Detectar que um indivíduo está doente e se manter afastado dele é uma vantagem face à sobrevivência. Muitos animais são capazes de perceber a doença de seus semelhantes através de cheiros e outros sinais químicos que servem para atenuar o impacto das epidemias. Em humanos suspeita-se há muito tempo que talvez possamos perceber estas pequenas mudanças que nos indiquem um problema de saúde em outros: como quando sua mãe diz que você não está com uma "cara boa" e poucas horas depois cai na cama, mas as provas não eram concludentes. |
Quem está doente, A ou B?
A equipe de John Axelsson, do Instituto Karolinska, acaba de publicar os resultados de um estudo que reforçam a hipótese de que podemos detectar a doença no rosto dos demais. O trabalho, publicado na revista Proceedings of the Royal Society B, consistiu em injetar um grupo de 16 adultos saudáveis com um placebo e com uma solução de lipopolissacarídeo, uma endotoxina encontrada em algumas bactérias como E. coli e que desata uma resposta inflamatória no corpo similar à que experimentamos ao adoecer. Os voluntários desconheciam que injeção teriam recebido e foram fotografados ao princípio e após duas horas depois da inoculação.
Posteriormente, os pesquisadores recrutaram outro grupo de voluntários aos quais mostraram as fotos do primeiro grupo e pediram que dissessem se as pessoas que apareciam nelas pareciam doentes. Em uma escala de 0 a 1, os participantes identificaram os doentes corretamente com uma pontuação de 0,62, o que está acima da pura casualidade.
Na segunda parte do experimento pediram aos observadores que identificassem que traços dos rostos pareciam remeter a doença. Em sua maioria identificaram os lábios pálidos como o sinal mais claro, ainda que também indicaram a pele, os olhos vermelhos ou as pálpebras ligeiramente caídas como sinais de que alguém não estava bem.
Em geral, os voluntários injetados com endotoxinas foram identificados como doentes com mais frequência, o que reforça os resultados. Mesmo assim, os autores consideram que são necessárias mais provas para melhorar estes resultados e entender melhor este possível fenômeno e se ele se repete em diferentes doenças e em diferentes grupos étnicos.
Um assunto muito interessante é a identificação das característicos que mudam a face em cada doença. Talvez permita desenvolver em umas futuras aplicações que reconheçam sintomas no usuário por seu aspecto, tal e qual faz sua mãe quando te vê com cara ruim, ainda que não saiba dizer exatamente por quê.
Você muito provavelmente já adivinhou, mas a composição com os rostos dos voluntários que receberam endotoxinas é a A.
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