Pouco importa se você vai fazer compras em São Paulo, BH, Nova Iorque ou Kuala Lumpur. Todas as grandes redes de varejistas do planeta seguem as mesmas estratégias para conseguir que você gaste a maior quantidade de dinheiro possível. A verdade é que aproximadamente a metade das compras que fazemos em um hipermercado não foram planejadas, algo que ocorre, sobretudo, se você cometer o erro de ir às compras com seus filhos e sem uma listagem prévia do que realmente necessita. |
Sim, o melhor truque para não gastar em supérfluos é perder de 10 a 15 minutos fazendo uma lista do necessário e, depois, se ater somente aos produtos dela e . Tente se lembrar (não vai demorar muito) de quantas vezes você foi ao mercado comprar algo específico e chegou em casa exatamente sem ele.
Mas por que isso acontece? Somos tão distraídos assim? Definitivamente não! Isso se deve ao uso da "ciência aplicada" (seja estatística, comportamental ou psicológica) que as grandes redes utilizam para incrementar suas vendas e são tão velhas como os próprios estabelecimentos.
O marketing no setor varejista não descansa e todos os anos inventam novas técnicas para que você compre o que não ia comprar, para que passe o maior tempo possível dentro do mercado e encha o carrinho até a boca.
Estes são alguns truques, das lojas, desde os mais clássicos aos mais vanguardistas.
- Em quase todos os locais a entrada fica a direita porque 90% das pessoas é destra. Intuitivamente não gostamos nunca de dobrar à esquerda e também é mais fácil fazer a rota apanhando os produtos com a mão direita.
- À entrada costuma ter produtos cheirosos (pão recém-feito, frutas da estação e guloseimas) para aumentar a sensação de fome.
- Quando oferecem algo para comer em uma bandeja não é tanto para que compre, senão para que salive e aumente a sensação de fome. Ter fome se correlaciona com comprar mais comida, lógico.
- Os produtos famosos ou com uma maior margem de lucro costumam estar nos extremos das gôndolas (na entrada) à altura dos seus olhos. Às vezes os produtos próximos ao prazo de vencimento ou que estão mofando no estoque também ganham esta deferência.
- Os produtos mais baratos, genéricos ou marcas desconhecidas costumam estar lá embaixo, na altura dos pés. As pessoas inconscientemente pagam mais apenas por não se agachar.
- Os produtos destacados como oferta nos extremos dos corredores quase nunca são mesmo ofertas. Na verdade são "iscas" para o cliente mais vadio ou apressado.
- Os produtos de necessidade básica geralmente são dispostos ao fundo da loja; fazendo com que você tenha que atravessar todo o estabelecimento e se deparando com múltiplas ofertas de produtos que não tinha pensado em adquirir antes.
- As frutas e verduras em geral têm uma iluminação especial e são aspergidas regularmente para que pareçam estupendamente bonitas e frescas.
- Doces, chocolates, balas e produtos coloridos são colocados no máximo a um metro de altura para que estejam à vista das crianças.
- A verdade é que a posição dos produtos nas estantes muitas vezes depende mais dos contratos entre as marcas e o supermercado do que da necessidade dos clientes. Isso é facilmente identificável quando notamos que o repositor usa uniforme da marca e não do estabelecimento.
- Os carrinhos são cada vez maiores. A motivação para este aumento nas dimensões é evidente: quanto maior é o carrinho, mais custa a enchê-lo, e grande parte dos consumidores não se sentem satisfeitos se não fazem isso.
- O preço com muitos noves é tão utilizado que parece já não ter nenhum efeito sobre o cliente, mas resulta que segue funcionando. Os consumidores fixam-se no primeiro número e esquecem os centavos. Portanto um artigo cujo preço é 9,99 reais é visualizado como 9, e não como 10.
- Os caixas de cobrança ficam à esquerda, do lado oposto da entrada, com o objetivo, lógico, de que o consumidor passeie no sentido anti-horário e percorra o máximo de corredores possíveis antes de pagar a conta. Quanto mais longo seja o percurso e mais tempo cliente permanecer na loja, maior tenderá a ser a despesa.
- Mudar a localização de produtos básicos periodicamente. Quantas vezes você já chegou naquele mercado conhecido e notou que o produto que buscava não estava ali? O supermercado se assegura deste modo que o cliente passeie durante mais tempo por todos os corredores, para encontrar os artigos que foi comprar.
- As sacolas de plástico e a poluição. Muitas redes anunciaram anos atrás que começariam a cobrar pelas sacolas plásticas, já que era um compromisso da empresa com o meio ambiente. Mas na verdade a motivação não era tanto o ecologismo, senão, simplesmente, poder rentabilizar um "artigo" entregue de forma "gratuita".
- Os produtos em oferta são distribuídos de forma caótica. Se você quiser encontrar artigos verdadeiramente com preços baixos, vai ser preciso que busque e rebusque. Os supermercados transformaram os espaços de produtos de liquidação em uma verdadeira "feirinha" de artigos jogados uns sobre os outros.
- A entrega grátis é um tipo de combo, proibido em toda regra, mas muito praticado. Isso implica que se você necessitar que a entrega seja feita em sua casa você terá que gastar mais de 100 reais, por exemplo.
- O corredor da morte da carteira. Após passar por todo o supermercado e trazer uma carrinho lotado, ainda resta algo que podem tentar te vender: chiclete, barras de chocolate, revistas, barrinhas energéticas, escovas de dente...
Certamente, há muitos mais truques que utilizado pelos supermercados para tentar que você gaste mais do que tinha previsto, basta que detectem alguma estratégia psicológica focada a incentivar o consumo e ela será aplicada.
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Comentários
Um truque muito usado é se o produto de uma marca custa R$ 5,50 e a outra custa R$ 4,80. Mas a mais barata vem uma quantidade/peso menor do que a outra.
Então é sempre bom dividir o valor total pela quantidade, para saber o valor por unidade/gramas.
O mesmo acontece entre produtos vendidos como combos. Às vezes um pacote com 3 pastas de dente (e indicado como promoção) pode sair mais caro que o valor individual das pastas avulsas.
Vale sempre fazer aquele cálculo pra não levar gato por lebre.
Dá tranquilo pra economizar entre 10 e 20 reais a cada ida no supermercado, só observando esses truques.
Pra mim isso tudo aí não funciona.
Claro que a massa cai direitinho nas pilantragens, mas é essa maioria mesmo, que segura o negócio.
Mas sonho com o dia que os grandes irão à falência e a massa voltará para os pequenos...
:-)
Essas táticas não funcionam comigo. Consigo entrar e sair de um supermercado sem gastar nada. Acho que sou econômica, embora minha mãe dê outro nome a isso.