Quando os pais passam horas analisando detidamente livros de nomes de bebês talvez também estejam pensando no impacto que a decisão que tomem terá na vida de seus filhos. A verdade é que escolher um nome para uma criança pode ser algo complexo. Não só deve soar bem com os sobrenomes, senão que também é importante considerar futuros apelidos, sejam bons ou ruins. Mas alguns pais não se preocupam muito com isso e há muitos que homenageiam uma celebridade, a avó ou um jogador de futebol. |
Esta foi a escolha de um sujeito chamado Carlos Sanchez, que muito fã da série Dragon Ball pensou que um bom nome para o seu rebento seria um personagem do desenho. A esposa não gostou muito, mas, para fazê-lo desistir, propôs que se ele conseguisse 1 milhão de curtidas ao nome no Facebook, assim seria.
Ele não desistiu... na semana passada Carlos postou no Facebook uma foto com uma cartaz onde dizia que se atingisse o milhão de "likes", poderia colocar o nome em seu novo bebê de "Goku", segundo a aposta que tinha realizado com sua mulher.
Bem, a foto conseguiu ultrapassar o milhão, e sua esposa manteve sua parte no trato, motivo pelo qual Carlos tornou oficial, apesar do aparente desgosto da mulher. O nome deste menino que acaba de chegar ao mundo é Goku Sanchez, e passará a fazer parte desse conjunto de pequenos cujos pais os imaginaram em outro planeta atrás das esferas do dragão.
Goku até que é um nome bonitinho, mas para além da simpática história dos Sanchez os nomes dizem muito das sociedades. Um exemplo interessante é a crescente facilidade com a qual podemos saber a etnia de uma pessoa apenas com base no nome.
Nos Estados Unidos, os pesquisadores Roland Fryer e Steven Levitt indicam que na Califórnia até 2003 ao redor de 40% das meninas negras tinham nomes que não encontrava correspondência em nenhuma menina branca. A mesma sinalização também foi verificada nas diferentes classes sociais.
Em um estudo de 2003, chamado "Are Emily And Greg More Employable Than Lakisha and Jamal?" ("Será que Emily e Greg conseguem empregos mais facilmente que Lakisha e Jamal?"), Marianne Bertrand e Sendhil Mullainathan enviaram perto de 5.000 currículos em resposta a anúncios de trabalho publicados em jornais de Chicago e Boston.
O conteúdo dos currículos era exatamente o mesmo, mas metade deles tinham nomes falsos que davam a impressão de que se tratava de candidatos brancos, como Emily Walsh ou Greg Baker, enquanto a outra metade tinha nomes afro-americanos como Lakisha Washington ou Jamal Jones.
A taxa de resposta dos potenciais empregadores foi 50% mais alta para os nomes "brancos" que para os nomes "negros". Os efeitos do estudo inclusive foram notados por ofertas de emprego no funcionalismo público onde existem políticas de ação "positiva" e companhias que se jactavam de ter diretrizes de emprego guiadas pela "igualdade de oportunidades".
Os pesquisadores inferiram que os empregadores estavam usando os primeiros nomes para discriminar injustamente candidatos negros, talvez a um nível inconsciente. Esses mesmos preconceitos poderiam também entrar em jogo no momento de efetuar entrevistas.
Para ver como o nome pode ter implicações muito importantes no futuro de uma criança.
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