumidores a manterem distância delas.
Engraçado que muitos destes consumidores puristas da modificação genética certamente consomem massa sem se dar conta que grande parte delas se origina em uma variedade de trigo submetida a radiação. Peras asiáticas? Golden Promise?
Tal como explica Matt Ridley no ótimo "O Otimista Racional":
- "A modificação genética hoje chegou a um estágio em que, em vez de provar misturas aleatórias de genes vegetais que produzem resultados incertos e muito dano genético colateral, seleciona um gene conhecido, com uma função específica, que é inserido no genoma de outra planta para que redunde assim a transferência horizontal de traços entre espécies, que acontece relativamente pouco entre as plantas na natureza."
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Comentários
Se ela perder o sabor original, não é mais cebola e não tem mais porque consumir...