O New York Times reportou esta semana o caso da renomada professora feminista, Avital Ronell, da Universidade de Nova York, que foi suspensa de seu posto recentemente por assediar o estudante Nimrod Reitman quando este fazia mestrado. A jornalista Zoe Greenberg sugere que é um caso de assédio muito familiar, algo que abundou na mídia em tempos recentes, só que invertido do sentido usual: é uma mulher em posição de poder que praticou o assédio. |
Zoe decidiu se fazer a pertinente pergunta sobre qual é a resposta do movimento #MeToo quando algo como isto ocorre: uma mulher lésbica de 66 anos assinalada por avançar sexualmente e de forma não solicitada sobre um gay de 34 anos.
Nimrod apresentou a denúncia dois anos depois de graduar-se na NYU. Nela acusou Avital de assédio sexual, assalto sexual, espreita e represálias, mas a universidade liberou à filósofa de todas as ofensas, exceto do assédio sexual.
A investigação universitária de 11 meses chegou a conclusão que Avital Ronell era culpada de assédio tanto físico quanto verbal e perturbou o ambiente de aprendizagem do estudante. Como evidência mostraram e-mails em que a professora chamava reiteradamente Nimrod de forma libertina, incluído o "adorável" apelido de "cock-er spaniel".
Nimrod assinalou que Avital o beijou, se meteu em sua cama, o obrigou a dormir com ela, o assediou constantemente com mensagens, ameaçando-o que não trabalharia com ele se não aceitasse suas propostas. Nimrod é gay e está casado.
Sua denúncia foi posterior a sua estadia acadêmica, segundo ele, porque tinha medo do poder que a professora tinha, além das represálias contra ele se não sucumbisse as suas pressões sexuais. Nos correios eletrônicos, usados como prova, a professora também faz diferentes propostas de tom sexual. Mas Avital nega o assédio e argumenta que Nimrod é um limitado cognitivo vingativo.
Ironicamente, Avital está sendo defendida com grande entusiasmo por suas colegas. Uma das feministas mais influentes do mundo acadêmico, Judith Butler, saiu em sua defesa assinalando que se trata de uma campanha maliciosa contra a mulher, já que Avital tem credenciais impecáveis (o ex amigo de Obama, Harvey Weinstein, também tinha até alguém denunciar que ele era um porco).
Outras acadêmicas feministas argumentaram que a dignidade e o compromisso intelectual de Avital merece ser tratado como tal. Mas como bem assinala a jornalista do Times, o tema é quase uma cópia de casos similares em que as mesmas vozes criticaram os privilégios e a posição de poder de certas pessoas que eram acusadas, mas agora, com a inversão de gênero, se colocam na defensiva e exigem o respeito a dignidade. Como assim?
Outra acadêmica feminista, Diane Davis, se confessou irritada pelo fato de que Nimrod tenha usado o Title IX, uma ferramenta de denúncia feminista, contra uma feminista. Atualmente, tanto Nimrod como Avital e a universidade se encontram em um pleito legal.
Parece um pouco claro que o causador de abusos, de qualquer natureza, é o poder. Seja o poder físico biológico dos homens, ou o poder de uma posição hierárquica dentro das organizações. A justa luta da mulher pela igualdade está fazendo com que galgue essas posições de poder hierárquico, e, como ninguém pode negar, a mulher é só um ser humano igualmente com vícios e virtudes.
Por conseguinte não me surpreenderia mais casos de mulheres "empoderadas" abusando de seu poder, não só com homens senão com outras mulheres. De qualquer forma eu prefiro que vivamos em paz como partes inseparáveis do conjunto, para que não seja necessário perder (e nem desgastar) tempo para teorizar que sexo é melhor ou pior que o outro, mas certamente seria de grande proveito que tentássemos isolar o fator em comum que nos faz agir, ambos os sexos, tão desumanamente.
Isso só revela o quão complicadas podem se tornar estas situações, sobretudo quando alguém inventa regras para os demais e exceções para si próprio, com base no velho mote "Faça o que eu digo , mas não faço o que eu falo não".
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Comentários
Eu tinha pensado um monte de coisas pra escrever, mas depois de olhar direitinho a cara da mulher, só posso pensar na coragem do rapaz....!!!
Nossa... Coitado...
Como o cara pode estar inventando se já mostrou as provas e o próprio comitê da tal Universidade corroborou o assédio? Temos ai a velha artimanha de desqualificar a vítima quando todos já parecem saber quem está errado.
O movimento chamado feminismo não busca igualdade, busca direitos para as mulheres.
É até interessante quando ocorrem divisões dentro do mesmo movimento. Esses dias teve um protesto sobre a violência contra a mulher negra. Então quer dizer que as mulhes brancas, asiáticas e de demais etinias podem ser espancadas?
Não é mais fácil pregarmos contra a violência contra qualquer pessoa?
Um dia a humanidade vai amadurecer e aí então teremos um movimento chamado IGUALDADE, onde todos serão tratados de maneira igual e/ou equivalente, e não um grupo, seja lá qual for, tentando sobrepujar os demais.
Não duvido que mulheres possam ser abusadoras, feministas ou não, são seres humanos é como tal passível de erro, inclusive eu já fui assediada sexualmente por uma médica dentro de um hospital, mas eu aposto a minha vida que esse cara está inventando essas coisas, só pelo teor das informações, o tempo vai dizer.
Não duvido que mulheres possam ser abusadoras, feministas ou não, são seres humanos é como tal passível de erro, inclusive eu já fui assediada sexualmente por uma médica dentro de um hospital, mas eu aposto a minha vida que esse cara está inventando essas coisas, só pelo teor das informações, o tempo vai dizer.
Procurei mas não achei no texto algo falando que ela lésbica, não entendi porque boa parte dos comentários está falando isso, ser feminista não quer dizer necessariamente ser lésbica, alias, boa parte das grandes feministas que eu conheço são casadas ( com grandes homens) Não duvido que mulheres possam ser abusadoras, feministas ou não, são seres humanos é como tal passível de erro, inclusive eu já fui assediada sexualmente por uma médica dentro de um hospital, mas eu aposto a minha vida que esse cara está inventando essas coisas, só pelo teor das informações, o tempo vai dizer.
Cada vez mais cai a máscara deste grupo de retardadas do LGBTKHSJGSJKFG, que se mistura ao movimento feminista (legítimo) para ter algum crédito. O bom da questão é que as mulheres de verdade, independente da sexualidade já estão percebendo este tipo de manipulação, qe se diz feminista, mas que é em todos os tons feminzista.
O mundo está muito confuso. Tenho até medo do que meus filhos vão enfrentar.
Feminazi, lésbica assedia homem gay. Bom, bom, bom, já começamos a ver quem é quem em toda a questão de genero progressista cinica e imoral. Estas representantes "feministas" de esquerda, são violentas, totalitarias, ressentidas, desequilibradas e são exemplos de tudo aquilo que dizem lutar (machismo). Basta ver a cara desta mulher para entender o que eu estou falando.
Tá difícil entender este mundo. Uma lésbica com cara de tia dá em cima de um gay com cara de machão? Parem o mundo já!
Não foi essa talzinha que se juntou a Danuta Walters no direito de toda mulher odiar os homens? Odeia, é lésbica mas não pode ficar sem um homem na própria cama. Isto leva a pensar que não é lésbica por opção, senão por falta de escolha. A careta dela diz tudo.