A verdade, como dizíamos, é que foi uma época de grande tensão, possivelmente máxima, em certas ocasiões, onde Estados Unidos e a antiga URSS mantinham o alerta a todos os níveis. Se deixássemos a imaginação à solta em relação à época, sob uma suposta guerra entre as duas superpotências, o mais provável seria que o lançamento de armas nucleares teriam destruído praticamente o planeta. Não foi assim evidentemente, mas a história narrada pelos norte-americanos nos fala de uma simples barraca de hot-dog que esteve a ponto de desatar o conflito. Uma lanchonete conhecida como Café Ground Zero.
O nome com o qual ficou conhecida esta lancheria ou café situado no interior do Pentágono é uma brincadeira derivada dos acontecimentos. O termo Ground Zero (Zona zero) foi utilizado em um primeiro momento a raiz do Projeto Manhattan e das detonações e bombardeio que aconteceram nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.
O uso cita o termo definindo-o como parte da terra ou solo imediatamente embaixo de uma explosão de bomba, sobretudo no caso de uma arma nuclear. É assim também como é conhecido o espaço aberto no centro do Pentágono, e em último termo e de maneira informal, o pequeno ponto de venda de sanduíches que estava no centro desta pracinha de alimentação.
Em essência o local era uma pequeno estabelecimento que fornecia o almoço e lanche aos empregados do Pentágono. Um espaço onde se misturavam todo tipo de funcionários públicos, incluindo altos comandos do governo. Esta foi a razão de porque a inteligência russa achou que o edifício era em realidade uma entrada a um bunker secreto.
Segundo conta o Departamento de Defesa americano, através do uso de imagens de satélite os soviéticos podiam ver como um amplo grupo de oficiais militares entravam e saíam diariamente da lanchonete. Faziam-no mais ou menos à mesma hora todos os dias. A conclusão para os russos foi que se tratava da entrada de um bunker subterrâneo. Segundo explica Brett Eaton, oficial de Washington:
A história ocorreria durante a Guerra Fria, momento em que os russos tinham sempre dois mísseis dirigidos a este ponto de cachorro-quente. Os russos pensavam que se tratava de uma sala do mais alto nível para reuniões secretas no Pentágono, e que todo o Pentágono era uma grande fortaleza construída em torno desta barraquinha. Acharam que os oficiais iam diariamente a uma zona especial protegida quando em realidade não era mais que um local para fazer um lanche.
Para corroborar esta história, verificaram relatórios dos próprios russos. Segundo explica Steve Vogel, escritor de "The Pentagon: A History" e repórter do Washington Post, durante a década de 1950 assumiram que a lanchonete do Pentágono era o alvo de mísseis soviéticos:
Após o término da Guerra Fria, encontramos relatórios dos soviéticos assinalando que achavam que o café era em realidade a entrada de um bunker devido à quantidade de pessoas que viam entrar e sair. Agora, se as reclamações vinham da inteligência soviética realmente, isso não sabemos. Mas o que é verdadeiro é que os soviéticos tinham armas nucleares apontando para a área central do Pentágono, bem onde estava a lanchonete.
Em qualquer caso assim foi como este ponto ganhou com o tempo o sobrenome de Café Ground Zero, o ponto de hot dog mais perigoso do mundo. Lenda ou realidade? A verdade também é que não existe réplica por parte dos soviéticos. A Rússia nunca verificou esta informação nem esclareceu se é ou não falsa.
Hoje o café tem um valor simbólico para o próprio Pentágono, que inclui esta história como parte do folclore e lendas da Guerra Fria entre as visitas turísticas ao centro. Em 2006 o Café Ground Zero foi demolido para lugar a um novo restaurante... ou como dizem no Pentágono, a uma nova "guarida secreta".
Fonte: Defense.
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Comentários
Que doido!
Como a gente cria absurdos do nada!