Martin Shkreli, 34 anos, ficou famoso em todo o mundo em setembro de 2015, quando decidiu aumentar o preço de um medicamento para a AIDS, chamado Daraprim, de 13,50 dólares pra 750 dólares o comprimido. Durante a controvérsia e o julgamento posterior, parecia que Martin saboreava o ódio que recebia por parte da imprensa e fazia pouco caso de toda a crítica que recebia, mas recentemente escreveu uma carta (ou talvez seu advogado) bem diferente dirigida a juíza do caso. |
O ex-diretor executivo da Turing Pharmaceuticals encontra-se preso desde o mês de setembro, quando a juíza Kiyo Matsumoto revogou a fiança de Martin, depois que ele ofereceu uma recompensa de 5.000 dólares no Facebook a quem trouxesse uma mecha do cabelo de Hillary Clinton. Depois retirou a publicação assegurando que era "brincadeira", mas a juíza não achou nada engraçado.
Antes de seu julgamento, ele escreveu uma carta que foi enviada à juíza em fevereiro:
"Aprendi uma lição muito dolorosa. Nunca mais vou ignorar algo ou enganar, seja com intenção ou sem ela. Há formas de comunicação que eliminam a possibilidade de dúvidas e as interpretações alternativas dos fatos. Assumo a responsabilidade de meus atos. Foi um erro, fui um tonto. Deveria tê-lo feito melhor.
Os promotores não ficaram nada comovidos e alegaram que o "arrependido" Shkreli usou esta carta para tentar desviar a culpa de suas ações: de suas vítimas, do governo, das redes sociais ou dos "demônios que o perseguem", enquanto pediam uma sentença de 15 anos (seus advogados pediam entre 12 e 18 meses).
- "Martin não reconheceu nem uma única vez que mentiu a seus investidores ou que cometeu fraude", disseram
Martin foi sentenciado hoje a sete anos de prisão pela juíza Kiyo Matsumoto, durante uma audiência na cidade do Brooklyn, Estados Unidos, condenação que incluirá o tempo que já passou na prisão desde que foi preso em setembro. Martin chorou enquanto dizia à juíza que "já não é a mesma pessoa de antes".
A juíza disse que os e-mails enviados por Martin põem em dúvida seu suposto arrependimento, mencionando que uma vez escreveu "que se fodam os federais" e, rindo, se jactava de que não passaria muito tempo na prisão. Também não foi um bom sinal que o advogado de Martin tenha dito no julgamento que em várias ocasiões teve vontade de esmurrar seu cliente na cara por suas ações.
Os advogados de Martin argumentaram que não deveria ser sentenciado com uma condenação muito severa "simplesmente por ser Martin Shkreli", algo que hoje em dia é o mesmo que dizer que é um imbecil.
Martin nunca foi condenado por nada relacionado a seu repugnante negócio baseado em aumentar os preços de medicamentos, senão por algo completamente diferente. O ex-empresário fraudou seus investidores em dois fundos de cobertura sob sua responsabilidade, e mentiu a respeito de uma companhia que fundou em 2011 chamada Retrophin, para manter o preço de suas ações infladas de maneira artificial.
A matéria da NBC não abunda no assunto, mas, de fato, o Daraprim não é um medicamento para o HIV, senão para a toxoplasmose. Os afetados pelo HIV, especialmente os que não estão em tratamento de retrovirais, são mais suscetíveis de contrair e desenvolver a infecção, assim como qualquer outra doença infecciosa, dado que têm o sistema imunológico fragilizado.
Que fará Martin na prisão? Segundo comentou no passado mês de setembro, quando foi preso, disse que seria capaz de "fazer papel" (dinheiro) dentro da prisão. Não está claro se ele, que segundo a juíza tem um valor líquido de 27 milhões de dólares, ainda planeja "fazer papel" enquanto cumpre sua sentença. Se sim seria bom ele investir em medicamentos para hemorroida e fissura anal.
Fonte: NBC News.
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Comentários
Ahahahahahahh
Se fudeu !!!
Otário...!!!
Este tipo de gente faz o mundo um lugar de merda onde alguns poucos se creem melhores e fazem dinheiro a custa do povo. Porque não aumentam a oena dele em 60 vezes para aprender?
Como diz o post este bosta não foi condenado por aumentar o preço senão por fraudar seus sócios. O sistema tolera enganar o consumidor, mas não tolera enganar os sócios, essa são as regras do jogo.
Com certeza deve ter abusos maiores entre as farmacêuticas e outras indústrias, como a alimentícia, que envenena todo mundo com açúcar ou gorduras hidrogenadas, sem esticar muito o assunto.
A própria indústria farmacêutica é fortemente questionada pelos remédios contra o colesterol, por exemplo, e tudo isto é intencional.
Talvez o erro do linguarudo foi falar demais, se vangloriar demais e rir da desgraça dos outros publicamente, do contrário estaria comprando patentes baratas e multiplicando por 100 para vender para os 'planos de seguro' para aplicar na melhoria de sua fortuna.
Assim anda o nosso mundo. Há quem defende o talzinho com alegações que ele mesmo publicou na mídia na época. O sujeito aumenta um medicamento em 60 vezes e tá tudo bem por que ele vai aplicar em desenvolvimento que a empresa nunca teve. Os planos de saúde também fabricam dinheiro a noite quando ninguém está vendo. Tá explicado. Eita gentinha mais ou menos.
As vezes quando esse blog resolver ser parcial e tomar partido de algum lado da notícia, ele passa vergonha.
Martin Shkreli aumentou o preço de um medicamento obsoleto e que nenhuma pessoa física comprava (quem fazia a aquisição eram os planos de saúde), e o lucro das vendas desse remédio eram convertidos em P&D de drogas mais eficazes.
Destilar ódio contra ele por causa do tema do medicamento é ignorancia.