As emoções mais inquietantes desta época desenhadas por um ilustrador japonês

Um dos sinais inconfundíveis das expressões criativas é que podem chegar a condensar em apenas uma obra os pensamentos e sentimentos de centenas ou ainda milhares ou milhões de pessoas com respeito a uma circunstância da realidade. Assim acontece nas artes e também nas disciplinas próprias da reflexão (como a filosofia), que em vários casos precisam desse componente criativo para fazer fluir sua mensagem.

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Esse é o caso do trabalho de ilustração de um artista japonês que no Twitter se apresenta com o nick "avogado6" e que, além de compartilhar suas ilustrações por este meio, já publicou um par de livros em seu país natal.

Como diz o Hidreley no Bored Panda, avogado6 consegue criar imagens, tão plenas de sentimentos e emoções, que parecem difíceis de descrever com palavras. Como vemos, seu estilo é especialmente sinistro, em boa medida pelos próprios temas que escolheu para criar os desenhos.

Nesta compilação podemos observar situações conhecidas, próprias de nossa época, que por sua vez estão relacionadas com emoções muito pontuais: solidão, angústia, sensações de fracasso e de rejeição, o abuso que pode ser infligido a uma pessoa, a futilidade do trabalho contemporâneo, o apego ao passado, entre outras. Qualquer artista que busque assinalar isso que acontece agora, dificilmente poderia tomar outra via que não fosse a do inquietante e do estremecedor.

No entanto, também vale a pena assinalar outra característica: ainda que perturbadoras, as ilustrações são também "silenciosas" -para dizer de algum modo-, como se denunciassem, mas livres de trejeitos desnecessários, depositando toda a força de sua voz no feitio do gesto, que neste caso são os traços de quem desenha.

Em outro sentido, recordam também aquilo que se apresenta como uma das constantes temáticas das peças: a personalidade afetada por um trauma, que também se queixa, mas caladamente, como se vivesse sob o temor da dor sofrida.

Que mais dizer? Pouco, pois as ilustrações, em seu inquietante silêncio, falam por si próprias.

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