Por que algumas tatuagens simplesmente desapareciam da pele nas primeiras fotos do século XIX

É difícil encontrar pessoas com tatuagens em fotografias na segunda metade do século XIX. A razão reside em uma nova técnica de revelação que tinha muitas vantagens sobre o daguerreótipo, mas um inconveniente: apagava as tatuagens. Essa técnica chamava-se colódio úmido, e o artista e fotógrafo Michael Bradley recriou recentemente o processo fotográfico positivo com resultados para além do espetacular.

O colódio úmido era um procedimento fotográfico revolucionário para a época porque, diferente do método anterior, permitia fazer cópias. Também reduzia muito o tempo de exposição necessário para uma foto.

O fotógrafo empregava uma enorme placa de vidro ou metal umedecida com uma substância viscosa chamada colódio (composta de partes iguais de éter, álcool e nitrato de celulose), que depois era sensibilizada com um banho de nitrato de prata que fazia as vezes de negativo da fotografia.

Seu nome devia se ao fato de que era exposto a luz para fazer a fotografia ainda úmida em um período de tempo de mais ou menos 10 minutos.

Obviamente, falamos de fotografia em preto e branco e além de uma técnica concreta que, pelas substâncias utilizadas, tende a unificar certos tons.

Ocorre especialmente com os azuis e verdes escuros tão comuns em muitas tatuagens e o efeito é especialmente curioso se a pessoa tiver a pele com um tom um pouco escuro.

O fotógrafo Michael Bradley vem experimentando com o colódio úmido faz muito tempo e quis aproveitar seu problema com as tatuagens para criar uma espetacular série de fotografias chamada Puaki.

O artista realizou uma série de retratos de pessoas atuais da etnia Maori da Nova Zelândia.

As tatuagens faciais chamadas ta möko são uma tradição entre os maoris, mas desaparecem completamente no colódio úmido.

O resultado é uma fascinante coleção de fotografias atuais com sua correspondente versão colódio. Muito legal.

Fonte: Peta Pixel.