No começo dos anos 80 quando começou a coleta seletiva de lixo em Curitiba, era um troço meio chato, mas só era falta de costume. Já aqui em Joinville o caminhão passava apenas uma vez por semana, agora não passa mais e não é porque os habitantes não cooperam, senão porque os recicladores levam antes, obedecendo uma regra implícita: se o saco de lixo está em cima da lixeira, efetivamente é lixo, se está encostado no muro, é reciclado. Mas diferente de Kamikatsu no Japão é tudo junto e misturado. |
Os moradores deste povoado nas montanhas da ilha de Shikoku, no sudoeste do Japão, tem que separar o lixo em 45 categorias diferentes. No centro de coleta há caixas separadas para diferentes tipos de produtos: jornais, revistas, caixas, tampas de metal, garrafas de plástico, latas de alumínio, latas de aço, latas de spray, lâmpadas fluorescentes e assim por diante. Você pode pensar que isso é um exagero, mas os moradores de Kamikatsu têm uma meta para alcançar: desperdício zero, e sua barra de progresso já marca 80%.
Originalmente, Kamikatsu eliminava o lixo como qualquer outra cidade pequena ao redor do mundo: como não tinha aterro sanitário, jogavam na natureza ou queimavam em suas casas. Mas a queima de lixo produz uma enorme quantidade de gases de efeito estufa e os aterros sanitários poluem o meio ambiente. Então o pessoal decidiu mudar e em 2003 introduziram o conceito de "Lixo Zero".
No começo, foi difícil para todos. Lavar e separar o lixo tornou-se uma tarefa tediosa e demorada. Garrafas de vidro e plástico devem ser liberadas de suas tampas e classificadas por cor. Garrafas plásticas de molho de soja e óleo de cozinha devem ser mantidas separadas das garrafas PET que antes continham água mineral e chá verde. Qualquer plástico ou papel envolvendo as garrafas deve ser removido. Jornais e revistas têm que ser empilhados em pacotes limpos e amarrados com um fio. As regras são inumeráveis.
Não há caminhões de lixo para coletar o lixo das casas, então os moradores devem levar seu próprio lixo para o centro de reciclagem. Os trabalhadores do centro então se certificam de que o lixo foi classificado corretamente e se foi colocado no recipiente correto.
Roupas usadas, de cama, bijuterias e outras coisas que as pessoas não precisam mais podem ser levadas até a loja de reciclagem e trocadas por outros itens que outros deixaram, sem nenhum custo. No final da rua, há uma fábrica local onde as mulheres da cidade produzem itens com os resíduos, como ursos de pelúcia de velhos quimonos.
O que originalmente era um fardo enorme tornou-se um modo de vida em Kamikatsu. As pessoas começaram a olhar para o lixo de maneira diferente. Eles se tornaram mais conscientes do que comprar, como usar e como descartar as coisas. Um dono de loja em Kamikatsu disse que desde que o programa começou, ele começou a comprar coisas que só são enviadas em caixas de papelão para que as caixas possam ser usadas para embalar outras coisas.
Eventualmente, a pequena cidade de pouco mais de 1.700 pessoas se tornou tão boa em reciclagem que apenas 20% do lixo produzido vai para o aterro, mas eles esperam eliminar até mesmo isso até 2020.
Fonte: Businness Insider.
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Comentários
E a água utilizada para lavar as embalagens e garrafas? É reaproveitada também? De onde vem?
Que exemplo....