No final da década de 1990, o fotógrafo Frederic Lagrange ficou obcecado em viajar ao Corredor Wakhan, no Afeganistão, depois de ler "A Short Walk In The Hindu Kush", roteiro do escritor inglês Eric Newby sobre suas aventuras na região. Ele fez planos para a viagem, mas então ocorreu o fatídico 11 de setembro e ele desistiu de quaisquer planos, já que a viagem poderia ser muito perigosa. Em 2012, com a guerra já morna, Frederic finalmente fez a viagem que tanto sonhara. |
O Corredor de Wakhan é uma estreita faixa de terra no extremo nordeste do Afeganistão, na fronteira com o Tadjiquistão, Paquistão e ao oeste da China. A paisagem agreste e bela, delimitada pelas montanhas Hindu Kush, no sul, já foi usada como uma importante rota de comércio para aqueles que viajavam pela Rota da Seda para a China.
Por três semanas, Frederic e uma equipe de moradores subiram as montanhas de Hindu Kush até as margens do lago Chaqmaqtin. Ao longo do caminho, Frederic fotografou os povos locais, que sobrevivem à margem da civilização, criando e pastoreando gado.
Estas são algumas fotos de sua jornada e sinceramente fazem parte de uma das fotoséries mais bacanas que vejo em muito tempo. Se gostar, você pode conferir muito mais em seu site.
Frederic começou voando em Dushanbe, no Tadjiquistão, entrando no Corredor de Wakhan pela fronteira nordeste do Afeganistão. Se ele viajasse de Cabul, teria que passar por várias áreas controladas pelo Talibã.
Via: Frederic Lagrange
Depois de três dias dirigindo com um guia, Frederic chegou à fronteira. O oficial do exército no comando do local disse que ele era o primeiro estrangeiro a atravessar aquele ano.
Via: Frederic Lagrange
Ele foi recebido por seu guia Adab (à esquerda, com Frederic), um jovem afegão de 23 anos. Adab avisou da perigosa realidade de sua vida, dizendo que se o Talibã chegasse ao poder [em Wakhan], provavelmente seria um dos primeiros a ser executado.
Via: Frederic Lagrange
Eles passaram os primeiros dias na cidade de Ishkashim, no leste do Afeganistão, para garantir que tivessem a documentação necessária para viajar. Na cidade, as mulheres sunitas usam burcas para se cobrirem.
Via: Frederic Lagrange
Eles dirigiram até chegarem à aldeia de Sarhad-e-Wakhan, no final da estrada construída pelos soviéticos 30 anos antes.
Via: Frederic Lagrange
Este homem é um soldado em Sarhad-e-Wakhan. É o último posto militar no Afeganistão.
Via: Frederic Lagrange
Na aldeia, eles conheceram Burch Mirzo, um criador de gado que liderou a expedição de Frederic. Frederic descreveu o homem como de fala mansa e gentil, com uma incrível resistência ao frio e a dor.
Via: Frederic Lagrange
Depois de chegar ao Corredor de Wakhan, a atmosfera tensa do Afeganistão deu lugar a calmaria. - "As crianças brincam, as pessoas são mais despreocupadas e as mulheres cantam", disse Frederic.
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Há dois grupos perseguidos que vivem no corredor de Wakhan, o Wakhi e o Quirguiz.
Via: Frederic Lagrange
Wakhi são anfitriões graciosos e acolhedores. Apesar de terem pouco, eles oferecem o máximo que podem para que os hóspedes se sintam confortáveis.
Via: Frederic Lagrange
Quirguizes (na foto) tendem a ser muito mais ricos do que o povo Wakhi. Eles geralmente têm centenas de cabeças de gado e pagam homens Wakhi em gado para trabalhar para eles.
Via: Frederic Lagrange
A uma grande altitude, culturas agrícolas são praticamente impossíveis.
Via: Frederic Lagrange
Ambos sobrevivem pastoreando gado, principalmente ovelhas e iaques.
Via: Frederic Lagrange
Este homem é um pastor Wakhi.
Via: Frederic Lagrange
O inverno é incrivelmente duro no Corredor de Wakhan. Estes iaques não se moveram ao longo da noite para preservar calor e energia.
Via: Frederic Lagrange
Todos os dias, animais são levados ao açougueiro para serem abatidos.
Via: Frederic Lagrange
Frederic, Adab e Mirzo embarcaram em uma caminhada de cinco dias até o lago Chaqmaqtin em Little Pamir, um vale cercado pelas montanhas Pamir.
Via: Frederic Lagrange
Frederic contratou quatro carregadores e quatro burros para transportar as provisões da equipe, equipamento de acampamento e fotográfico.
Via: Frederic Lagrange
Amir Muhammad foi um dos carregadores da expedição. Aqui ele aparece com a mãe na frente de sua casa.
Via: Frederic Lagrange
Isso foi no vale de Langar, no ponto da metade da viagem. O perigo da viagem, diz Frederic, não vem do Talibã agora, mas do ambiente natural.
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Uma das partes mais extenuantes da jornada foi a subida do Passo Daliz. No topo, eles estavam a uma altitude de 4,200 metros.
Via: Frederic Lagrange
Depois de escalar o passe, a equipe fez um merecido descanso. Atrás deles estão as montanhas Hindu Kush, que Frederic chamou de "hipnotizantes".
Via: Frederic Lagrange
Depois de uma árdua jornada, chegaram ao lago Chaqmaqtin. Os Wakhi e os Quirguizes se instalam aqui porque os campos podem suprir manadas de cabras, iaques e ovelhas.
Via: Frederic Lagrange
Quirguizes vivem em yurts, um barraca enorme feita de feltro e madeira, são ideais porque podem ser facilmente desmontadas, movidas e reconstruídas.
Via: Frederic Lagrange
Não há médicos em Wakhan e os professores escolares só ficam ali alguns meses do ano.
Via: Frederic Lagrange
Aqui, uma menina do Quirguistão ordenha um iaque.
Via: Frederic Lagrange
Abdullah é um pastor Wakhi que mora ao redor do lago Chaqmaqtin durante o inverno. Ele não conseguia se lembrar de sua idade, mas achava que tinha cerca de 40 anos. Ele lutou contra um vício de ópio durante a maior parte de sua vida.
Via: Frederic Lagrange
Frederic tentou fotografar essa menina do Quirguistão muitas vezes quase todos os dias, mas a cada vez que se aproximava ela fugia. Finalmente, certo ela deixou que ele tirasse uma foto, antes de fugir novamente.
Via: Frederic Lagrange
Quirguiz e Wakhi migram seus assentamentos do inverno para o verão. Como Frederic visitou em março, essas mulheres estavam se preparando para se mudar para o assentamento de verão do Quirguistão, do outro lado do lago.
Via: Frederic Lagrange
Muitos dos líderes de clãs que falaram com Frederic disseram que queriam sair do Corredor de Wakhan por considerá-lo uma "bela prisão". Mas como ambos os grupos estão sujeitos a perseguição étnica, eles não têm para onde ir.
Via: Frederic Lagrange
A guerra não chegou ao Corredor de Wakhan desde que os soviéticos partiram há 30 anos. Os wakhi e os quirguizes temem que o Talibã possa tentar invadir o lugar.
Via: Frederic Lagrange
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Enquanto houver humanos, haverá matadouros. Não adianta reclamar meu povo, a natureza come o outro desde que existe. Povo chato do caraio!
Enquanto houver matadouros, haverá campos de guerra (Leon Tolstoi)