A lendária cantora sul-africana Miriam Makeba, que faleceu na madrugada de ontem, segunda-feira(10/11/2008), na Itália aos 76 anos de idade, foi uma das grandes vozes na luta contra o apartheid, compromisso que pagou com mais de 30 anos de exílio. |
Antes de tudo, uma curiosidade. Não é regra, mas quase todos os tópicos "Clássico é Clássico..." envovem homenagens póstumas. Este post deveria ser publicado na semana que passou. E por uma daquelas coincidências da vida não foi. O que aconteceu: a adorável Makeba passou desta pra melhor.
Makeba começou a carreira em grupos vocais nos anos 50, interpretando uma mistura de blues americanos e ritmos tradicionais da África do Sul. No fim da década, apesar de vender bastantes discos no país, recebia muito pouco pelas gravações e nem um centavo de royalties, o que despertou nela a vontade de emigrar para os Estados Unidos a fim de poder viver profissionalmente como cantora.
O seu momento decisivo aconteceu em 1960, quando participou no documentário anti-apartheid "Come Back Africa", a cuja apresentação compareceu no Festival de Veneza daquele ano. A recepção que teve na Europa e as condições que enfrentava na África do Sul fizeram com que Miriam resolvesse não regressar ao país, o que causou a anulação do seu passaporte sul-africano.
Foi então para Londres, onde conheceu o cantor e ator negro norte-americano Harry Belafonte, no auge do sucesso e prestígio e que seria o responsável pela entrada de Miriam no mercado americano. Através de Belafonte, também um grande ativista pelos direitos civis nos Estados Unidos, Miriam gravou vários discos de grande popularidade naquele país. A sua canção Pata Pata tornou-se um enorme sucesso mundial(Aqui no Brasil ganhou uma versão - não gravada :"Tô com pulga na cueca.Aí! Vem coçar... )Em 1966, os dois ganharam o Prêmio Grammy na categoria de música folk, pelo disco An Evening with Belafonte/Makeba.
Em 1963, depois de um testemunho veemente sobre as condições dos negros na África do Sul, perante o Comitê das Nações Unidas contra o Apartheid, os seus discos foram banidos do país pelo governo racista; o seu direito de regresso ao lar e a sua nacionalidade sul-africana foram cassados, tornando-se apátrida.
Os problemas nos Estados Unidos começaram em 1968, quando se casou com o ativista político Stokely Carmichael, um dos idealizadores do chamado Black Power e porta-voz dos Panteras Negras, levando ao cancelamento dos seus contratos de gravação e das suas digressões artísticas. Por este motivo, o casal mudou-se para a Guiné, onde se tornaram amigos do presidente Ahmed Sékou Touré. Nos anos 80, Makeba chegou a servir como delegada da Guiné junto da ONU, que lhe atribuiu o Prêmio da Paz Dag Hammarskjöld. Separada de Carmichael em 1973, continuou a vender discos e a fazer espetáculos em África, América do Sul e Europa.
A morte da sua filha única em 1985 levou-a a mudar-se para a Bélgica, onde se estabeleceu. Dois anos depois, voltaria triunfalmente ao mercado norte-americano, participando no disco de Paul Simon Graceland e na digressão que se lhe seguiu.
Com o fim do apartheid e a revogação das respectivas leis, Miriam Makeba regressou finalmente à sua pátria em 1990, a pedido do presidente Nelson Mandela, que a recebeu pessoalmente à chegada. Na África do Sul, participou em dois filmes de sucesso sobre a época do apartheid e do levantamento de Soweto, ocorrido em 1976.
Agraciada em 2001 com a Medalha de Ouro da Paz Otto Hahn, outorgada pela Associação da Alemanha nas Nações Unidas "por relevantes serviços pela paz e pelo entendimento mundial".
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Chove chuva - de Jorge Ben Jor (quase um embromeixon - mas se saiu bem)
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Comentários
então irá ficar sem a resposta :P :twisted:
a não da priguiça
ô... Masturbador , leia o texto :clap:
essa primeira musica não é:
"ta com pulga na cueca "?
que pior :/
digo Barack !!!!!
Pelo menos ela assistiu seu patrício Brack Obama chegar ao topo do mundo.
Bacanaa mesmo, a musikinha num chega a ser tao ruim naum, ate que da pra ouvir suavee, e e uma grande perda mesmo, um classico!
:clap: :clap:
Muito legal.
Isso mostra que a luta contra o racismo e a arte não são nenhuma novidade, mas desfilam pelos séculos e séculos desde de que o homem fez a sua estréia no mundo.
Foi uma grande perda...